Os pensamentos de Nietzsche situam-se entre as correntes filosóficas apolínea e dionisíaca, portanto, entre a ordem e a desordem, a lucidez e os devaneios. A visão oscilante, a influência da filosofia niilista e o afastamento de Hegel, caracterizam a obra de Nietzsche como subversiva à filosofia tradicional.
A filosofia nietzschiana é marcada pela crítica aos valores iluministas e racionalistas, a valores morais e religiosos em vigor na época de sua produção intelectual. O autor apresenta a relativização das noções de bem, verdade, mal, justiça, virtude e Deus. Tal relativização, segundo Nietzsche, acontece devido aos progressos científicos e técnicos.
As obras e pensamentos do autor têm também como característica os afetos, a potência dos sentimentos e ações humanas. Nietzsche dedica parte de seus estudos aos instintos, a vontade e à potência. O autor condena, portanto, os comportamentos fracos e muito religiosos e faz duras críticas à religiosidade e à fraqueza moral dos indivíduos.
A crítica aos valores morais vigentes em sua época permitiu que o autor relacionasse a razão e a racionalidade à decadência e ao ódio aos instintos. Para Nietzsche a racionalidade tão buscada e valorizada na filosofia grega, na verdade sufoca, oprime e molda os instintos humanos, assim o autor define que a vida é oprimida pela razão e o homem deixa de seguir seus instintos, paixões e emoções.
Em razão da opressão da vida pela racionalidade, o filósofo dedica-se ao entendimento da vida, individualidade e singularidades humanas a partir da emoção, afetos e desejos ligados aos instintos de vida e ações humanas.
Nietzsche define a filosofia como sendo uma atividade prática que deve ser usada para garantir a libertação individual de todo tipo de racionalidade opressora, deformação moral e princípios que ligam e prendem o indivíduo a religiões, grupos e ideologias.