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Dom Quixote: um resumo e exercícios sobre o livro

Literatura - Manual do Enem
Alanis Zambrini Publicado por Alanis Zambrini
 -  Última atualização: 24/7/2023

Índice

Introdução

Dom Quixote de La Mancha é um romance publicado em 1605 e 1615 (na época do renascimento) pelo espanhol Miguel de Cervantes, com o título original de “O Engenhoso Fidalgo Dom Quixote de La Mancha”.

Essa obra é considerada como o primeiro romance moderno, influenciando vários autores que vieram depois de Cervantes, sendo também considerada como um dos melhores livros da Espanha.

O livro ficou tão popular que até hoje ouvimos falar dele. Vemos a figura da personagem em músicas, filmes e desenhos, além de várias referências ao livro. Isso aconteceu devido a uma grande popularização da obra, que foi traduzida em várias línguas e ficou famosa por sua qualidade literária.

Este livro é muito importante justamente por trazer um personagem sonhador que é deslocado no tempo, pois é alguém que, em meio sua loucura, acaba querendo ressuscitar valores que já haviam sido extintos, o que resulta em várias confusões com outras pessoas e diversos episódios divertidos.

Dom Quixote acabou sendo um símbolo do homem sonhador e cheio de ideais, que faz de tudo para alcançar o que deseja e fazer aquilo que acha ser certo e justo.

Resumo da obra

No começa da história, podemos conhecer o nosso protagonista, Dom Quixote, um homem de meia idade que passava seu tempo lendo romances de cavalaria. Ele acabou lendo tanto que enlouqueceu, e passou a confundir fantasia e realidade, resolvendo partir de sua pequena vila e viajar por toda a Espanha em busca de aventuras, como os cavaleiros faziam.

Em meio a esse delírio, Quixote decide usar uma armadura toda enferrujada e montar em seu cavalo Rocinante, que ele acredita ser forte e belo, mas que na verdade é muito magro e fraquinho.

Além disso, o Dom acaba inventando uma amada, pois em todos os romances que leu havia uma mulher pela qual o herói lutava, imaginando, assim, a figura de Dulcineia del Toboso, que seria uma dama muito bela e nobre (sendo que, na verdade, ela foi inspirada numa paixão da juventude de Quixote).

Começando suas aventuras, Quixote vai parar em um albergue, que acredita ser um castelo. Em meio a isso, ele se mete em uma briga com alguns camponeses e acaba ficando muito machucado, além de pedir que o dono do albergue fizesse uma cerimônia para nomeá-lo cavaleiro. Aqui, podemos ver como todas as pessoas ao redor de Quixote não entendem suas fantasias, tiram sarro delas ou acabam tirando proveito do personagem.

Seguindo a história, Quixote acaba convencendo Sancho Pança, um camponês ambicioso, a se juntar na viagem como escudeiro, com promessas de dinheiro e glória. Em meio a isso, Dolores, a sobrinha do protagonista, fica preocupada com o estado da loucura de seu tio e pede ajuda ao padre e ao barbeiro da vila, que decidem queimar todos os livros do fidalgo (o que interpreta como sendo obra de um feiticeiro inimigo, em meio a suas fantasias).

Querendo vingança contra o suposto feiticeiro, ele decide partir novamente, e se depara com várias cenas do cotidiano que acabam se tornando fantásticas em meio aos seus delírios de cavalaria. Assim, ele luta contra moinhos de vento pensando que são gigantes; luta contra dois sacerdotes que levavam uma estátua de santa, pensando que eram feiticeiros sequestrando uma princesa; acaba sendo espancado por vinte homens que aparecem para roubar ele e Sancho; é espancado por pastores de ovelhas quando acha que os rebanhos são dois exércitos; além de libertar alguns prisioneiros, que acabam agredindo e assaltando os dois. 

Após todas essas confusões, Quixote se sente triste por não conseguir ter nenhuma vitória em meio a suas aventuras, e pede para que Sancho entregue uma carta de amor para sua amada Dulcineia. Porém, no caminho, o camponês acaba encontrando o padre e o barbeiro, que o obrigam a revelar onde Quixote está e vão buscá-lo para que ele volte para casa

Porém, as fantasias de cavalaria dele continuam, e logo ele foge mais uma vez. Ao ver alguns atores ambulantes na estrada, acha que eles são demônios, e tenta atacá-los, sendo interrompido pela chegada do Cavaleiro dos Espelhos, que dizia para todos que sua amada era mais bela do que Dulcineia.

Para defender a honra de Dulcineia, Dom Quixote enfrenta o adversário e vence o combate, descobrindo que o Cavaleiro era, na verdade, Sansão Carrasco, um amigo que estava tentando deixá-lo são entrando em suas fantasias.

Mais adiante, Quixote e Sancho conhecem o Duque e a Duquesa, que dizem conhecer seus feitos através de um livro que circulava na região. Em meio a isso, os dois pregam várias peças nos convidados, rindo das alucinações de Quixote e até mesmo nomeando Sancho como governador de um povoado.

Porém, Sancho cansa de seu cargo e decide voltar a ser escudeiro, partindo com Quixote para Barcelona, onde encontram o Cavaleiro da Lua Branca, que afirma que a beleza de sua amada é muito maior do que a de Dulcineia.

Dom Quixote, bravo com o insulto a sua amada, e querendo provar seu amor a ela, acaba duelando com o Cavaleiro da Lua, concordando em deixar a cavalaria e voltar para casa se perdesse o duelo. No final, acaba sendo vencido diante de uma grande multidão. Em meio a isso, descobrimos que o Cavaleiro era o carrasco novamente, que havia feito um plano para salvar Quixote de sua loucura. Humilhado por sua derrota, o protagonista volta para sua casa, mas acaba ficando muito doente e deprimido.

O final da história é muito triste, pois em seu leito de morte, Quixote recupera sua razão e pede desculpas à Dolores e à Sancho Pança por todas as coisas que havia feito em meio aos seus delírios. Após isso, morre, com Sancho ao seu lado.

Personagens principais

Dom Quixote: Protagonista da obra, é um fidalgo de meia idade que, ao ler diversos livros de cavalaria e aventura, acaba enlouquecendo e partindo em diversas aventuras na Espanha, acreditando ser um cavaleiro e um herói.

Sancho Pança: É um homem simples, porém ambicioso, que concorda em ser o escudeiro de Quixote porque este lhe prometeu uma ilha. Sancho é um toque de realidade na história, sempre tentando trazer Quixote para o mundo real, mas tendo um carinho muito grande por ele e se mantendo leal até o fim da história.

Dulcineia del Toboso: É uma personagem inventada por Dom Quixote, inspirada em Aldonza Lorenzo, seu amor de juventude. Ela seria uma bela dama da alta sociedade, sendo a representação da figura da mulher nos romances de cavalaria, pois Quixote percorre toda a Espanha procurando-a e esperando amá-la (criando assim um amor platônico com a figura imaginária).

Rocinante: Cavalo de Quixote, é um pangaré velho e esquelético, mas é visto por seu dono como um alazão grande e forte. Acompanha seu dono durante toda a história.

Dolores: Sobrinha de Quixote, fica muito preocupada com a loucura de seu tio, e pede ajuda para o padre e o barbeiro da vila em que morava para que tentassem fazer Quixote voltar à realidade.

Exercício de fixação
Passo 1 de 3
FGV/2015

“Só para mim nasceu Dom Quixote, e eu para ele: ele para praticar as ações e eu para as escrever (...) a contar com pena de avestruz, grosseira e mal aparada, as façanhas do meu valoroso cavaleiro, porque não é carga para os seus ombros, nem assunto para o seu frio engenho; e a esse advertirás, se acaso chegares a conhecê-lo, que deixe descansar na sepultura os cansados e já apodrecidos ossos de Dom Quixote (...), pois não foi outro o meu intento, senão o de tornar aborrecidas dos homens as fingidas e disparatadas histórias dos livros de cavalarias, que vão já tropeçando com as do meu verdadeiro Dom Quixote, e ainda hão de cair de todo, sem dúvida." (Miguel de Cervantes Saavedra, Dom Quixote de la Mancha, 1991)

Sobre a obra em questão, é correto afirmar que

A Dom Quixote é um homem de valores de cavalaria, instituição típica da modernidade ocidental, com suas aventuras tragicômicas, fruto de suas leituras, que vão do heroísmo à ingenuidade, caracterizando a sensibilidade do homem moderno, mais ligado à ciência e à experiência, em oposição ao primado da fé.
B o homem medieval, representado por Dom Quixote, considera a cavalaria, instituição típica do período, o símbolo dos valores cristãos, como a fé, a honra e a justiça, e vê, na guerra santa, forma de propagar esses valores, em defesa do mundo que crê nas lições dos livros sagrados, sem duvidar das verdades tradicionais.
C a figura trágica de Dom Quixote é a representação do homem do mundo antigo, ou seja, aquele que considera a guerra como missão a fim de louvar os deuses e transformar as ações em mitos, condenando a injustiça e as civilizações frágeis, o que possibilita localizar o texto no final da Antiguidade.
D Cervantes cria Dom Quixote, o cavaleiro andante, um fidalgo cujas proezas o tornam inadequado à época moderna, marcando o limite entre o heroísmo e a fantasia, pois não só aspira a uma missão purificadora do mundo como acredita nela, e revela que, na passagem do homem medieval para o moderno, a cavalaria era algo ultrapassado.
E o texto de Cervantes nos conta a aventura de um fidalgo que, por meio de leituras de livros de cavalaria, torna-se um cavaleiro, uma personagem identificada com os valores medievais, de guerra, honra e justiça, mostrando como, na Idade Moderna, esses valores são importantes, ainda têm lugar e guiam a ação e a consciência do homem moderno.
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