Os primeiros anos da República no Brasil significaram o enquadramento do país na Nova Ordem Econômica Mundial. Ou seja, foram as muitas as tentativas que visavam inserir o Brasil na nova lógica capitalista e burguesa que se instaurou em grande parte do mundo. Nesse período, era a República das Oligarquias e o setor cafeeiro que estavam à frente desse processo.
Desde o governo de Prudente de Moraes, já haviam movimentos revoltosos por parte da população. Isso porque os primeiros anos da República não garantiram melhorias efetivas na vida da maior parte das pessoas no país, especialmente a parcela negra e majoritariamente pobre.
Os movimentos de oposição se intensificaram durante o governo de Campos Sales, entre 1898 e 1902. Campos Sales, com a intenção de enquadrar o Brasil na Nova Ordem Econômica Mundial, empreendeu um projeto de “saneamento econômico”, que pretendia recuperar a situação econômica do país.
Para isso, renegociou a dívida externa brasileira com banqueiros ingleses, no chamado “Funding loan”. Nessa nova negociação, foram estendidos os prazos de pagamento da dívida e foram concedidos novos empréstimos.
Nos termos do acordo, constava o comprometimento do Brasil com medidas deflacionárias e de arrocho econômico interno. Isso significou um profundo processo que incluiu cortes de gastos, demissão de funcionários, criação e aumento de impostos. Essas medidas favoreceram o setor cafeeiro, abastado com os recursos do empréstimo.
Entretanto, afetaram negativamente as vidas dos trabalhadores urbanos, levando um grande contingente de pessoas ao desemprego e à miséria. Consequentemente, a insatisfação da população aumentou muito nesse período.
O sucessor de Campos Sales, Rodrigues Alves (1902-1906) deu continuidade às medidas do governo anterior. Além disso, instituiu como uma de suas principais diretrizes a modernização da zona portuário no Rio de Janeiro, medida indissociável da realização de uma reforma urbana. Para isso, concedeu amplos poderes ao então prefeito da cidade, Pereira Passos.
A intenção desse projeto era tornar o Rio de Janeiro uma cidade atrativa para investimentos estrangeiros, uma espécie de “vitrine do Brasil”. Sendo assim, foram demolidas inúmeras moradias populares e cortiços da cidade. Essas medidas provocaram o deslocamento de grande parte da população para áreas periféricas.
🎓 Você ainda não sabe qual curso fazer? Tire suas dúvidas com o Teste Vocacional Grátis do Quero Bolsa 🎓