Criança com medo: como lidar com o medo infantil?
O medo é um sentimento comum em nossas vidas. Mas, será que é comum ver uma criança com medo frequentemente? Veja como você pode lidar com isso.
É muito comum que as crianças expressem seus sentimentos, emoções e sensações, e uma delas que pode aparecer de maneira mais comum é o medo. Ele é um estado emocional que surge em resposta à consciência perante uma situação de eventual perigo. Mas, uma criança com medo não sabe disso.
A ideia de que algo ou alguma coisa possa ameaçar a segurança ou a vida de alguém, faz com que o cérebro ative, involuntariamente, uma série de compostos químicos que provocam reações que caracterizam o medo.
Alguns sintomas como o aumento do batimento cardíaco, a aceleração da respiração e a contração muscular são algumas das características físicas desencadeadas pelo medo, acompanhado de uma sensação de alerta de extrema importância para a sobrevivência das espécies, principalmente para o ser humano. Inconscientemente, as características físicas reproduzidas pelo sentimento de medo preparam o corpo para duas prováveis reações naturais: o confronto ou a fuga.
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Nos seres humanos o medo também pode ser provocado por razões sem fundamento ou lógica racional, quando estão baseados em crenças populares ou lendas. O medo de fantasmas é um exemplo. Mas e quando o medo infantil parece “ultrapassar os limites”? Qual e melhor forma de lidar com ele e como ajudar as crianças? Continue a leitura para entender mais detalhes sobre o assunto.
O medo infantil
Como ressaltamos anteriormente, é natural que as crianças sintam medo, pois é uma emoção que pode ajudá-las a serem cautelosas. Com o crescimento, os medos mudam e são reflexo das experiências inerentes ao desenvolvimento infantil e à adolescência. Veja alguns medos que costumam aparecer em cada faixa etária:
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Medo de rostos estranhos: entre 8 e 9 meses, os bebês podem se assustar com pessoas que eles não conhecem;
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Ansiedade de separação: entre 10 meses e 2 anos, é muito comum o medo de ficar longe dos pais. Isso pode aparecer quando os pais saem para o trabalho, quando vão dormir ou vão para a escola;
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Medo do imaginário: crianças de 4 a 6 anos criam situações ou personagens que não existem e podem sentir muito medo. Por exemplo, medo de monstros, de um fantasma sair do armário, de trovões etc.;
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Medo de coisas reais: surge a partir do 7 anos, quando as crianças têm medo do que ouvem falar, como bandidos entrando em casa, desastres naturais, da morte e até medo de provas;
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Medos sociais: comum em pré-adolescentes e adolescentes. Normalmente os medos têm a ver com aceitação ou aprovação (aparência, novo grupo de amigos, nova escola, falar em público, passar por uma reprovação da escola, jogar em um time).
As crianças sentem mais medo?
Para a psicóloga Maria Tereza Maldonado, de São Paulo, o saudável é buscar o equilíbrio. “A falta de medo expõe a criança ao risco e o excesso dele faz com que ela se feche, numa espécie de prisão sentimental”, explica ela. O ideal, segundo a especialista, é ajudar a criança a identificar o medo “amigo” e o “inimigo”, com uma lição de obediência para o medo amigo e desobediência para o medo inimigo.
De acordo com outros especialistas da área da psicanálise, o medo costuma surgir diante de alguns elementos reais na vida de uma criança: o médico, a creche ou escola, a alimentação, a violência e a dor recorrente. Essas causas reais geram um medo verdadeiro nas crianças.
O fato é que cada criança com medo reage de uma forma perante o sentimento e o temor pode se tornar banal ou catastrófico. “O importante é que os pais saibam a origem do medo, que acaba se manifestando de forma mais clara quando a criança fica sozinha ou está em lugares escuros”.
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Como os pais podem lidar com o medo infantil?
Para que as crianças aprendam a lidar com o medo infantil, muitas vezes precisam da ajuda dos pais. Então veja 4 dicas de atitudes a tomar!
1. Mostre à criança que ela está segura
O medo está diretamente ligado à insegurança. Então, quando uma crise de medo surgir, procure acalmar seus filhos e demonstre que, apesar da sua presença, estão a salvo. Por isso, converse com eles sobre suas ansiedades e explique que muitas crianças têm medos, mas com o seu apoio vão aprender a superá-los.
2. Sempre tenha abertura ao diálogo
Jamais ignore a criança com medo. Assim como você tem os seus e lida com eles à sua maneira, seus filhos têm os deles. A diferença é que eles ainda não adquiriram maturidade para encarar e superar o que os amedronta. Logo, deixe que se expressem e, com carinho e amorosidade, converse com o intuito de desmistificar a razão dos medos.
3. Não force a criança a fazer coisas que a deixam com medo
Existe a crença popular de que para superar o medo as crianças devem fazer aquilo que as amedronta. Porém, forçá-las a enfrentar o medo, sem oferecer uma compreensão dessa emoção, pode deixá-las com mais medo ainda e até criar crenças limitantes que se manifestarão no futuro. Então, respeite o tempo de conscientização dos seus filhos.
4. Estimule a positividade
Quando surgir uma crise de medo infantil, é preciso trazer afirmações positivas e mudar o foco de atenção da criança. Para isso, deixe-a desabafar sobre o que a aflige, mas não insista no sentimento que a amedronta. Fale coisas bonitas e traga alguma ação que a acalente. Por exemplo, você pode trazer um livro de que ela goste muito e, a partir dessa leitura, criar uma conversa de superação dos medos.
E então, gostou do conteúdo? Como você viu, o medo infantil é mais uma etapa do desenvolvimento humano. Portanto, deve ser encarado com naturalidade, garantindo todo o suporte que a criança precisar. Então, sempre observe os comportamentos dos seus filhos, a fim de oferecer a melhor assistência. Porém, se notar que algo pode estar em desordem, procure ajuda profissional.