O Inep, que acionou a Polícia Federal para investigar o caso, explicou em nota que as questões seriam resultado de informações obtidas durante os pré-testes do Inep, um processo regular e necessário na elaboração das provas. Confira o pronunciamento completo:
1- O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) reafirma a isonomia, lisura e validade das provas do Enem 2025.
2 – Ao identificar relatos de antecipação de questões similares às do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025, a equipe técnica que faz parte da comissão assessora responsável pela montagem das provas analisou as circunstâncias e decidiu, com base em informações sobre a montagem do teste, pela anulação de três itens aplicados na prova.
3 – O Enem utiliza a Teoria da Resposta ao Item (TRI) para apuração de seus resultados. A metodologia demanda que os itens sejam pré-testados. Os estudantes que participam de pré-testes têm contato com itens que podem vir a compor o Enem em alguma edição.
4 – Nenhuma questão foi apresentada tal qual na edição de 2025 do exame. Na divulgação observada nas redes sociais, foram identificadas similaridades pontuais entre os itens.
5 – A Polícia Federal foi acionada para apurar a conduta e autoria na divulgação das questões e garantir a responsabilização dos envolvidos por eventual quebra de confidencialidade ou ato de má-fé pela divulgação de questões sigilosas de forma indevida.
6 – O Inep promove diversas estratégias para calibrar as questões que compõe o Banco Nacional de Itens e podem ser usadas na elaboração das provas do Enem. Os processos envolvem rigorosos protocolos de segurança, que foram cumpridos em todas as etapas do exame.
Agora, os estudantes se perguntam: como a anulação dessas questões impacta a pontuação dos candidatos, especialmente com o uso da Teoria da Resposta ao Item (TRI)?
O que muda com a anulação de três questões no Enem 2025?
O Diretor do Curso Pré-Vestibular Oficina do Estudante, Wander Azanha, explica que o primeiro impacto para os candidatos é o medo sobre a lisura do processo. Segundo ele, a dúvida que surge imediatamente é: “só descobriram três questões? Será que existem mais?”, o que gera insegurança.
O segundo impacto é a possibilidade de uma nova aplicação da prova, caso outras questões sejam identificadas como comprometidas. “Isso mexe completamente com a estratégia dos alunos, que já planejaram quais provas fariam em sequência”, comenta Azanha.
A terceira preocupação envolve diretamente a nota: a TRI será calculada com apenas 177 questões, o que leva muitos a temerem cenários como “e se justamente essas questões anuladas eram muito fáceis?”. Azanha lembra que isso pode influenciar o desempenho final e afeta inclusive instituições que utilizam nota “crua”, como a Unifesp.
Apesar desses impactos, o especialista também ressalta que é importante orientar os estudantes a não ficarem presos a essa angústia agora. “O Inep e a Polícia Federal vão resolver essa questão técnica”, afirma, destacando que o foco dos candidatos deve permanecer nas próximas provas.