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Correntes de Foucault: teoria do poder e vigilância nas instituições

Sociologia - Manual do Enem
Última atualização: 1/9/2025

Introdução

As correntes de Foucault analisam como o poder se manifesta nas instituições por meio da vigilância e da disciplina, influenciando comportamentos individuais e sociais, e estruturando relações de controle dentro da sociedade moderna.

Michel Foucault, filósofo francês, estudou como escolas, prisões, hospitais e outras organizações sociais utilizam mecanismos de controle para normatizar comportamentos e manter a ordem.

Compreender essas correntes é essencial para estudantes do Enem e vestibulares, pois permite interpretar criticamente a relação entre indivíduos, poder e sociedade.

Câmeras de segurança são exemplos modernos de como o poder disciplinar continua a influenciar a vida cotidiana.

Índice

O que são as correntes de Foucault?

As correntes de Foucault representam um conjunto de ideias que explicam como o poder se distribui e atua nas estruturas sociais. Diferente da visão tradicional, em que o poder é visto apenas como repressão exercida por governantes ou instituições.

Michel Foucault o interpreta como algo difuso e presente em múltiplas relações. Ele destaca que o poder também é produtivo, ao criar discursos, define padrões de conduta e estabelece critérios de normalidade.

Essa perspectiva mostra que o poder não está concentrado em um único ponto, mas circula entre indivíduos e instituições. A disciplina surge como um dos principais mecanismos desse processo, organizando comportamentos de forma sutil e constante. 

Exemplos disso podem ser observados no ambiente escolar, que regula horários e metodologias de ensino; no sistema de saúde, que define parâmetros de normalidade física e mental; e no sistema prisional, que controla corpos e condutas.

Principais correntes do pensamento de Michel Foucault

O pensamento de Michel Foucault não se desenvolveu de forma linear, mas em diferentes fases, que o próprio autor chamou de “projetos de pesquisa”. Cada etapa representou um olhar distinto sobre as relações entre saber, poder e subjetividade. 

Essas correntes ajudam a compreender como Foucault construiu uma crítica às instituições modernas e à forma como elas moldam indivíduos e populações. 

Sua obra é, ao mesmo tempo, teórica e crítica, apontando para os mecanismos de controle social que operam de forma invisível, mas constante, no cotidiano.

Arqueologia do saber

Na fase arqueológica, Foucault analisou como o conhecimento é produzido e legitimado em diferentes períodos históricos. O objetivo era investigar as “regras do discurso”, ou seja, os critérios que definem o que pode ser dito, estudado ou reconhecido como verdade. 

Obras como As Palavras e as Coisas e A Arqueologia do Saber mostram como discursos científicos, médicos e jurídicos criaram sistemas de verdade que influenciaram a organização da sociedade.

Genealogia do poder

Inspirado em Nietzsche, Foucault passou a investigar a história das instituições e dos mecanismos de poder. Essa corrente, chamada de genealógica, revela que o poder não é apenas repressivo, mas produtivo, pois cria normas, subjetividades e modos de vida. 

Em Vigiar e Punir, o autor descreve o poder disciplinar, que controla corpos por meio da vigilância e da disciplina. O panóptico, metáfora de uma vigilância constante e invisível, é um dos exemplos mais conhecidos dessa análise crítica.

Biopoder e biopolítica

Com o avanço da modernidade, o poder expandiu-se do controle individual para a gestão de populações. Surge o conceito de biopoder, que regula aspectos como saúde, natalidade, mortalidade e segurança. 

Essa forma de poder articula estatísticas, políticas públicas e práticas sociais voltadas à vida biológica. Nos volumes seguintes da História da Sexualidade, Foucault mostra como o biopoder está ligado à normalização de condutas e à administração da vida coletiva.

Ética e cuidado de si

Na última fase de sua obra, Foucault voltou-se para a questão da subjetividade e da ética. Ele estudou como os indivíduos constroem sua identidade e exercem liberdade através de práticas de autogoverno. 

Essa reflexão aparece em A Hermenêutica do Sujeito e O Governo de Si e dos Outros, onde o filósofo analisa o “cuidado de si” como uma forma de resistência às estruturas de poder e como possibilidade de criar novas formas de existência.

Poder disciplinar e vigilância

O poder disciplinar é um dos principais conceitos de Foucault. Ele descreve a capacidade das instituições de controlar indivíduos por meio de normas, regras e observação constante. 

A vigilância funciona como um mecanismo central desse poder, garantindo que comportamentos sejam monitorados e corrigidos quando necessário. Um exemplo clássico é o conceito de panóptico, que simboliza o controle constante e invisível.

Exemplo do panóptico

O panóptico é uma estrutura arquitetônica teórica proposta por Jeremy Bentham, usada por Foucault como metáfora do poder disciplinar. Ele permite a observação contínua de indivíduos sem que eles saibam exatamente quando estão sendo vigiados. Isso cria uma autocensura e ajusta o comportamento de forma constante, demonstrando a eficácia da disciplina institucional.

Aplicações contemporâneas

Atualmente, as ideias de Foucault sobre vigilância se aplicam a escolas, hospitais, empresas e sistemas digitais. Câmeras de segurança, softwares de monitoramento e protocolos de comportamento são exemplos modernos de como o poder disciplinar continua a influenciar a vida cotidiana. Essas aplicações mostram que as correntes de Foucault permanecem relevantes para compreender a organização e o controle social.

Correntes de Foucault e implicações sociais

As correntes do pensamento de Michel Foucault têm grande impacto em áreas como sociologia, educação, direito e políticas públicas. Suas análises mostram que o poder não está restrito ao Estado ou a figuras de autoridade, mas se distribui de forma difusa pelas instituições, moldando comportamentos e influenciando a vida cotidiana.

Compreender essas ideias permite analisar como mecanismos de disciplina, vigilância e biopolítica contribuem para a manutenção de desigualdades, o controle social e a conformidade coletiva.

Ao mesmo tempo, oferece ferramentas críticas para questionar normas estabelecidas e refletir sobre como a sociedade organiza seus sistemas de poder. 

Para estudantes do Enem e vestibulares, praticar a análise desses conceitos em exemplos contemporâneos enriquece o entendimento de sociologia, filosofia e estudos sociais.

 

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