O século XV foi marcado pelas expansões marítimas europeias. Estas, foram inauguradas pelo Estado Absolutista Português, formado no final da crise do feudalismo, momento em que o caos gerado pela peste negra, a falta de metais, revoltas camponesas e a alta inflação obrigaram Portugal a buscar mercados fora do continente Europeu.
As primeiras expedições portuguesas conquistaram Ceuta em 1415, o que iniciou o processo de consolidação das colônias portuguesas no litoral do continente africano.
Posteriormente, já quase no final do século XV, com a unificação das coroas de Castela e Aragão, a Espanha também passou a buscar novas rotas comerciais.
É nesse contexto que os reis católicos de Castela aceitaram financiar a expedição de Cristóvão Colombo, que tinha por objetivo chegar às Índias. Ele, entretanto, acabou aportando nas Américas, em 1492.
Sem dúvida, o processo de expansão marítima em busca de territórios fora do continente Europeu gerou profundas tensões e disputas, tornando necessárias medidas e acordos - como o Tratado de Tordesilhas - que mediassem as rivalidades políticas surgidas.
Essa não foi, entretanto, a primeira tentativa de repartição de territórios, como veremos a seguir.
🎓 Você ainda não sabe qual curso fazer? Tire suas dúvidas com o Teste Vocacional Grátis do Quero Bolsa 🎓
Tratado de Alcáçovas
O primeiro tratado que incluiu definições de posse de terras extra-europeias, nesse período, foi o Tratado de Alcáçovas, assinado entre Portugal e Castela, em 1479.
O motivo do tratado foram as anteriores disputas pelo trono do Reino de Castela, a chamada Guerra de Sucessão Castelhana (1475- 1479).
Após a morte de Henrique IV, passaram a disputar o trono sua irmã, Isabel I, e sua filha, Joana, A Beltraneja. O então rei português, Afonso V, se envolveu nessa disputa - com pretensões de conquistar a Coroa castelhana - e apoiou Joana, propondo-lhe aliança a partir do casamento.
Entretanto, esse conflito teve fim com a assinatura do Tratado das Terçarias de Moura que se definiu a favor de Isabel I.
Ao mesmo tempo, o Tratado de Alcáçovas foi assinado com a finalidade de pôr fim às disputas entre os reinos de Castela e Portugal. No que confere às divisões territoriais, o tratado definiu as zonas de influência de cada reino, garantindo à Castela o domínio sobre as Ilhas Canárias e, à Portugal, a exploração das terras ao sul.
🎯 Simulador de Notas de Corte Enem: Descubra em quais faculdades você pode entrar pelo Sisu, Prouni ou Fies 🎯
Bula Inter Coetera
A expansão marítima espanhola e a chegada de Cristóvão Colombo às Américas delineou novas questões para as disputas territoriais na época, despertando no Reino de Castela a necessidade de proteção legal de seus domínios recém conquistados.
Para isso, os reis católicos de Castela recorreram ao papa Alexandre VI, que acabou por criar a chamada Bula Inter Coetera, em 1493.
A bula criou um meridiano localizado 100 léguas a oeste de Cabo Verde, sendo todo o território à oeste do meridiano pertencente aos castelhanos e, a leste, aos portugueses.
Nessa divisão, os portugueses não tinham direito a nenhum território nas Américas. Seu “lado” era composto, majoritariamente, por água e, ainda, dificultava sua navegação no Atlântico. Insatisfeito com a medida, D. João II decidiu negociar diretamente com os reis de Castela, resultando, posteriormente, no Tratado de Tordesilhas.
📝 Você quer garantir sua nota mil na Redação do Enem? Baixe gratuitamente o Guia Completo sobre a Redação do Enem! 📝