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Ensino Básico

Pesquisa revela que 38% dos alunos querem um modelo de ensino híbrido quando as aulas retornarem

por Luiza Padovam Vieira em 09/10/20

Um levantamento realizado pela Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED), entre 24 de agosto e 15 de setembro, mostra que mesmo em um cenário pós-pandemia, estudantes preferem um modelo de ensino que mescle aulas presenciais e remotas, mais conhecido como ensino híbrido.  

A pesquisa contou com a participação de 5.580 de alunos, responsáveis, professores e gestores - da rede pública e privada de ensino - sobre a experiência com o ensino a distância, as maiores dificuldades encontradas durante o período de isolamento e a expectativa com a volta às aulas. 

Crianças deitadas no chão tendo ensino a distância

Dentre os 2,7 mil estudantes entrevistados, 67% relataram que a dificuldade em estabelecer e organizar uma rotina diária foi o fator que mais afetou a aprendizagem durante a pandemia. A estudante recifense Izabelly Correia de Oliveira, de 16 anos, conta que no começo a maior dificuldade foi em se concentrar nas aulas.

“Eu assisto às aulas no notebook, mas qualquer notificação que chega no meu celular eu já vou mexer”, confessa a aluna que está cursando o terceiro ano do Ensino Médio. “Foi complicado me adaptar à rotina e entender que aquele momento que eu estava no notebook era só para estudar, não para fazer outra coisa.” 

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Em seguida, 58,32% dos alunos acreditam que o excesso de material enviado pelas escolas foi o que dificultou a aprendizagem no período de isolamento. Além disso, 4 em cada 10 entrevistados relataram estar sobrecarregados com a rotina de casa.

Acessibilidade e o ensino a distância na pandemia

Desde a suspensão das aulas presenciais, no final de março, instituições de ensino, professores e alunos tiveram que se adaptar à uma nova forma de aprender. Aulas online, materiais digitais e vídeos foram algumas das estratégias utilizadas para suprir o contato diário e dar seguimento aos estudos. 

Com relação ao acesso à internet, mais da metade dos entrevistados (63,53%) responderam ter banda larga ilimitada e 25,80% utilizam de terceiros. Dentre os dispositivos utilizados, somente 29% dos alunos possuem um notebook ou computador disponíveis para estudar.

Apesar de grande parte ter participado de quase todas as atividades promovidas pela escola, 72% dos estudantes consideram que a qualidade das aulas remotas piorou quando comparadas às presenciais. 

Segundo o coordenador da pesquisa George Bento, esse sentimento já era esperado e foi recebido com naturalidade, visto que “não houve tempo de preparação, de infraestrutura, de cenário e de possibilidades, então, se faz o que é possível fazer.”

O professor adiciona que a falta de habilidade de muitos profissionais da educação com os recursos tecnológicos começa na própria formação. 

“Não tem nenhum curso no Ensino Superior que tenha um diálogo com tecnologias educacionais, com educação a distância”, explica Bento, “Então a formação do professor já fica comprometida lá na universidade.”

Izabelly, estudante da rede pública de Recife, conta que as aulas de física e química, disciplinas nas quais ela já apresentava dificuldade antes da pandemia, foram ainda mais difíceis de compreender sem ter o contato direto com o professor.

Entretanto, a jovem diz que ficou surpresa com a criatividade de alguns educadores em tornar as aulas mais dinâmicas. “A professora de matemática sempre trazia atividades diferentes como desafios e jogos, e a de artes e de português colocavam músicas e vídeos para gente assistir”, relata Izabelly.

Papel dos pais na educação durante a pandemia

Com a transferência temporária das aulas nas instituições para o ambiente familiar, grande parte dos responsáveis passaram a acompanhar, de perto, a rotina de estudos das suas crianças. 

O levantamento realizado pela ABED revelou que dos mil pais, mães e responsáveis entrevistados, 87% participaram da vida escolar do estudante pelo qual é responsável.  Diferente dos alunos, 41% acreditam que a qualidade do ensino e das atividades propostas remotamente se manteve à mesma quando comparada às aulas presenciais. 

O ensino híbrido no cenário de volta às aulas

No Brasil, a volta das aulas presenciais tem sido caracterizada por idas e vindas, e debates intensos. Em Recife, cidade natal de Izabelly, as aulas retornaram no dia 06 de outubro e, no mesmo dia, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) declarou a suspensão imediata por tempo indeterminado. 

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Na opinião de Bento, a reabertura de bares e os diversos empecilhos colocados pelos governantes para permitir a reabertura das escolas são contraditórios e refletem a prioridade que a sociedade brasileira dá para a educação. 

“A gente está discutindo água potável para poder reabrir a escola? Veja se isso é discussão de pandemia? A gente já deveria ter superado isso”, explica o professor.

Segundo o professor, o acesso ao saneamento básico e à uma internet de qualidade deveriam ser elementos básicos e essenciais de qualquer escola do país.

O clima de frustração também se mostrou presente entre alguns alunos de Recife. Izabelly conta que grande parte de sua turma estava animada para retomar o contato com os professores e sair da bolha familiar após oito meses de isolamento social, mas a situação vivenciada na última terça-feira, deixou todos abalados.

“Eu me sinto angustiada, porque a gente cria toda uma expectativa, fica alegre e quando a gente está lá [na escola], estoura a bomba,” lamenta a jovem.

Diferente da estudante, 68% dos alunos entrevistados só querem retornar às escolas quando houver uma vacina disponível. Quando questionados sobre a forma como eles gostariam que os conteúdos sejam ministrados, mais da metade declarou que prefere o modelo de aulas presencial. 


Encontre escolas com aulas online


Entretanto, quase 40% optou pelo ensino híbrido. Bento, que é diretor da ABED, acredita que o método “pode ser o grande legado que a pandemia deixará para a educação." 

O professor explica que o ensino híbrido vai além de ser um modelo que mistura o online e o presencial, através dele os educadores podem “usar estratégias que mais se adequam aos estudantes”, personalizando o aprendizado conforme as necessidades e interesses de seus alunos.

Para Izabelly, o que vai ficar marcado é a capacidade de inovação que os professores mostraram durante esse período. 

“Foi muito bom ver difícil só pra gente, mas também pra eles, e que mesmo assim eles não desistiram de dar aula pra gente,” conta a aluna.

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