As capitanias hereditárias foram um modelo de administração e colonização adotado por Portugal no Brasil em 1534, durante o reinado de D. João III.
Suas práticas visavam reduzir custos e acelerar a ocupação do território diante de ameaças estrangeiras e da necessidade de estimular a produção (especialmente açúcar).
Nesse sistema, o rei dividiu o litoral em grandes faixas chamadas capitanias e as concedeu a particulares — os donatários — por meio de Cartas de Doação e Forais, que estabeleciam direitos, deveres e limites.
A experiência teve resultados desiguais. Algumas capitanias prosperaram, como Pernambuco e São Vicente, enquanto outras fracassaram por falta de recursos, conflitos com povos indígenas, má gestão e isolamento geográfico.
Diante dessas dificuldades, a Coroa centralizou parte da administração com a criação do Governo-Geral em 1548 e a fundação de Salvador em 1549, sem extinguir de imediato as capitanias, mas reduzindo sua autonomia.

Em resumo:
- Entender as capitanias ajuda a explicar a formação inicial do Brasil colonial, a expansão da economia açucareira, o uso de mão de obra (indígena e, depois, africana escravizada) e a progressiva centralização do poder pela metrópole.
Pontos importantes
- Criadas em 1534 para ocupar, defender e produzir no litoral brasileiro.
- Donatário tinha poderes amplos, mas sob forais e obrigações à Coroa.
- Sucessos pontuais (Pernambuco, São Vicente) e muitos fracassos iniciais.
- Açúcar impulsionou engenhos, sesmarias e mão de obra escravizada.
- Governo-Geral (1548–1549) centralizou e profissionalizou a administração.
