François Marie Arouet, conhecido como Voltaire, nasceu em Paris em 21 de novembro de 1694. De família aristocrática, teve uma educação de excelente qualidade, estudou política, direito, filosofia e latim. Escreveu, além das obras filosóficas, poesias, textos, peças teatrais e ensaios.
Ao lado de Rousseau e Montesquieu, foi um dos mais importantes e conhecidos filósofos iluministas. Os iluministas defendiam a educação racional para que os cidadãos pudessem se afastar dos estilos de vida fortemente religiosos e medievais que figuravam nas sociedades europeias.
Voltaire defendia o progresso, a ciência, a racionalidade e acima de tudo, a liberdade de expressão. Por conta da defesa ferrenha pela liberdade de expressão, Voltaire foi apelidado entre seus colegas de polemista e satírico, pois expunha suas opiniões e críticas às instituições e aos dogmas religiosos.
Em sua maioria, as obras do francês voltavam-se, no geral, para as questões sociais e políticas da filosofia, tanto que os textos de Voltaire influenciaram os pensadores da Revolução Francesa, de 1789, e da Independência dos Estados Unidos, em 1783.
Nas obras de Voltaire encontram-se:
O filósofo francês foi defensor de uma teoria que gerou polêmica e controvérsias em sua obra: o poligenismo. Voltaire defendia a ideia de que cada variação da raça humana teria uma origem distinta. Tal posicionamento foi criticado por Montesquieu, por outros pensadores iluministas e, também, por outros filósofos.
A polêmica sobre as origens distintas das raças humanas foi parcialmente solucionada quando Montesquieu afirmou que, apesar de muitos erros, Voltaire estava sempre certo ao criticar os defensores da escravidão e ao lutar contra ela.
A visão poligenista foi importante, no entanto, colaborou para a rejeição do autor à ideia católica de que os homens teriam surgido a partir de um único casal: Adão e Eva.
Além de ter lançado duras críticas à igreja e ao clero, Voltaire criticou também o islamismo e o judaísmo. As ideias e crenças difundidas pelas três religiões patriarcais eram por ele consideradas formas de imposição da fé e das crenças.
As opiniões de Voltaire sobre a política também eram bem fortes e polêmicas. O filósofo interpretava a burguesia francesa como sendo ineficiente, parasita e corrupta. A igreja, na visão de Voltaire, era apresentada como extremamente opressora e responsável por impor dogmas e religião.
As críticas políticas mais fortes, foram, no entanto, tecidas contra a democracia e aos governos democráticos.
O pensador afirmava que a democracia servia apenas para aumentar a quantidade de pobres e analfabetos, bem como para perpetuar a ignorância dos cidadãos.
Voltaire era a favor de uma “monarquia esclarecida”, com um rei capaz de realizar mudanças significativas, já que considerava que os cidadãos mais abastados jamais seriam capazes de fazer as mudanças necessárias.
Ao longo da vida, Voltaire, no entanto, mudou de ideia e passou a defender que as mudanças deveriam ser realizadas pelo próprio povo. A mudança aconteceu após presenciar as práticas despóticas e pouco eficientes do rei prussiano, Frederico, o Grande, de quem Voltaire era amigo pessoal.
“O gênero humano é de tal ordem que não pode subsistir, a menos que haja uma grande infinidade de homens úteis que não possuam nada.”
(Dicionário filosófico, verbete Igualdade)
“O comércio, que enriqueceu os cidadãos na Inglaterra, contribuiu para os tornar livres, e essa liberdade deu por sua vez maior expansão ao comércio; daí se formou o poderio do Estado.”
(Cartas inglesas)
Sobre os trechos de Voltaire, é correto afirmar que o autor