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Denotação e Conotação

Literatura - Manual do Enem
Laisa Ribeiro Publicado por Laisa Ribeiro
 -  Última atualização: 27/9/2022

Introdução

Se você assistiu ao filme ganhador do Oscar “A forma da água” (2018), pode ter pensado em perguntar ao seu professor de química qual é realmente a forma desse líquido.

Ele provavelmente responderia que a água se adapta e toma forma de acordo com o vasilhame em que é colocada. Isso porque ela é constante e flui livremente, como uma cachoeira. Sabe o que também flui e se adapta, assim com a água? A linguagem!

Por isso, na Língua Portuguesa, uma palavra pode ter muitos significados a depender do contexto em que é usada!

Vamos considerar a palavra “ficar” para exemplificar os seus sentidos distintos nas seguintes situações: você pode dizer que quer ficar em casa e também pode dizer que quer ficar com alguém. A mesma palavra carregando sentidos diferentes.

Mas por que isso acontece? Por que essa palavra tem mais de um significado?

Já sabemos que a linguagem é fluida e que muda constantemente. Para explicarmos melhor essas ocorrências temos que saber o que é denotação e conotação! Elas são figuras de linguagem que atribuem significados diferentes às palavras de acordo com o contexto em que estão sendo usadas.

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Índice

O que é denotação?

Quando você usa a palavra “ficar” para dizer que vai estar em casa, por exemplo, você está usando essa palavra em seu sentido tradicional, ou melhor, no sentido literal. Essa é a denotação.

Mas, em que tipo de texto encontramos sentido denotativo? Normalmente, essa figura é usada em textos formais e que querem passar uma informação direta para o leitor, como uma bula de remédio ou uma reportagem de jornal.

A denotação é usada quando a mensagem precisa ser objetiva.

Para exemplificar, tomemos a música “Diário de um detento”, dos Racionais Mc’s, que há muitas figuras de linguagem de cunho artístico. Mas, como a música foi criada a partir do relato real de um ex-detento, encontram-se versos na canção em que podemos observar a denotação, em que uma mensagem objetiva e real está sendo passada:

O dia tá chuvoso. O clima tá tenso.

Vários tentaram fugir, eu também quero.

O eu lírico está sendo objetivo ao descrever o clima do ambiente – chuvoso – e o clima que reina no sistema penitenciário, uma tensão constante. Além disso, ele deixa nítido seu desejo de fugir da cadeia.

O que é conotação?

Quando você usa a palavra “ficar” no contexto de beijar uma pessoa, você está usando-a no sentido figurado, ou seja,  um sentido daquele que se difere do usual, do literal. 

Essa figura de linguagem geralmente é usada em obras artísticas, como músicas, poemas e outros gêneros literários, mas também se encontra na fala cotidiana, em que damos novos sentidos a palavras já existentes. Além disso, a linguagem conotativa é muito usada em propagandas, uma vez que é muito mais expressiva e trabalha com o lúdico e o efeito criativo.

Nas canções dos Racionais Mc’s, é muito comum encontrar a conotação, uma vez que eles usam muitas figuras de linguagem para atenuar sua arte, uma delas é a metáfora.

Na música “Jesus chorou”, logo nos primeiros versos, encontramos um exemplo:

O que é? O que é?

Clara e salgada

Cabe em olho

E pesa uma tonelada

Em forma de charada, sabemos que o eu lírico está falando de uma lágrima, que é clara e salgada, está dentro do olho e pode pesar uma tonelada, no sentido figurado. A lágrima não pesa uma tonelada no mundo real, mas no mundo emocional. Dependendo da dor de quem chora, ela pode ser sentida como se tivesse tal peso.

Vejamos outros exemplos de emprego da linguagem conotativa:

“O amor é fogo que arde sem se ver” (Camões)

“Por você eu dançaria tango no teto

Eu limparia os trilhos do metrô

Eu iria a pé do Rio a Salvador” (Barão Vermelho)

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Como diferenciar a conotação da denotação?

Vamos para um pequeno exercício:

Nos primeiros versos de “Diário de um detento”, é possível identificar denotação e conotação.

Sim, ambas as figuras estão presentes em apenas alguns versos! As músicas que você gosta de escutar podem te ajudar a estudar nessas análises. Dê uma lida ou, se quiser, ouça a canção e tente identificar tais figuras de linguagem.

São Paulo, dia 1º de outubro de 1992, 8h da manhã.

Aqui estou, mais um dia.

Sob o olhar sanguinário do vigia.

Foi fácil ou foi difícil? Lá vai a resposta, pequeno gafanhoto:

Nos primeiros versos, o eu lírico está descrevendo o lugar, a data e o horário. Bem objetivo, não é? Essa é a denotação.

Todavia, no final, vemos o temível “olhar sanguinário do vigia”. Sabemos que não há realmente sangue nos olhos do policial, mas para expressar a raiva e o ódio em que se percebe, é utilizada a palavra “sanguinário”, pelo contexto, podemos compreender a escolha da palavra e como ela é infinitamente mais expressiva. Essa é a conotação.

Dica: há um macete para não confundirmos as figuras na hora da análise: pensemos que o “d” de denotação é o mesmo que o “d” de dicionário, em que as palavras aparecem no sentido mais específico, dicionarizadas. Dessa maneira, quando pensarmos no sentido conotativo das palavras, saberemos que é o oposto do sentido formal, objetivo. 

Que tal usar esse exercício nas próximas músicas que ouvir ou nos próximos textos que ler na aula de literatura? O treino constante fará você virar um mestre em denotação e conotação!

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Exercício de fixação
Passo 1 de 4
ENEM/2005

O termo (ou expressão) destacado que está empregado em seu sentido próprio, denotativo, ocorre em

A “(....) É de laço e de nó De gibeira o jiló Dessa vida, cumprida a sol (....)” (Renato Teixeira. Romaria. Kuarup Discos. setembro de 1992.)
B “Protegendo os inocentes é que Deus, sábio demais, põe cenários diferentes nas impressões digitais.” (Maria N. S. Carvalho. Evangelho da Trova. /s.n.b.)
C “O dicionário-padrão da língua e os dicionários unilíngues são os tipos mais comuns de dicionários. Em nossos dias, eles se tornaram um objeto de consumo obrigatório para as nações civilizadas e desenvolvidas.”
D "Às vezes eu tenho a impressão... que a bateria dele não acaba!" (O Globo. O menino maluquinho: agosto de 2002)
E “Humorismo é a arte de fazer cócegas no raciocínio dos outros. Há duas espécies de humorismo: o trágico e o cômico. O trágico é o que não consegue fazer rir; o cômico é o que é verdadeiramente trágico para se fazer.”
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