Como entrar em uma faculdade pública
Se você está em busca de uma vaga em uma faculdade pública, confira quais são as formas de ingresso nessas instituições
Atualizado em 28/02/2020
Quando as pessoas dizem que a vida é feita de escolhas, é fácil perceber e se identificar com várias situações, inclusive, a de entrar em uma faculdade pública, certo? Podem ser muitos anos de cursinho, bastante foco e um considerável número de horas de estudo para conseguir alcançar esse objetivo.
Com o passar dos anos, as mudanças no acesso ao Ensino Superior não alteraram a dificuldade de ser aprovado em uma faculdade pública, afinal, o número de vagas nessas instituições não acompanhou o crescimento da demanda, gerando ainda mais disputa no processo seletivo.
Enquanto nas universidades públicas existem apenas 835.569 vagas para graduação, nas universidades particulares a oferta de vagas é extremamente maior. São 12.693.532 vagas, segundo o Censo da Educação Superior 2018.
O que muita gente ainda não sabe é que existem mais formas de se entrar em uma faculdade pública além do vestibular convencional. Confira!
Formas de entrar em uma faculdade pública
Sisu
A criação do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), em 2009, trouxe para os estudantes brasileiros a possibilidade de entrar em uma faculdade pública usando a nota do Enem.
O candidato faz a inscrição em um sistema em duas opções de curso em universidades que aderiram ao programa e acompanha o resultado. Tudo isso via internet. Isso fez com que os candidatos pudessem se candidatar às vagas de universidades de outros estados sem precisar se deslocar para fazer o vestibular.
“Para entrar na Unifesp, utilizei o Sisu. Acho que é um sistema que facilita o processo seletivo para várias universidades. Isso faz com que seja concorrido também. É preciso ficar atento a alguns pontos para adotar a melhor estratégia na hora da inscrição.” Danilo Montilla, estudante aprovado em Engenharia de Materiais na USP, Unifesp e Unesp.
Ao longo dos anos, o número de instituições que aceitam o Sisu vem aumentando. Por isso, se você pretende entrar em uma universidade pública, procure saber quais são essas instituições e tente garantir uma boa nota no Enem.
Todas as universidades federais, institutos federais de educação, ciência e tecnologia e centros federais de educação tecnológica que aderiram ao Sisu têm vagas reservadas para estudantes que fizeram o Ensino Médio em escolas públicas.
Veja também: Como funciona o Sisu
Por isso, em determinados cursos, podem existir três modalidades de concorrência: vagas de ampla concorrência, vagas reservadas de acordo com a Lei de Cotas e vagas de ações afirmativas da instituição. No momento da inscrição, deve-se escolher uma dessas modalidades, por isso é importante prestar bastante atenção.
Acesse: Simulador de notas do Enem
Vestibular seriado
Para aqueles que preferem encarar as provas sempre ao final de cada ano do Ensino Médio, existe a possibilidade de participar dos vestibulares seriados. Algumas universidades adotam esse método, como a Universidade Federal de Juiz de Fora, por exemplo.
Nesse vestibular, a prova vale 1300 pontos. No primeiro ano, a soma que você conseguir é multiplicada por dois, sendo o máximo de 240. O segundo, por 3, e o máximo é 360. E o terceiro por 5, sendo o máximo 700. O terceiro é o mais forte na nota e já contém matérias específicas dependendo do curso que você escolher.
Um ponto positivo nesse caso é a segmentação de conteúdo. Você faz a prova com os assuntos vistos no Ensino Médio ao concluir cada ano.
“É uma prova muito diferente. Acredito que ela exija um preparo um pouco mais exclusivo. É interessante para quem estuda bastante no Ensino Médio, porque ela demanda essa bagagem. Consultei o conteúdo programático de cada módulo no site e peguei as provas anteriores para me adaptar ao estilo diferente da prova. Apesar de ser específica, é uma prova um pouco mais flexível, que permite você se esforçar mais e melhorar ao longo dos anos.” Sofia Lucas, aprovada em Medicina, na Universidade Federal de Juiz de Fora.
Vestibular convencional
Quem quer entrar em uma universidade pública também pode prestar o vestibular convencional da instituição desejada. A concorrência vai depender do curso escolhido e da universidade em questão. O processo seletivo pode acontecer anual ou semestralmente. Isso vai depender da universidade.
A aplicação das provas pode ser em uma ou duas fases. A primeira fase, geralmente, apresenta questões de múltipla escolha. Ela funciona como uma etapa classificatória para a fase seguinte. Na segunda etapa, os candidatos enfrentam uma prova de acordo com a área de conhecimento do curso que optaram, com questões discursivas.
“O vestibular para faculdades públicas parece algo impossível. A sensação de ser aprovada foi a de missão cumprida. Ver o orgulho da minha família foi algo muito bom. Infelizmente, se você não tem uma boa preparação, é muito difícil de conseguir a aprovação.” Camilla Nogueira, aprovada em Engenharia de Materiais, na USP de Lorena.
Política de cotas
As universidades federais e institutos federais de educação, ciência e tecnologia reservam 50% das vagas por curso e turno a alunos que tenham feito todo o Ensino Médio em escolas públicas.
Veja: Como funciona a Lei de Cotas Raciais em universidades brasileiras?
+ Cotas raciais nas universidades: como saber se eu tenho direito a elas?
No preenchimento dessas vagas, ainda devem ser considerados critérios de renda e candidatos autodeclarados pretos, pardos e indígenas, em proporção no mínimo igual à de pretos, pardos e indígenas na população da unidade da Federação onde está instalada a instituição, segundo o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os demais 50% das vagas são destinados à ampla concorrência.
Apesar de a lei ter sido sancionada em 2012, essa política ainda gera muita polêmica entre os estudantes. Ela deve ser revista em breve, conforme a legislação.
Art. 7º No prazo de dez anos a contar da data de publicação desta Lei, será promovida a revisão do programa especial para o acesso às instituições de educação superior de estudantes pretos, pardos e indígenas e de pessoas com deficiência, bem como daqueles que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas. (Redação dada pela Lei nº 13.409, de 2016)
Quero Bolsa
É importante lembrar que a faculdade pública não é totalmente de graça como todo mundo imagina. As despesas com moradia e alimentação devem entrar nos cálculos feitos para avaliar a viabilidade de se estudar longe de casa. Por isso, é bom colocar tudo na ponta do lápis e verificar se será possível arcar com todos os custos dessa tomada de decisão.
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