Os meios para se obter energia têm preocupado a humanidade desde a segunda metade do século XX. Uma das soluções encontradas foi obter energia através dos núcleos atômicos, que gera energia nuclear por meio de reações de fissão nuclear.
A fissão nuclear é um processo em que ocorre a ruptura do núcleo após este ser bombardeado com partículas. A primeira evidência da fissão nuclear ocorreu em 1934, quando os cientistas italianos Enrico Fermi e Emílio Segrè bombardearam átomos de urânio com nêutrons e geraram como produtos quatro espécies radioativas, sendo uma delas o neptúnio, cujo número atômico (Z) é 93.
Os químicos alemães Otto Hahn e Fritz Starssman repetiram essa mesma experiência com o urânio e detectaram, entre os produtos, átomos de bário, que apresentam número atômico pouco maior que a metade do número atômico do urânio. Dessa forma, eles concluíram que o urânio estava fissionado, ou seja, dividido, e nomearam esse processo de fissão nuclear.
A partir de outros experimentos, foi verificado que a fissão ocorre somente com o isótopo 235 do urânio e libera grande quantidade de energia. O núcleo do 235U é dividido em dois outros núcleos radioativos e são produzidos nêutrons livres, como mostra a equação química abaixo.
92U235 + 0n1 → 56Ba140 + 36Kr94 + 2 0n1 + energia
Podem ainda ser formados outros núcleos, diferentes do Ba e do Kr, com números de massa variando de 72 a 158. Observe os seguintes exemplos.
92U235 + 0n1 → 54Xe140 + 38Sr94 + 2 0n1 + energia
92U235 + 0n1 → 56Ba142 + 36Kr91 + 3 0n1 + energia
A partir de uma determinada quantidade de massa, denominada massa crítica, a reação de fissão ocorre em cadeia. Nesse processo, o átomo de urânio (92U235) é atingido por um nêutron e se divide formando dois nêutrons, que atingem outros dois átomos de urânio, que se dividem formando quatro nêutrons, que por sua vez, atingem outros quatro átomos de urânio, formando oito nêutrons, e assim por diante, como mostra a figura abaixo.