
Pé-de-Meia: MEC inicia pagamento da 7ª parcela de 2025 a partir desta segunda-feira (29)
João Marcondes | 29/09/25O programa Pé-de-Meia é uma iniciativa do MEC que incentiva a assiduidade escolar, garantindo auxílio financeiro aos estudantes.
Com a suspensão das aulas por conta da pandemia do novo coronavírus, instituições de ensino, pais e responsáveis estão trabalhando em conjunto para aderir o ensino a distância.
Aulas online, e-books com exercícios, vídeos no YouTube e envio de atividades por WhatsApp, têm sido algumas das alternativas para que as crianças e os adolescentes possam seguir estudando.
O ensino a distância já é uma realidade em muitas universidades, mas, na educação básica a modalidade gera controvérsias entre gestores e educadores ao redor do mundo.
Entretanto, as aulas remotas se mostram como a principal alternativa para evitar a perda total do ano letivo por conta do isolamento social.
Segundo Lúcia Dellagnelo, diretora-presidente do Centro de Inovação para Educação Brasileira (CIEB), a implementação do EaD na escola não é uma tarefa simples, requer planejamento, investimento e tempo.
A mestre e doutora em educação pela universidade de Harvard, ressalta que é preciso “analisar a situação em dois momentos: a emergencial e a longo prazo.”
Entre algumas medidas que as escolas podem tomar para adotar o ensino a distância, estão:
Ter um canal de comunicação com os professores, famílias e alunos é um passo essencial no ensino a distância. Dessa forma, todas as informações ficam centralizadas em um único lugar, facilitando a divulgação de materiais e a resolução de dúvidas.
Dellagnelo aconselha as escolas a criarem grupos separados: um apenas da equipe docente, um para falar com os pais e responsáveis e outro para se comunicar com os estudantes.
Ter uma equipe capacitada irá garantir que as aulas remotas sejam mais eficientes. Cabe a escola orientar, treinar e preparar os professores para utilizar a plataforma escolhida anteriormente.
O planejamento do conteúdo que será ensinado deve ocorrer de forma ainda mais detalhada e organizada no EaD, visto que o contato e a comunicação entre professores e alunos fica um tanto restrita e nem sempre é instantânea.
Além disso, o material deve ser adaptado as novas condições de ensino. Não existe uma regra estruturada, ou seja, as próprias escolas podem optar por selecionar conteúdos específicos ou propor projetos mais amplos que integrem diversas disciplinas.
O último passo que o colégio deve tomar é assegurar que todos os alunos participem das atividades propostas.
Segundo Dellagnelo, é importante que haja uma equidade no ensino a distância. Ou seja, a instituição precisa se certificar de que os estudantes têm acesso aos conteúdos oferecidos e que disponibilizam do equipamento necessário para assistir as aulas – smartphone, tablet ou computador.
Muitas instituições de ensino não possuem a infraestrutura necessária para desenvolver e implementar o EaD, porém, existem diversas ferramentas gratuitas disponíveis em que os professores podem armazenar os conteúdos escolares e também ministrar aulas através de webinars, como o Google Sala de Aula e o Microsoft Teams.
O ensino a distância funciona na educação básica?
A ideia de adotar o EaD nas escolas de ensino básico vem sido discutida entre a comunidade pedagógica há alguns anos.
Apesar de ter os seus pontos positivos, Dellagnelo comenta que o “ensino presencial é insubstituível.”
Ela acredita que “a escola tem papel fundamental na socialização da criança e em seu desenvolvimento psicossocial”, e defende que sejam adotados modelos de ensino híbrido, misturando aulas presenciais e remotas.
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Vale lembrar que o ensino a distância exige um alto grau de independência e autonomia do aluno para estudar e acompanhar a plataforma virtual, características que podem variar conforme a faixa etária e ano escolar da criança e adolescente.
Por isso, durante o isolamento social – que ainda não tem uma data exata para terminar – os pais e responsáveis têm um papel fundamental no suporte aos estudos dos seus filhos.
Além das escolas, diversas empresas suspenderam suas atividades ou permitiram que colaboradores trabalhassem de casa – experiência única para a maioria das pessoas.
Se adaptar ao home office, realizar as tarefas domésticas e conciliar tudo com a supervisão dos filhos pode ser desafiador, mas as dicas abaixo podem ajudar os pais e responsáveis a organizar o dia a dia.
Vale lembrar que, para isso, a idade da criança deve ser levada em conta. Quanto mais velha ela for, maior a sua autonomia e, por consequência, menor será a interferência dos pais.
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Vestir-se adequadamente e estabelecer horários de estudo e para as refeições são essenciais. Um tempo específico para intervalos também é necessário para evitar que os estudantes fiquem sobrecarregados.
Para os pais que estão em casa, conciliar tempos de relaxamento do trabalho com os da criança pode ser uma boa alternativa.
Jornais, revistas, lápis de cor e materiais recicláveis são ótimas maneiras para os estudantes soltarem a imaginação.
Os conteúdos de matemática por sua vez podem ser trabalhados com diferentes objetos da casa, incentivando a aprimorando o raciocínio lógico.
Use e abuse da leitura de livros e gibis. Eles ajudam a ampliar o vocabulário dos pequenos e também na construção textual.
Exercícios que trabalhem a coordenação da criança como desafios de dança, morto vivo e mímica são apenas algumas das opções.
Caso a criança tenha acesso a uma área externa, os responsáveis podem realizar atividades com bola, amarelinha e pular corda, por exemplo.
Aqui, o que vale é mexer o esqueleto.
É verdade que o EaD na escola aplicado para crianças e adolescentes gera polêmica e divide opiniões, porém, independente do ponto de vista, a modalidade se faz necessária para o momento atual.
Mas para que isso aconteça de maneira eficiente e igualitária é preciso que haja comprometimento de todos os envolvidos no processo: instituições de ensino, professores, responsáveis e alunos.