TDAH: o que é, sintomas e como tratar

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 4% da população mundial possui Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Você conhece alguém com esse tipo de distúrbio?

Caracterizada pela desatenção e hiperatividade, muitas pessoas acham esses sintomas são apenas uma característica pessoal, porém, esse transtorno pode impactar negativamente no dia a dia de adultos e crianças.

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“No desenvolvimento acadêmico, a dificuldade em manter o foco e concentrar-se impacta diretamente na aprendizagem. Já na vida profissional, a falta de organização e planejamento impactam na qualidade do trabalho entregue e a falta de memória resulta no esquecimento de tarefas e reuniões futuras. 

Porém se diagnosticado corretamente e com um tratamento eficaz, é possível que a pessoa consiga ter qualidade de vida”, explica Marcella Bianca, neuropsicóloga e membro da Sociedade Brasileira de Neuropsicologia.

Quais são os sintomas do TDAH?

Os sintomas mais comuns desse transtorno são desatenção, hiperatividade e impulsividade. Além persistente, esses sinais também impactam, em algum grau, na vida diária da pessoa.

Além disso, na maioria dos casos, é possível observar que algumas reações são acentuadas pelo TDAH, por exemplo: comportamentos agressivos, inquietos, irritadiços, falta de moderação, compulsão, esquecimento, desorganização e ansiedade.

“Na infância é possível notar crianças que não conseguem se concentrar na aula e em detalhes, têm dificuldades em relacionar-se com outros colegas, ficam inquietos na sala, levantando a todo momento, evitam atividades que exigem esforço mental e geralmente têm baixo rendimento escolar”, diferencia a neuropsicóloga.

Já na idade adulta os sintomas podem ser mais sutis, mas ainda estão presentes na falta de memória, desorganização e problemas com foco e atenção, que podem impactar as atividades rotineiras e profissionais.

Não se confunda com os sintomas do TDAH

Para a neuropsicóloga, é importante reforçar que o TDAH não é um tipo de sintoma, mas sim um transtorno único. “É importante entender que os sintomas de hiperatividade e desatenção podem sim ser sintomas de outras doenças e é comum em quase todos nós. O que vai diferenciar é o grau de intensidade destes”, explica.

Qual é o tratamento do TDAH?

Para melhor eficiência do tratamento, é indicado que a pessoa diagnosticada com o TDAH passe por um tratamento multidisciplinar, com o auxílio de psicólogos, psiquiatras e/ou neurologistas, além do amparo pedagógico quando necessário.

De acordo com a neuropsicóloga, o tratamento mais eficaz é a combinação de psicoterapia e medicação, pois é possível atuar no comportamento disfuncional, assim como nas áreas cerebrais responsáveis pelos sintomas. Marcella ainda indica que cada caso deve ser avaliado individualmente para descobrir se é necessário a intervenção de outros profissionais para a efetividade do tratamento.

“E, acima de tudo, é importante ressaltar que o tratamento precoce e correto minimiza sintomas através da alteração dos comportamentos e facilita a adequação à vida diária, tornando-a mais produtiva e de qualidade”, reforça Marcella Bianca.

Amenize os comportamentos

A melhor forma de diminuir os sintomas do TDAH é com tratamento específico para cada caso, porém é possível amenizar alguns comportamentos inadequados seguindo algumas dicas. Veja quais são as indicações da neuropsicóloga:

• Use post-its: esse truque ajudará a organizar melhor as suas tarefas, assim como anotar compromissos e/ou algo que você não pode esquecer;
• Estabeleça regras simples e objetivas: com isso, você poderá focar melhor em seus objetivos;
• Faça planejamentos: isso fará com que não haja por impulso e minimize frustrações;
• Tente incluir na sua rotina exercícios físicos: eles são farão com que você gaste mais energia e tenha menos agitação motora;
• Confira as suas tarefas: a desatenção pode fazer com que você cometa pequenos erros comuns. A conferência possibilitará a identificação para corrigi-los;
• Seja paciente: “faça atividades que te deixam relaxado e paciente, ouvir uma boa música, tomar um banho quente, deitar em uma rede, praticar yoga, por exemplo”, recomenda Marcella.