Após a queda do Diretório, o regime do Consulado é estabelecido como nova forma de governo na França. Inicialmente composto por três cônsules, Napoleão acaba ocupando o principal cargo entre eles, o de primeiro-cônsul.
Nesse momento, é realizada uma ampla reforma no Estado francês, judiciária, administrativa, educacional e financeira. Essas reformas foram consolidadas pelo Código Civil, também conhecido como Código Napoleônico, promulgado em 1804, e fundaram as bases para o estabelecimento de um regime capitalista na França. Dentre elas, podemos destacar o princípio de igualdade dos indivíduos perante a lei, o direito à propriedade privada, a liberdade de consciência e o caráter secular do Estado.
As medidas tomadas nesse período também centralizaram o poder de Napoleão, que, em 1802, já havia se tornado cônsul-vitalício e passou a reprimir duramente qualquer oposição que se levantasse a ele.
Em consolidação ao aumento do apoio que vinha recebendo, o regime monárquico foi restabelecido através de um plebiscito em 1804. Em um gesto que se tornou emblemático, durante a cerimônia que o consagraria imperador da França, Napoleão retirou a coroa que receberia do Papa Pio VII e a colocou sobre sua própria cabeça, simbolizando que seu poder não estava submetido ao da Igreja.
“A coroação de Napoleão” (1807), de Jacques Louis David