Na Antiguidade Oriental nasceram as primeiras civilizações, nos meados dos anos 3.000 a.C. Uma delas foi o Egito, que foi uma das maiores civilizações do mundo antigo. O seu início é estimado em 3.200 a.C.
O Egito foi chamado de a “dádiva do Nilo” pelo historiador grego Heródoto, refletindo o coração de toda a civilização egípcia: o Rio Nilo.
O Egito Antigo era extremamente dependente das águas do Nilo. O rio era responsável por tornar a região árida e seca do norte africano em uma área fértil e apta para o plantio. As cheias dos Nilo eram recorrentes, o que facilitou a estabilização do reino do Egito.
Assim, o Egito Antigo durou quase 3.000 anos. Foi alvo de diversas invasões durante sua existência, mas manteve sua independência política até às invasões que modificaram radicalmente a cultura egípcia:
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O reino do Egito começou com a unificação de nomos, que eram comunidades independentes umas das outras, e que primeiro se fixaram no vale do rio Nilo. A unificação foi entre os nomos da região do Alto Egito (sul do rio Nilo) e Baixo Egito (delta do rio Nilo).
A unificação foi liderada por Menés, que era o líder do nomo do Alto Egito e veio a se tornar o primeiro faraó (rei do Egito). Esse evento deu início ao peŕiodo do Antigo Império, que durou mais de mil anos.
Durante essa fase, houve a organização de um sistema monárquico, com os poderes concentrados nas mãos do faraó, considerado uma figura divina. O governo era teocrático, isto é, a política e as leis eram submetidas à religião do reino.
Nesta fase também foram erguidas, pelos faraós da 4ª dinastia (os principais foram Queóps, Quéfren e Miquerinos), as grande pirâmides de Gizé, que se tornaram símbolos da civilização egípcia.
O período do Antigo Império foi, em sua maioria, estável. Teve uma pequena instabilidade com a revolta dos nomarcas (chefes dos nomos), o que levou a conflitos internos e desorganização da produção. O Egito só sofreu sua primeira invasão no período do Médio Império.
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Esse período foi marcado pelo desenvolvimento de novas técnicas de irrigação, elaboradas pelas XII dinastia. Essas novas técnicas levaram a uma expansão da área de cultivo e trouxeram prosperidade para o reino.
Contudo, este período também foi marcado pela invasão de povos da Ásia, chamados de hicsos. Eles dominaram territórios do Egito por conta do seu uso de carros de guerra e armas de ferro. Os hicsos se estabeleceram no delta do Nilo e isolaram os faraós em Tebas, que era a capital do Egito durante o Médio Império. Essa invasão permaneceu por dois séculos, até o período do Novo Império.
A dominação pelos hicsos levou a um impulso militarista pelo faraó Amósis I, que resultou na expulsão dos hicsos do território egípcio e na escravização dos hebreus. Isso abriu portas para a expansão do Império Egípcio.
No governo do faraó Tutmés II (1480 a.C. -1448 a.C.) se deu a maior expansão do império, levando o domínio egípcio até o rio Eufrates, na Mesopotâmia.
Ramsés II (1295 a.C. - 1225 a.C.), expandiu o domínio do Egito até a região da Palestina e da Síria. O Egito passa a ter um caráter militarista e expansionista, tornando-se o primeiro império mundial. E, assim, vive o seu apogeu até 1100 a.C., período onde o faraó perde poder e inflûencia, sofrendo insubordinações de seus sacerdotes e exércitos, o que levou a perda do comando para os assírios, em 622 a.C.
Vale ressaltar que, durante este período, também houve uma revolução religiosa pelo faraó Amenófis IV (1377 a.C. - 1358 a.C.), passando de uma religião politeísta para monoteísta, cultuando apenas o deus Aton. Amenófis chegou a mudar o seu nome para Akhenaton, que significa “aquele que agrada Aton”. Após sua morte, os sacerdotes anularam essa mudança, restabelecendo o politeísmo novamente
Em 650 a.C., Psamético I expulsou os assírios do Egito, levando ao último período de independência política do Egito até o século XX.
O período de 650 a.C. a 525 a.C. foi próspero e trouxe um grande crescimento econômico. Contudo, durou pouco, já que em menos de um século depois o Egito foi dominado pelo Império Persa, perdendo sua autonomia política.
Após o domínio do Império Persa, muitos outros impérios dominaram o Egito, como os macedônios (em 323 a.C.), que integraram o Egito no mundo helenístico, sob a dinastia dos Ptolomeus.
Depois, o Egito foi dominado por Augusto (em 30 a.C.), o primeiro imperador de Roma, tornando-se uma província do Império Romano. A nação permaneceu nesta condição até o sucessor do Império Romano, o Império Bizantino, dominar o Egito.
Após o domínio bizantino, o exército árabe conquistou o Egito (em 639), aplicando reformas profundas, estabelecendo a cultura árabe e até a sua língua no território.
O Egito foi conquistado, também, pelo Império Otomano, em 1517, após o domínio árabe.
Na Idade Moderna, o Egito foi ocupado pela França de Napoleão, de 1798 a 1801. Sua posição era estratégica para o comércio entre Europa, África e Ásia.
Em 1869, houve a abertura do Canal de Suez, que conectava o Mar Vermelho ao Mediterrâneo, o que aumentou a posição estratégica comercial do Egito. Assim, em 1882, o Reino Unido ocupou o Egito, exercendo uma grande influência no seu governo até o pós-Segunda Guerra Mundial, na década de 1950, quando finalmente alcançou novamente a sua independência política.
A economia do Egito Antigo tinha como principal atividade a agricultura, ligada diretamente à dependência das águas do rio Nilo. Eram cultivados, majoritariamente, trigo e cevada, mas também cultivavam-se frutas, verduras, legumes, linho e papiro (papel egípcio).
Os egípcios eram autosuficientes, então não havia uma atividade comercial ligada a sua produção. A autossuficiência atingia todos os setores necessários para a sobrevivência do reino, como alimentos e matérias primas (cobre, ferro e ouro).
A sociedade egípcia era estratificada e não possuía nenhuma mobilidade (por exemplo, um camponês não poderia se tornar um sacerdote ou um nobre). Ela seguia uma forma de pirâmide social, onde no topo se encontravam o faraó e sua família, seguidos pelos sacerdotes e nobreza, depois pelos militares e escribas e, por fim na base, os camponeses e escravos.
Os camponeses e escravos tinham a função de mão de obra de cultivo e de construção. Os sacerdotes eram responsáveis pelo exercício da religiosidade no Império Egípcio, que era um dos traços mais marcantes da cultura do Egito, e daí se dá a sua superioridade social.
A religião egípcia tinha um caráter politeísta (crença em diversos deuses). Seus deuses tinham características de homens misturados com animais (antropozoomorfismo), um exemplo disso é Anubis. A religião tinha um fator muito importante no império do Egito, já que o governo era teocrático, ou seja, o faraó era visto como uma divindade, e sua leis e modo de governar condiziam com os costumes e leis religiosas.
A crença na ressurreição era forte, o que levou ao desenvolvimento de técnicas de mumificação e a construção das pirâmides.
O Egito Antigo era conhecido por sua forte religião. Quais eram as suas características?