Mulheres têm 13% menos chance de terem currículos visualizados, diz LinkedIn
Estudo do LinkedIn mostra que recrutadores visualizam menos perfis de mulheres na plataforma. Mas elas podem ter mais chances de contratação ao entrar no processo seletivo. Entenda!
Mulheres têm 13% menos chances do que homens de terem seus perfis vistos por recrutadores ao se candidatarem a uma vaga de emprego. É o que apontou o estudo “Informe de Percepção de Gênero“, realizado pelo LinkedIn.
A conclusão foi feita com base nos dados de interações entre empresas e candidatos interessados em vagas disponibilizadas na rede social, assim como informações de profissionais que foram contratados por meio de processos seletivos publicados no LinkedIn. O site conta com mais de 640 milhões de usuários espalhados por 200 países.
Os números mostram que os recrutadores tendem a abrir currículos e perfis de mulheres candidatas às vagas com uma frequência 13% menor que de homens. Segundo o estudo, candidatas do sexo feminino são mais seletivas na hora de postular a um emprego: se inscrevem em 16% menos vagas abertas que os homens.
Apesar disso, o levantamento também identificou que, ao se inserirem no processo seletivo, as mulheres possuem 16% mais chances de serem selecionadas. Isso acontece por, geralmente, possuírem o perfil exigido para ocupar a função na empresa contratante.
Mulheres são mais seletivas na hora de aplicar à vaga
E por que o perfil bate assim? Alguns anos atrás, a gigante norte-americana de tecnologia, HP, decidiu fazer um estudo para entender a razão de menos mulheres ocuparem cargos de gerência na empresa.
A pesquisa mostrou que as mulheres da companhia se candidatam a uma promoção apenas quando acreditam cumprir 100% dos requisitos do cargo, enquanto homens aplicam quando 60% do perfil bate com a função.
Por isso, o estudo do LinkedIn aponta que as mulheres enviam seus currículos 16% menos que homens buscando um emprego. “Claro, vai ser benéfico se ela encaixa 100% nos requisitos. Mas também acho que elas possam se arriscar mais“, sugere a recrutadora de tecnologia Nathalia Fiji.
“Cumprindo 70% dos requisitos eu já seguiria com uma candidata no processo seletivo. Muitas vezes as empresas constroem um job description (descrição da vaga) um pouco fora da realidade do mercado e que vai ser muito difícil achar uma pessoa 100%”, explica a recrutadora.
Quando se candidatam e participam do processo seletivo, as mulheres possuem 16% mais chances de serem contratadas, pois costumam atender às exigências do cargo. Repercutindo a pesquisa da HP, a revista Forbes ainda dá o conselho: mulheres precisam ter mais confiança em si mesmas.
Elas buscam menos referências profissionais
Muito relevante para as empresas ao buscarem novos funcionários, referências de outras experiências profissionais podem fazer a diferença para recrutadores na hora da contratação. Mas, segundo o LinkedIn, mulheres estão 26% menos propensas a pedir uma referência para apresentarem em um processo seletivo de alguma vaga.
Nathalia também incentiva que as candidatas busquem recomendações de experiências anteriores. “Um processo seletivo, por mais extenso que seja, não costuma durar mais de um mês. Às vezes isso não é suficiente para analisar alguns aspectos que só pessoas que trabalham juntas sabem e podem validar. É uma outra perspectiva que agrega muito para o processo”.
Ambos buscam por novas oportunidades de trabalho
O estudo do LinkedIn também mostra que ambos, homens e mulheres, se interessam por novas oportunidades de emprego e se engajam nos perfis das companhias para conhecer sobre as empresas que estão oferecendo as vagas.
“Para qualquer recrutador é muito importante saber que a pessoa conhece a empresa, o que ela faz, os produtos, um pouco da história e que realmente ela quer aquela oportunidade”, diz Nathalia. “Eu gostaria de contratar pessoas que querem realmente fazer parte do que estou construindo”.
Das mulheres usuárias da rede, 88% estão abertas a novas oportunidades no mercado e 41% pesquisam sobre a vaga e a empresa antes de se candidatar. Já com os homens, 90% estariam dispostos a se candidatar a um novo cargo e 42% buscam aprender sobre a função.
E por que não entrar em contato com o próprio recrutador? O LinkedIn e outras plataformas possuem ferramentas que possibilitam esse contato. “Você consegue achar os recrutadores e até o gestor da vaga que você aplicou. É super válido adicioná-los e mandar uma mensagem de introdução”, sugere Nathalia.
E os empregadores?
O estudo do LinkedIn ainda propõe cinco dicas para as empresas equilibrarem o gênero dos candidatos às vagas abertas:
- Entender a distribuição de gênero dos funcionários da empresa e traçar metas para propor a igualdade;
- Fortalecer a marca da empresa para atrair um publico diverso;
- Fazer anúncio de vagas mais inclusivos;
- Usar a tecnologia para desenvolver estratégias e coletar dados dos candidatos;
- Mensurar quem recebe a informação da vaga disponível e avaliar a resposta de cada gênero.