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Quem Descobriu a América? Entenda o descobrimento!

História do Brasil - Manual do Enem
Maria Clara Cavalcanti Publicado por Maria Clara Cavalcanti
 -  Última atualização: 15/3/2024

Introdução

O chamado descobrimento da América se deu quando Cristóvão Colombo, navegador à serviço da monarquia espanhola, chegou à América em 12 de outubro de 1492, ao aportar nas Bahamas buscando uma nova rota para as Índias. Este evento marcou o começo da expansão europeia no Novo Mundo.

Colombo acreditava que havia chegado às Índias. Só após mais três viagens, já em 1504, as frotas espanholas constatam que o território descoberto se tratava, na realidade, de um Novo Mundo.

O processo de Descobrimento da América só foi possível porque os reinos monárquicos europeus em geral, desde o final da Idade Média, passaram a investir na atividade mercantil.

Os europeus ampliaram seus conhecimentos nas técnicas de navegação e fortaleceram a expansão marítima.

Além disso, a formação da Espanha como Estado monárquico centralizado iniciou as grandes navegações, empreendidas por este reino ao financiar a expedição proposta por Colombo.

O Descobrimento da América inaugurou um tempo em que as relações políticas, sociais e econômicas entre os povos do ocidente foram significativamente modificadas.

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Índice

Contexto Histórico

A formação da Espanha:

A formação da monarquia nacional da Espanha foi um fator fundamental para o Descobrimento da América.

Quando os reinos independentes de Leão, Aragão e Castela são unificados pelo casamento de Fernando de Aragão e Isabel de Castela e Leão, em 1469, começa a se desenhar o que viria a ser o Estado centralizado da Espanha.

Foram reunidos recursos que possibilitaram as grandes navegações empreendidas por essa nação.

Um dos motivos que levaram à união dos reinos foi a tentativa de reunir forças para as chamadas Guerras de Reconquista, que tinham por finalidade expulsar os muçulmanos da Península Ibérica.

Enquanto desde o começo do Século XV, Portugal já se dedicava a desbravar os mares em busca de novas rotas comerciais e mercados consumidores, a Espanha ainda priorizava por concentrar suas energias na expulsão dos mouros.

Consequentemente, no ano em que a última região sob domínio muçulmano, Granada, é conquistada pelos espanhóis, em 1492, os reis da Espanha decidem por financiar a primeira expedição da expansão marítima espanhola, comandada por Cristóvão Colombo.

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As investidas de Cristóvão Colombo

É no século XV, a partir do desenvolvimento da ciência durante o Renascimento Cultural, que a ideia de que a Terra é plana começa a se desconstruir, dando espaço a perspectiva de que o planeta é esférico.

Colombo, irmão de um cartógrafo do reino português, em contato com esse conhecimento, passou a defender a possibilidade da chegada ao Oriente por rotas no Ocidente, perseguindo o pôr do sol.

É bem verdade que essa perspectiva foi rechaçada pela Igreja Católica neste momento, uma vez que teria bases nas tradições árabes e judaicas, o que quase custou ao navegador a condenação à fogueira da Inquisição em 1486.

Insistindo em sua rota até às Índias, com base no mapa desenvolvido pelo Florentino Toscanelli, Colombo requisita poder junto a Portugal para realização dessa navegação.

Seu pedido é negado por D. João II que estava determinado a direcionar os esforços marítimos portugueses para chegar às Índias através do Périplo Africano.

Somente em 1492, em uma segunda tentativa, Cristóvão Colombo consegue angariar o apoio dos reis espanhóis Isabel de Castela e Leão e Fernando de Aragão, e parte das Ilhas Canárias com três embarcações (Pinta, Nina e Santa Maria), com o objetivo de chegar ao Oriente.

Índias não, América!

Nos anos que seguiram o Descobrimento da América, Colombo permaneceu acreditando que havia chegado às Índias. Liderou novas incursões, com o objetivo de encontrar o mercado indiano.

Essas tentativas o fizeram aportar, entre 1493 e 1500, nas regiões que hoje são Cuba, Jamaica, Haiti, República Dominicana, Martinica, Dominica, Guadalupe, Porto Rico, Ilha de Trinidad, até a costa norte da América do Sul.

Em sua última viagem, Colombo ainda acreditava que encontraria o caminho que o levaria para o acesso ao comércio de especiarias.

Somente em 1504, Américo Vespúcio apontou para o fato de que aquele era um novo continente. Em 1513, Nunes Balboa confirmou a teoria de Américo e prestou uma homenagem ao navegador, dando seu nome ao continente encontrado: a América.

Os conquistadores europeus deram o nome de Novo Mundo para as terras encontradas e depararam-se com um território heterogêneo quanto a sua organização social: existiam tanto povos nômades e dispersos, como impérios centralizados (o caso dos Império Asteca e Império Inca).

A Colonização da América

Após a chegada de Colombo na América, têm-se início o processo de colonização do continente.

A primeira colônia permanente foi fundada pelos espanhóis, na Ilha de Hispaniola. Poucas décadas depois, os espanhóis avançaram para as Ilhas do Caribe e Peru.

Além disso, em 1500 acontece o Descobrimento do Brasil por Portugal e as potências inglesa, francesa e holandesa também estabelecem colônias no continente americano.

Esse é um momento importante para a história global, uma vez que a exploração econômica desses novos territórios, a descoberta de matérias primas rentáveis, o desenvolvimento da mineração e o contato com povos nativos estabeleceu novas relações no Ocidente.

É importante lembrar também que o Descobrimento da América foi o começo de um dos maiores genocídios da história da humanidade, com o extermínio de pelo menos 90 milhões de nativos.

É nesse contexto que os processos de escravidão se restabelecem e reinventam, uma vez que os europeus passaram a buscar no continente africano mão-de-obra para trabalhar forçadamente nas colônias.  

Exercício de fixação
Passo 1 de 3
ENEM/2009

A formação dos Estados foi certamente distinta na Europa, na América Latina, na África e na Ásia. Os Estados atuais, em especial na América Latina — onde as instituições das populações locais existentes à época da conquista ou foram eliminadas, como no caso do México e do Peru, ou eram frágeis, como no caso do Brasil —, são o resultado, em geral, da evolução do transplante de instituições europeias feito pelas metrópoles para suas colônias. Na África, as colônias tiveram fronteiras arbitrariamente traçadas, separando etnias, idiomas e tradições, que, mais tarde, sobreviveram ao processo de descolonização, dando razão para conflitos que, muitas vezes, têm sua verdadeira origem em disputas pela exploração de recursos naturais. Na Ásia, a colonização europeia se fez de forma mais indireta e encontrou sistemas políticos e administrativos mais sofisticados, aos quais se superpôs. Hoje, aquelas formas anteriores de organização, ou pelo menos seu espírito, sobrevivem nas organizações políticas do Estado asiático.

(GUIMARÃES, S. P. Nação, nacionalismo, Estado. Estudos Avançados. São Paulo: EdUSP, v. 22, n.o 62, jan.- abr. 2008 (adaptado))

Relacionando as informações ao contexto histórico e geográfico por elas evocado, assinale a opção correta acerca do processo de formação socioeconômica dos continentes mencionados no texto:

A Devido à falta de recursos naturais a serem explorados no Brasil, conflitos étnicos e culturais como os ocorridos na África estiveram ausentes no período da independência e formação do Estado brasileiro.
B A maior distinção entre os processos histórico- formativos dos continentes citados é a que se estabelece entre colonizador e colonizado, ou seja, entre a Europa e os demais.
C À época das conquistas, a América Latina, a África e a Ásia tinham sistemas políticos e administrativos muito mais sofisticados que aqueles que lhes foram impostos pelo colonizador.
D Comparadas ao México e ao Peru, as instituições brasileiras, por terem sido eliminadas à época da conquista, sofreram mais influência dos modelos institucionais europeus.
E O modelo histórico da formação do Estado asiático equipara-se ao brasileiro, pois em ambos se manteve o espírito das formas de organização anteriores à conquista.
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