
Layoff: 7 pontos para entender e como ele funciona no Brasil
Lucas Loconte | 15/07/25Layoff é a suspensão do contrato de trabalho. Entenda como funciona e o que diz a CLT sobre o tema.
Entenda o que é provisão contábil, quais os principais tipos e como aplicá-la corretamente na rotina financeira.
A provisão contábil é um instrumento essencial na organização financeira de qualquer empresa, independentemente do porte ou setor. Prevista em normas técnicas e exigida por legislações fiscais e trabalhistas, ela permite o registro antecipado de despesas futuras que já são conhecidas e esperadas, como o pagamento de férias, 13º salário, tributos e possíveis contingências jurídicas. Essa prática assegura previsibilidade, transparência e contribui diretamente para uma gestão orçamentária mais eficiente.
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O conceito de provisão contábil está diretamente ligado ao regime de competência, que determina que receitas e despesas devem ser registradas no momento em que ocorrem, e não quando são pagas ou recebidas. Ao adotar esse modelo, organizações ganham maior controle sobre o fluxo de caixa, além de fortalecer práticas de governança e compliance contábil.
A provisão contábil é classificada como um passivo, ou seja, uma obrigação que a empresa já sabe que terá de cumprir, embora ainda não saiba exatamente quando ou em qual valor. Ela se diferencia de uma dívida tradicional porque envolve incertezas sobre prazo ou montante, mas, mesmo assim, deve constar nos demonstrativos financeiros para refletir a realidade do negócio com mais precisão.
O reconhecimento da provisão contábil está previsto no Pronunciamento Técnico CPC 25, que trata de passivos contingentes e obrigações presentes derivadas de eventos passados.
De acordo com esse documento, para que uma provisão contábil seja registrada, é necessário que três critérios sejam atendidos:
Esse entendimento técnico é reforçado por legislações brasileiras, como a Lei 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações), que determina, no artigo 183, que as despesas e obrigações devem ser reconhecidas conforme o regime de competência.
A legislação trabalhista, por meio da CLT e das normas do Ministério do Trabalho e Emprego, também exige que as provisões para encargos como férias e 13º salário estejam devidamente contabilizadas ao longo do ano.
Além disso, a Receita Federal estabelece critérios para dedutibilidade de provisões em apuração do IRPJ e CSLL, tornando o controle ainda mais relevante para manter a conformidade fiscal.
Embora os termos provisão e reserva sejam frequentemente usados como sinônimos no dia a dia, na contabilidade eles têm funções distintas.
A provisão representa uma obrigação futura esperada, registrada como passivo, geralmente relacionada a despesas operacionais ou encargos trabalhistas.
Já a reserva, por outro lado, é uma parte do lucro líquido retida pela empresa, registrada no patrimônio líquido, com o objetivo de fortalecer financeiramente o negócio ou cumprir obrigações legais e estatutárias.
Por exemplo, a provisão contábil para férias é uma obrigação reconhecida com base no vínculo empregatício, enquanto a reserva legal é uma exigência da Lei das Sociedades por Ações para proteção do capital social. Ambas são formas de planejamento, mas uma está voltada à previsibilidade de despesas, e a outra à sustentabilidade patrimonial.
A lógica da provisão contábil está diretamente relacionada ao regime de competência, que orienta os lançamentos contábeis com base no momento em que as transações ocorrem, e não quando há o pagamento ou recebimento do valor. Isso significa que uma despesa é reconhecida no mês em que foi gerada, mesmo que o desembolso aconteça apenas futuramente.
Já no regime de caixa, o foco está no fluxo financeiro real — ou seja, apenas transações com entrada ou saída de dinheiro são registradas. Embora seja comum em pequenos negócios e no controle pessoal, esse modelo não oferece a mesma precisão na gestão financeira de uma empresa, especialmente em relação a obrigações recorrentes.
Adotar o regime de competência com provisões bem estruturadas permite melhor controle orçamentário, evita surpresas no caixa e garante mais transparência nas demonstrações contábeis, um fator valorizado por investidores e órgãos reguladores.
As provisões contábeis são classificadas de acordo com a natureza da obrigação a ser cumprida. Cada tipo segue regras específicas de cálculo e reconhecimento, conforme a legislação vigente e os princípios contábeis. Conhecer essas categorias ajuda a manter o equilíbrio financeiro e a evitar problemas legais ou trabalhistas.
Essa é uma das provisões mais comuns e obrigatórias. Ela corresponde ao valor que precisa ser reservado mensalmente para garantir o pagamento das férias remuneradas dos colaboradores, incluindo o adicional de um terço e os encargos sociais. A provisão evita um impacto financeiro repentino no momento do pagamento e assegura o cumprimento das normas da CLT.
O décimo terceiro salário é pago em duas parcelas, mas a contabilização começa já no início do ano. O ideal é provisionar mensalmente 1/12 do valor do salário bruto de cada funcionário. Essa medida reduz o impacto nas finanças corporativas no fim do ano e facilita o controle de obrigações trabalhistas.
Essa provisão contábil cobre possíveis perdas decorrentes de processos judiciais ou administrativos. Pode incluir ações trabalhistas, autuações fiscais e disputas contratuais. De acordo com o CPC 25, o reconhecimento é obrigatório quando a perda for considerada provável e possível de ser mensurada de forma confiável.
Usada para cobrir perdas estimadas com ativos, como inadimplência de clientes ou desvalorização de estoques. Ela permite ajustar o valor contábil desses ativos à sua realidade econômica, evitando distorções nos demonstrativos financeiros.
O Pronunciamento Técnico CPC 25 define critérios rigorosos para o reconhecimento de uma provisão contábil. Esses critérios visam garantir que a informação seja confiável, relevante e reflita adequadamente a situação financeira da empresa.
A provisão deve ser registrada no passivo no momento em que a obrigação se tornar provável e for possível estimar seu valor. Ela aparece no balanço patrimonial e afeta diretamente o resultado do exercício.
Além do lançamento contábil, as provisões relevantes devem ser detalhadas nas notas explicativas das demonstrações financeiras, incluindo natureza da obrigação, incertezas envolvidas e movimentações no período.
Se a obrigação provisionada não se concretizar, o valor deve ser revertido, ajustando os demonstrativos contábeis. Essa reversão pode gerar impacto positivo no resultado do exercício.
Para calcular uma provisão contábil de forma adequada, é necessário seguir uma metodologia que leve em conta a legislação, os dados históricos da empresa e as projeções futuras. Os principais passos são:
A fórmula mais comum para férias é:
(Salário bruto mensal + 1/3 adicional) × (nº de meses trabalhados ÷ 12)
Para o 13º salário:
Salário bruto × (nº de meses trabalhados ÷ 12)
Planilhas automatizadas ou softwares contábeis podem facilitar esse processo e evitar erros.
Empresas com alta rotatividade ou histórico de ações trabalhistas devem ser mais rigorosas ao provisionar perdas com processos. Já no campo tributário, é comum provisionar valores relacionados a autuações ou questionamentos da Receita Federal, mesmo antes da decisão final.
Utilizar ERPs (sistemas integrados de gestão), simulações de cenários e relatórios financeiros periódicos ajuda a manter o controle das provisões e garantir decisões embasadas.
A provisão contábil é um componente estratégico do planejamento financeiro. Ao antecipar gastos previsíveis, evita-se a ruptura do fluxo de caixa e reduz-se o risco de inadimplência ou descumprimento de obrigações legais.
Ao cruzar as provisões com o fluxo de caixa projetado, é possível prever a necessidade de capital de giro e organizar melhor os prazos de pagamento e investimento.
Provisões bem estruturadas evitam o uso emergencial de reservas financeiras, protegendo a empresa contra decisões apressadas ou prejuízos inesperados.
A partir de 2025, normas internacionais como a IFRS 9 e a IFRS 7 passaram a exigir maior detalhamento e transparência na provisão para perdas de crédito esperadas. Isso impacta principalmente empresas do setor financeiro, mas também representa uma tendência de fortalecimento da governança contábil para todos os segmentos.
A Resolução CMN 4.966/21 determinou critérios mais rígidos para provisões em instituições financeiras, estimulando práticas de análise preditiva e controle mais robusto de riscos.
Relatórios recentes de grandes bancos já refletem ajustes expressivos nas provisões, com base em novos critérios de risco e cenários econômicos, como inadimplência crescente ou mudanças na taxa de juros.
Empresas que adotam provisões com rigor colhem benefícios como previsibilidade financeira, redução de riscos e maior atratividade perante investidores. Além disso, fortalecem a governança interna e demonstram responsabilidade perante órgãos reguladores e colaboradores.
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