Na carta em que ele denuncia as queimadas, ele cita pela primeira vez um personagem que se tornaria muito importante e famoso em sua obra: o Jeca Tatu. Ele representa os sertanejos do interior de São Paulo.
Figura do sertanejo Jeca Tatu
Monteiro Lobato tem uma visão preconceituosa de que os sertanejos eram pessoas cheias de cansaço e muito preguiçosos. Para ele, eles eram assim porque eram mestiços, ou seja, filhos da união de indígenas com brancos. Nem precisa dizer que essa ideia é muito errada, não é mesmo?
Ele chegou a chamar o Jeca Tatu de urupê, um fungo parasita, para demonstrar como ele via a situação e a essência do povo sertanejo paulista. Os sertanejos idealizados da época de José de Alencar são muito diferentes dos retratados por Monteiro Lobato.
Em sua antologia de contos “Cidades Mortas” (1919), fica bem elucidado essa tentativa de denúncia dos problemas enfrentados pelas tais cidades mortas.
Após o Jeca, Monteiro Lobato acabou se envolvendo com a questão do petróleo no Brasil. Ele era nacionalista e acreditava que o petróleo era do Brasil e deveria ficar no país. Devido às suas posições ideológicas, foi preso pelo governo.
Quer conhecer mais profundamente a figura do Jeca Tatu? Mazzaropi, ator e cineasta brasileiro, interpretou o papel por muitos anos. Assista ao filme “Jeca Tatu”, de 1959, para entender a visão dos sertanejos que Monteiro Lobato tinha.