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Revolução Industrial

História Geral - Manual do Enem
Otávio Spinace Publicado por Otávio Spinace
 -  Última atualização: 28/7/2022

Índice

Introdução

A partir de meados do século XVIII, a Inglaterra passou por transformações que afetaram todo o seu sistema produtivo. Essas mudanças, que posteriormente chegaram a outros países europeus e de outros continentes, foram tão significativas que ficaram conhecidas como Revolução Industrial.

Desde então, o processo iniciado na Inglaterra passou por transformações que influenciaram na construção do mundo contemporâneo.

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As razões do pioneirismo inglês

No século XVIII, a Inglaterra já era uma grande potência econômica, construída principalmente por seu domínio ultramarino, que havia viabilizado uma importante expansão comercial nas décadas anteriores.

Naquele momento, a sociedade europeia já havia vivenciado sua revolução científica e via o surgimento de avanços tecnológicos como a máquina a vapor, patenteada em 1769 por James Watt. Entretanto, os acontecimentos que desencadearam a Revolução Industrial na Inglaterra não se resumem a simples existência de máquinas, que já faziam parte do cotidiano europeu há algum tempo.

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Vejamos, então, quais foram as condições que permitiram essas mudanças

Atos de navegação

Essas medidas, tomadas por Oliver Cromwell ainda no século XVII, previam que os produtos importados pela Inglaterra seriam transportados por navios ingleses, ou dos próprios países que vendiam as mercadorias.

Isso fez com que, em algumas décadas, a marinha mercante britânica se tornasse a mais importante do mundo, permitindo o desenvolvimento econômico da Inglaterra e a acumulação de capital que seria necessária para a indústria. A expansão naval também seria fundamental para comercializar seus novos produtos industrializados. 

Cercamentos

Como o próprio nome sugere, a política de cercamentos consistia na colocação de cercas no entorno das grandes propriedades rurais, transformando áreas que antes eram de uso comum, e serviam como meio de subsistência de muitos camponeses, em propriedades privadas.

Com isso, camponeses pobres migraram em massa para as cidades em busca de meios de sobrevivência, e acabaram fornecendo a mão de obra que seria utilizada na indústria nascente. 

Revolução Gloriosa

Por meio de sua revolução burguesa, a primeira da Europa, a Inglaterra pôde implantar medidas econômicas, inspiradas nos princípios do livre comércio defendidos pela burguesia, que beneficiavam a competitividade dos produtos ingleses pelo uso de máquinas e pela produção em escala

Características

Apresentadas as condições que permitiram o desenvolvimento industrial pioneiro da indústria na Inglaterra, podemos delimitar também suas principais características. 

Indústria têxtil

Os principais produtos que caracterizaram o início da Revolução Industrial foram os tecidos produzidos em máquinas a vapor. As novas fábricas inglesas eram capazes de produzir em quantidade imensamente maior do que a produzida nas antigas oficinas, proporcionando maior competitividade aos produtos britânicos no mercado externo

Matéria-prima

Sendo a indústria têxtil a principal beneficiada nos novos processos de produção, as principais matérias-primas utilizadas eram a lã, adquirida nas próprias fazendas da Inglaterra, e o algodão, buscado principalmente nas regiões coloniais da América. 

Fontes de energia

Inicialmente, o carvão vegetal era utilizado para movimentar as máquinas da nova indústria. Entretanto, ainda no século XVIII houve a substituição para o carvão mineral, que atendia melhor às necessidades da indústria e existia em grandes quantidades na Inglaterra. 

A sociedade industrial

A Revolução Industrial, em conjunto com as revoluções burguesas, consolidou um novo modelo de sociedade, não mais pautado em relações de produção feudais, como no Antigo Regime, mas em relações de produção capitalistas.

Este novo tipo de relação, dominante no mundo até os dias de hoje, é baseada na propriedade privada dos meios de produção (máquinas e, em maior escala, fábricas) e no trabalho assalariado. Aqueles que não são possuidores de meios de produção – os trabalhadores – necessitam vender sua força de trabalho para os donos desses meios, chamados de capitalistas.

A situação das cidades e o movimento operário

Com a expansão do trabalho fabril, as grandes cidades passaram a crescer desordenadamente, recebendo cada vez mais trabalhadores em busca emprego. As fábricas transformaram o ambiente urbano: a fumaça que saía das chaminés poluía o ar, enquanto os resíduos industriais eram despejados nos rios, contaminando suas águas.

Além do processo de crescimento demográfico, os salários e as condições de trabalho na indústria eram extremamente precários, levando os trabalhadores a viverem em condições terríveis. O alto custo de vida nas cidades, associado à baixa remuneração dos trabalhadores, acabou resultando no crescimento de grandes áreas de submoradia, onde as famílias viviam sob condições precárias de saúde, higiene e alimentação

Esse processo de pauperização (empobrecimento) e exploração nas fábricas também foi responsável pelo surgimento de um novo ator político no cenário europeu: o movimento operário. Conscientes de sua situação, trabalhadores passaram a se organizar e reivindicar melhores condições de trabalho e remuneração, bem como direitos vinculados a sua atividade profissional e situação social.

Um dos primeiros movimentos foi o Ludismo, que ocorreu na Inglaterra entre 1811 e 1812. As péssimas condições de vida a que eram submetidos os trabalhadores, aliadas ao medo da substituição dos empregados por máquinas cada vez mais sofisticadas, deram origem ao movimento, que ficou famoso por organizar invasões a fábricas e quebrar máquinas como forma de protesto.

Os luditas, como eram conhecidos seus integrantes, foram duramente perseguidos e combatidos pelas autoridades inglesas, marcando a repressão com que o movimento operário seria tratado dali em diante.

O processo de industrialização se espalhou pela Europa e, em meados do século XIX, países como França, Alemanha, Bélgica e Holanda estavam se industrializando. Estados Unidos e Japão também caminhavam para se tornarem países industrializados.

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Segunda Revolução Industrial

A partir da segunda metade do século XIX, novas transformações ocorridas nos processos de produção dos países industrializados deram início ao que é denominada Segunda Revolução Industrial. Entre as mudanças introduzidas, estava a substituição do carvão mineral por novas fontes de energia, como o petróleo e a eletricidade.

Os segmentos industriais também se expandiram, e houve um incremento da chamada indústria de base, como a siderúrgica (produção de aço) e petroquímica (produtos derivados do petróleo)

Essa etapa da industrialização também foi marcada, nas fábricas, pela adoção dos processos de produção em série, como o fordismo (introdução de procedimentos e normas de divisão do trabalho nas fábricas visando expandir ao máximo a produção).

Na esfera do capital, houve a substituição da livre concorrência pelo grande capital monopolista, que dominou setores produtivos inteiros, fundiu indústria e finanças, e passou a ter um controle muito maior sobre os mercados. 

Esse período também é lembrado pela revolução pela qual passaram os meios de transporte, como a adoção dos navios e trens a vapor, e posteriormente pela invenção do automóvel e do avião, que encurtaram distâncias e transformaram a maneira com que os homens viam e se relacionavam com o mundo.

Foi também a época de novos avanços tecnológicos, puxados pela invenção do telégrafo, do telefone, da fotografia, entre outros.

Terceira Revolução Industrial

Alguns pesquisadores defendem também a existência de uma Terceira Revolução Industrial, que teve início na segunda metade do século XX, e passou para um ritmo mais intenso a partir das décadas de 1980 e 1990.

Os processos que caracterizam essa nova etapa da produção industrial são a substituição do antigo modelo fordista, que já dava sinais de esgotamento após sucessivas crises, por modelos inspirados no toyotismo. Essa nova forma de produção teve origem nas fábricas da Toyota, no Japão, em que a antiga especialização do trabalho foi substituída por equipes menores, dominando todas as etapas de produção, capazes de produzir para atender a demanda imediata.

Para reduzir ainda mais os custos, houve uma intensificação do investimento em alta tecnologia nos países desenvolvidos, enquanto grandes empresas instalaram unidades de produção em países subdesenvolvidos, onde a força de trabalho é relativamente barata. 

As transformações significativas na esfera da produção podem ser consideradas para a classificação que acabamos de ver. Alguns estudiosos, no entanto, acreditam se tratar do mesmo processo de desenvolvimento histórico do capitalismo, iniciado no século XVIII, na Inglaterra, que mantém, embora com diferenças, as estruturas sociais criadas pela Revolução Industrial.

Exercício de fixação
Passo 1 de 3
ENEM/2010

“Homens da Inglaterra, por que arar para os senhores que vos mantêm na miséria?
 Por que tecer com esforços e cuidado as ricas roupas que vossos tiranos vestem?
 Por que alimentar, vestir e poupar do berço até o túmulo esses parasitas ingratos que exploram vosso suor — ah, que bebem vosso sangue?”

SHELLEY. Os homens da Inglaterra. Apud HUBERMAN, L. História da Riqueza do Homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1982. 

A análise do trecho permite identificar que o poeta romântico Shelley (1792-1822) registrou uma contradição nas condições socioeconômicas da nascente classe trabalhadora inglesa durante a Revolução Industrial. Tal contradição está identificada 

A na pobreza dos empregados, que estava dissociada da riqueza dos patrões.
B no salário dos operários, que era proporcional aos seus esforços nas indústrias.
C na burguesia, que tinha seus negócios financiados pelo proletariado.
D no trabalho, que era considerado uma garantia de liberdade
E na riqueza, que não era usufruída por aqueles que a produziam.
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