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Revolta da Vacina

História do Brasil - Manual do Enem
Maria Clara Cavalcanti Publicado por Maria Clara Cavalcanti
 -  Última atualização: 28/7/2022

Introdução

A Revolta da Vacina foi um movimento popular que aconteceu no Rio de Janeiro, então capital da República, em novembro de 1904, durante a Primeira República. A Revolta teve como estopim a obrigatoriedade da vacina anti-varíola, mas suas causas remontam a um contexto político, social e econômico mais complexo, como veremos aqui.   

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Índice

Contexto Histórico

Os primeiros anos da República no Brasil significaram o enquadramento do país na Nova Ordem Econômica Mundial. Ou seja, foram as muitas as tentativas que visavam inserir o Brasil na nova lógica capitalista e burguesa que se instaurou em grande parte do mundo. Nesse período, era a República das Oligarquias e o setor cafeeiro que estavam à frente desse processo.

Desde o governo de Prudente de Moraes, já haviam movimentos revoltosos por parte da população. Isso porque os primeiros anos da República não garantiram melhorias efetivas na vida da maior parte das pessoas no país, especialmente a parcela negra e majoritariamente pobre.

Os movimentos de oposição se intensificaram durante o governo de Campos Sales, entre 1898 e 1902. Campos Sales, com a intenção de enquadrar o Brasil na Nova Ordem Econômica Mundial, empreendeu um projeto de “saneamento econômico”, que pretendia recuperar a situação econômica do país.

Para isso, renegociou a dívida externa brasileira com banqueiros ingleses, no chamado “Funding loan”. Nessa nova negociação, foram estendidos os prazos de pagamento da dívida e foram concedidos novos empréstimos.

Nos termos do acordo, constava o comprometimento do Brasil com medidas deflacionárias e de arrocho econômico interno. Isso significou um profundo processo que incluiu cortes de gastos, demissão de funcionários, criação e aumento de impostos. Essas medidas favoreceram o setor cafeeiro, abastado com os recursos do empréstimo.

Entretanto, afetaram negativamente as vidas dos trabalhadores urbanos, levando um grande contingente de pessoas ao desemprego e à miséria. Consequentemente, a insatisfação da população aumentou muito nesse período.

O sucessor de Campos Sales, Rodrigues Alves (1902-1906) deu continuidade às medidas do governo anterior. Além disso, instituiu como uma de suas principais diretrizes a modernização da zona portuário no Rio de Janeiro, medida indissociável da realização de uma reforma urbana. Para isso, concedeu amplos poderes ao então prefeito da cidade, Pereira Passos.

A intenção desse projeto era tornar o Rio de Janeiro uma cidade atrativa para investimentos estrangeiros, uma espécie de “vitrine do Brasil”. Sendo assim, foram demolidas inúmeras moradias populares e cortiços da cidade. Essas medidas provocaram o deslocamento de grande parte da população para áreas periféricas.

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Lei da Vacinação Obrigatória

Para reformar o porto e a capital, os governantes empreenderam projetos para acabar com as doenças que assolavam a população, como a varíola e a febre amarela. Neste sentido, foi criada uma campanha sanitarista desenvolvida pelo médico Oswaldo Cruz. Apoiado pelo Congresso Nacional, Oswaldo Cruz conseguiu aprovar a Lei de Vacinação Obrigatória. 

A Lei tornou a vacina obrigatória para toda população, mas não esclareceu a ninguém o que era a campanha sanitarista, quais eram os seus objetivos e, muito menos, o que continham as vacinas que eram injetadas nas pessoas.

Na aplicação da Lei, agentes sanitários literalmente invadiam as casas do povo, injetando a vacina, muitas vezes, contra a vontade das pessoas.

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A Revolta da Vacina

Se, desde o governo de Campos Sales, as medidas estatais não beneficiaram a população, os despejos empreendidos por Pereira Passos vieram a agravar a insatisfação do povo no Rio de Janeiro. A Lei da Vacinação Obrigatória foi o estopim que levou à chamada Revolta da Vacina. 

Durante 5 dias, a população enfrentou as tropas do governo na cidade do Rio de Janeiro. Ao final desses 5 dias, a forte repressão aos envolvidos pôs fim à Revolta. Entretanto, conquistaram a revogação da Lei da Vacinação Obrigatória, que levou ao desmanche total do movimento.

Bonde depredado pela população da cidade do Rio de Janeiro, durante os distúrbios causados pela Revolta da Vacina (1904).Bonde depredado pela população da cidade do Rio de Janeiro, durante os distúrbios causados pela Revolta da Vacina (1904).

Charge produzida dias antes da Revolta da Vacina.Charge produzida dias antes da Revolta da Vacina.

Exercício de fixação
Passo 1 de 3
ENEM/2011

A imagem representa as manifestações nas ruas da cidade do Rio de Janeiro, na primeira década do século XX, que integraram a Revolta da Vacina. Considerando o contexto político-social da época, essa revolta revela:

A a insatisfação da população com os benefícios de uma modernização urbana autoritária.
B a consciência da população pobre sobre a necessidade de vacinação para a erradicação das epidemias.
C a garantia do processo democrático instaurado com a República, através da defesa da liberdade de expressão da população.
D o planejamento do governo republicano na área de saúde, que abrangia a população em geral.
E o apoio ao governo republicano pela atitude de vacinar toda a população em vez de privilegiar a elite.
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