
Gestão estratégica de pessoas: o que é e como funciona
Giovana Murça | 28/07/25Saiba como a gestão estratégica de pessoas impulsiona resultados e alinha RH aos objetivos da empresa, fortalecendo cultura e performance
Entenda como o employer branding, ou marca empregadora, posiciona empresas como referência na atração e valorização de profissionais
Atrair e manter profissionais qualificados deixou de ser uma tarefa apenas do setor de Recursos Humanos e se tornou um desafio estratégico para qualquer empresa. É nesse cenário que o employer branding — ou marca empregadora — ganha protagonismo.
Conheça soluções de educação corporativa para alavancar sua carreira
Ele funciona como um conjunto de ações para fortalecer a imagem da organização como um bom lugar para trabalhar. Mais do que um diferencial competitivo, o employer branding impacta diretamente a cultura organizacional, a reputação da empresa no mercado e a experiência dos colaboradores em todas as etapas da jornada profissional.
A expressão “employer branding” começou a ganhar força nos anos 1990, quando o foco das empresas passou a incluir não apenas a venda de produtos ou serviços, mas também a construção de uma imagem sólida como local de trabalho.
Desde então, o termo passou a representar o conjunto de percepções, valores e práticas que tornam uma empresa reconhecida — e desejada — por profissionais em busca de boas oportunidades.
Ao longo dos anos, esse conceito evoluiu. Se antes bastava oferecer bons salários e benefícios para atrair talentos, hoje o olhar do mercado está voltado para aspectos mais amplos: propósito, diversidade, flexibilidade, desenvolvimento de carreira e equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Empresas com estratégias maduras de employer branding possuem maior poder de atração e retenção, além de figurarem com frequência em rankings como o Great Place to Work e em plataformas como LinkedIn e Glassdoor.
Confira: One a One: a reunião que líderes estratégicos não abrem mão
+ Cultura organizacional: o que é e como se identificar antes de entrar na empresa?
+ Feedbacks no trabalho: o que são e como aplicá-los do jeito certo
Apesar de estarem muito relacionados, employer branding e employee experience não são sinônimos. O employer branding, ou a marca empregadora, representa a percepção externa e interna que as pessoas têm sobre a empresa enquanto local de trabalho. Já a experiência do colaborador diz respeito ao que, de fato, é vivido no dia a dia por quem já faz parte da equipe.
Enquanto o branding é construído a partir da imagem, dos valores e das promessas feitas pela empresa — muitas vezes veiculadas em campanhas institucionais, redes sociais e sites de carreira — a employee experience é moldada pelas interações reais no ambiente organizacional: processos de onboarding, cultura interna, gestão de pessoas, reconhecimento e oportunidades de crescimento.
O desalinhamento entre essas duas frentes pode gerar frustração e prejudicar tanto o clima interno quanto a reputação externa. Já quando andam em sincronia, formam uma base sólida para a retenção de talentos, fortalecimento da cultura e construção de um ciclo virtuoso de valorização profissional.
Investir em employer branding vai além de melhorar a visibilidade da empresa no mercado de trabalho. A prática impacta nos indicadores estratégicos, influenciando desde a atração de talentos até a retenção de profissionais de alta performance.
Empresas com marcas empregadoras bem definidas tendem a receber mais candidaturas qualificadas, reduzindo o tempo e o custo por contratação. Além disso, profissionais engajados com a cultura organizacional costumam permanecer mais tempo nas equipes, o que reduz a rotatividade e os gastos com processos seletivos recorrentes.
Outro benefício relevante está ligado à reputação: organizações bem avaliadas em plataformas como Glassdoor e reconhecidas em rankings como o Great Place to Work ganham visibilidade espontânea, o que reforça a confiança de candidatos e até mesmo de parceiros de negócio.
Em um cenário de falta de profissionais qualificados no mercado, contar com um bom posicionamento como marca empregadora é um diferencial competitivo que pode determinar o sucesso a longo prazo.
Leia mais: Liderança situacional: entenda o valor de um líder adaptável
+ Alta performance: saiba o que é e como trabalhar com foco de atleta
+ Saiba o que é o efeito halo, o viés que distorce decisões nas empresas
Transformar a marca empregadora em uma vantagem competitiva exige planejamento, consistência e envolvimento de diferentes áreas da organização. A seguir, estão os principais passos para estruturar uma estratégia de employer branding eficaz e alinhada à realidade da empresa.
Antes de qualquer ação, é essencial entender como a organização é percebida por quem já trabalha nela e também por quem está de fora. O objetivo é identificar pontos fortes, fragilidades e expectativas em relação à cultura e à experiência oferecida.
Esse diagnóstico pode incluir pesquisas internas, entrevistas com colaboradores, análises de comentários em redes como o Glassdoor e observações em processos seletivos recentes.
O EVP, sigla para Employee Value Proposition, representa o conjunto de atributos que tornam a empresa única como local de trabalho. Ele deve refletir a realidade da organização e responder à pergunta: “por que alguém escolheria trabalhar aqui e permanecer?”.
Para isso, é importante envolver diferentes perfis da equipe e considerar elementos como propósito, ambiente, desenvolvimento e equilíbrio de vida.
Com o EVP definido, chega o momento de comunicar a proposta com clareza e autenticidade. Canais como LinkedIn, site institucional, redes sociais e até descrições de vagas devem reforçar os valores e diferenciais da organização.
Vídeos com colaboradores, bastidores de eventos e ações internas ajudam a humanizar a comunicação e aproximar a marca de futuros talentos.
Uma estratégia só evolui quando é acompanhada de perto. Monitorar indicadores como tempo médio de contratação, taxa de retenção, eNPS (Net Promoter Score dos colaboradores) e engajamento em conteúdos institucionais permite ajustes constantes.
Ferramentas de people analytics — que usam dados para orientar decisões sobre gestão de pessoas — também podem apoiar na análise de clima e comportamento dos times.
Uma das abordagens mais reconhecidas para organizar as estratégias de marca empregadora é o modelo dos 4 Ps do employer branding: People, Platform, Process e Purpose.
Cada um desses pilares ajuda a estruturar ações coerentes e duradouras dentro das empresas. Entenda melhor abaixo.
Refere-se às pessoas que representam e constroem a imagem da empresa no dia a dia. Colaboradores engajados, líderes inspiradores e equipes alinhadas com a cultura organizacional são essenciais para transmitir credibilidade à marca empregadora.
Envolve os canais e formatos usados para comunicar a proposta da empresa ao mercado. Isso inclui redes sociais, site institucional, páginas de carreiras, portais como Glassdoor e até a presença em rankings como o GPTW (Great Place to Work).
Diz respeito aos processos internos que afetam a experiência do colaborador, desde a seleção até o desligamento. Ter um RH estruturado, com políticas claras e comunicação transparente, fortalece a confiança e a consistência da marca.
O propósito conecta pessoas à missão da empresa. Organizações com objetivos bem definidos — e vivenciados na prática — conseguem atrair talentos que compartilham os mesmos valores, gerando mais engajamento e retenção.
Leia também: Escuta ativa: o que é, por que importa e como aplicá-la no ambiente corporativo
+ Comunicação assertiva no trabalho: o que é e como aplicar
Diversas empresas no Brasil e no mundo vêm se destacando por estratégias bem executadas de employer branding, que combinam cultura forte, comunicação autêntica e valorização do colaborador.
Um exemplo é a Serasa Experian, que investiu em iniciativas de diversidade e inclusão, programas de bem-estar e escuta ativa dos colaboradores — práticas que elevaram o índice de engajamento e a reputação da empresa em plataformas como o Glassdoor.
Outro destaque nacional é o Grupo Boticário, que aposta fortemente em propósito, inovação e desenvolvimento humano. A empresa é frequentemente lembrada em rankings de melhores empresas para se trabalhar e utiliza suas campanhas institucionais também como ferramenta de atração de talentos.
Fora do Brasil, cases como os da HubSpot e da Salesforce mostram a importância da cultura organizacional como diferencial competitivo. Ambas são conhecidas por políticas internas transparentes, apoio ao desenvolvimento de carreira e ações concretas de responsabilidade social.
Essas boas práticas podem ser adaptadas a diferentes portes de empresa. O que faz a diferença é a coerência entre discurso e prática — e o compromisso com uma cultura que valoriza as pessoas.
Mesmo com boas intenções, muitas empresas cometem deslizes ao tentar construir ou fortalecer sua marca empregadora. Um dos equívocos mais frequentes é desenvolver um EVP (proposta de valor ao empregado) genérico, sem refletir a realidade vivida internamente. Quando o que é comunicado não bate com a experiência real, há risco de frustração, alta rotatividade e desgaste da imagem.
Outro erro recorrente é tratar o employer branding como uma responsabilidade exclusiva do RH. Na prática, a construção da marca empregadora exige envolvimento direto da liderança, participação ativa dos times e integração com áreas como comunicação e marketing.
Ignorar os canais de reputação externa também pode prejudicar a estratégia. Plataformas como LinkedIn e Glassdoor funcionam como vitrines para talentos em busca de referências. Negligenciar avaliações ou deixar de responder comentários pode minar a credibilidade da marca.
Há empresas que concentram esforços apenas na fase de atração de talentos, esquecendo da jornada completa do colaborador. Para gerar valor de verdade, o employer branding precisa estar presente desde o primeiro contato até o desenvolvimento contínuo — e até mesmo após o desligamento.
Nos últimos anos, o conceito de employer branding tem ganhado espaço nas empresas brasileiras, impulsionado por mudanças no mercado de trabalho, aumento da competitividade por talentos e maior exposição nas redes profissionais.
Ainda que a adoção da prática esteja mais consolidada entre grandes corporações, há um movimento crescente também entre médias e pequenas empresas que buscam se destacar como bons lugares para trabalhar.
No Brasil, temas como diversidade e inclusão, trabalho híbrido, propósito organizacional e valorização do bem-estar estão entre os pilares mais trabalhados nas estratégias atuais.
Além disso, os profissionais vêm demonstrando maior interesse por ambientes que incentivam o aprendizado contínuo, a autonomia e a transparência nas relações.
Para 2025, a tendência é que o employer branding se torne ainda mais estratégico, com uso intensivo de dados (people analytics), personalização da comunicação e integração com práticas de sustentabilidade e responsabilidade social. Ferramentas de inteligência artificial também devem facilitar o mapeamento de percepções e o alinhamento entre discurso e prática.
Empresas que conseguirem alinhar esses elementos com autenticidade e consistência tendem a se destacar não só na atração e retenção de talentos, mas também na construção de uma cultura forte, capaz de impulsionar resultados no longo prazo.
Se você busca desenvolver suas habilidades e alavancar sua carreira, a Allevo for Business oferece soluções de educação corporativa com preços acessíveis, com foco no crescimento de profissionais e empresas.
Aproveite a oportunidade de se capacitar com descontos exclusivos e descubra cursos e MBAs que podem transformar o seu futuro profissional. Acesse o botão abaixo e explore as opções disponíveis para você e sua empresa:
Se interessou em saber mais sobre as soluções de educação corporativa que a plataforma oferece para profissionais e empresas? Confira os detalhes sobre como funciona a Allevo: