Quem está acompanhando as redes sociais nas últimas semanas se deparou com o termo “gíria regional”, principalmente quando o assunto é Big Brother Brasil 2024. Isso porque a fala de alguns participantes tem causado discussão dentro e fora do reality show.
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Até onde é apenas uma expressão ou uma fala problemática? Um dos casos aconteceu depois de Alane reclamar que Juninho havia flertado com ela em uma festa, mas que também estava interessado por Leidy Ellin.
Durante a discussão, Juninho, que é carioca, respondeu: “Abaixa a bola. Eu sou solteiro. Se eu quiser tocar você, eu toco”, o que foi o suficiente para a briga aumentar. Segundo o, agora, ex-BBB, no Rio de Janeiro “tocar é chegar na mina e desenrolar”.
Mas antes mesmo deste conflito, Davi já havia movimentado a casa por conta de outras falas que os seus colegas de confinamento e também o público questionaram. Entre elas estão o “psiu” durante uma discussão com Yasmin Brunet.
Dentro da língua portuguesa, o “psiu” funciona como uma interjeição, sendo frequentemente utilizado como um pedido de silêncio. No entanto, nas regiões da Bahia, essa palavra assume uma ideia de “preste atenção” ou “aqui”.
E, claro, que isso se tornou uma forma de piada na internet!
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Gírias regionais são expressões que surgem em diferentes regiões do Brasil, enriquecendo a língua portuguesa com um toque local e também autêntico. Elas refletem não apenas diferenças geográficas, mas também aspectos culturais, históricos e sociais de cada lugar.
As expressões geralmente surgem como uma forma de identidade e pertencimento cultural de uma comunidade, não somente a região, mas também estados, cidades e até bairros, muitas vezes incorporando elementos da língua regional, tradições e influências étnicas.
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Além disso, essas expressões podem evoluir ao longo do tempo, sendo influenciadas por mudanças sociais, tendências culturais e até mesmo pela mídia. Inclusive, muitas gírias regionais circulam em outros lugares do Brasil, como é o caso do “oxe”, por exemplo.
É importante notar que, enquanto algumas gírias regionais podem ser amplamente compreendidas dentro da sua área de origem, elas podem não ser facilmente entendidas por pessoas de outras regiões ou culturas, como aconteceu no BBB 24.
Quais são as gírias mais usadas em cada região?
As gírias regionais refletem não apenas a cultura, mas também a diversidade do Brasil. Cada região possui suas próprias peculiaridades linguísticas. Veja algumas das mais comuns em cada região:
Égua: Expressa espanto, admiração ou surpresa, similar ao “eita” ou “caramba”. Égua de largura: Significa ter muita sorte
Gaiato: Pessoa brincalhona, que gosta de fazer gracinhas.
De rocha: Pessoa confiável, que tem palavra e convicção no que fala.
Levou o farelo: Alguém que morreu
Miudinho: Muito pequeno
Ixi: Expressa espanto, surpresa ou desaprovação
Oxente: Expressão multiuso que pode significar surpresa, espanto, dúvida, admiração, entre outras coisas.
Arretado: Pode significar “muito bom”, “impressionante”, “incrível”, “bravo” ou “irritado”, dependendo do contexto.
Bicho: Gíria genérica para se referir a pessoas, geralmente amigos ou colegas.
Barril: Situação difícil ou complicada.
Boca de me dê: Pessoa que pede coisas constantemente.
Brocado: Com muita fome.
Buliçoso: Alguém que mexe nas coisas sem permissão.
Bitelo: Algo grande, enorme
Empatar: Atrapalhar alguma situação ou alguma atividade exercida por alguém
Abiscoitar: Receber dinheiro ou herança
Pé-de-boi: Pessoa trabalhadora, esforçada
Camela: Bicicleta
Borracho: Uma pessoa bêbada
Lagartear: Ficar no sol, se bronzear
Bater um rango: Comer, matar a fome
Tá liso: Estar sem dinheiro
Tá forrado: Ter muito dinheiro
Rolê: Sair, dar uma volta, passeio
Pegar: Começar um relacionamento com alguém
Dar um bolo: Não comparecer a um encontro
Ficar: Ter um relacionamento casual
Manero: Legal, bacana
É nóis: Expressa união entre amigos
Mó: Abreviação de “muito”, usado para intensificar adjetivos
Bah: Essa interjeição multiuso pode expressar surpresa, espanto, admiração, reprovação, concordância e até mesmo iniciar uma frase. É como o “tá ligado?” do Rio de Janeiro
Tchê: Essa expressão serve como um pronome informal para se referir a qualquer pessoa, como “cara” ou “amigo”. Também pode ser usado como interjeição para chamar a atenção ou expressar espanto.
Tri: Significa “bom”, “legal”, “ótimo”, “maneiro”
Guasca: Essa palavra pode ter vários significados, como “pessoa grosseira”, “mal-educada” ou “caipira”. Também pode ser usada como adjetivo para qualificar algo como “rústico” ou “simples”.
Pilchado: Significa “vestido com roupas típicas gaúchas”, como bombachas, botas e chapéu.
Guri/Guria: Menino/menina.
Saca!: Expressa que você entendeu algo.
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Vim ou vir: entenda a diferença e veja qual é o certo
Haja ou aja: qual é o certo?
A variação linguística, com seus diferentes sotaques, expressões e gírias regionais é uma área bem interessante para quem gosta de língua. Se você deseja aprender mais sobre o tema, busque cursos que possam ajudar nesse processo. Algumas opções são:
Graduação em Letras: A base para uma compreensão profunda da língua. Cursos como Letras Português, Letras Vernáculas e Letras Habilitação em Língua Portuguesa oferecem uma formação sólida em linguística, gramática, história da língua e literatura.
Pós-graduação em Linguística: Explore áreas específicas da variação linguística como:
Linguística Histórica: A evolução da língua ao longo do tempo.
Sociolinguística: A relação entre língua e sociedade.
Dialectologia: As diferentes variedades regionais da língua.
Análise do Discurso: A linguagem em diferentes contextos sociais.
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