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Lucas Loconte | 17/07/25Piso salarial, definição, diferenças com o mínimo, leis e impacto nos direitos de quem trabalha com carteira assinada.
Entenda o que é o efeito halo e como esse viés inconsciente impacta a gestão, as contratações e as avaliações no ambiente corporativo
Há situações em que uma única característica positiva — como boa comunicação, aparência ou simpatia — acaba influenciando toda a percepção sobre o desempenho de um profissional. Mesmo sem intenção, esse tipo de julgamento afeta decisões importantes dentro de empresas. Esse fenômeno tem nome e base científica: efeito halo.
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O conceito surgiu a partir de estudos da psicologia e ganhou força em ambientes corporativos por explicar como vieses inconscientes podem distorcer processos como contratações, avaliações e promoções. A aparência de sucesso de um profissional ou empresa pode encobrir falhas estruturais ou mascarar resultados medianos.
O conceito de efeito halo foi descrito pela primeira vez pelo psicólogo norte-americano Edward Thorndike, em 1920, em um artigo publicado no Journal of Applied Psychology.
Ao estudar avaliações de soldados feitas por seus superiores, Thorndike percebeu que características como aparência física e simpatia influenciavam a forma como outras competências — como disciplina, inteligência e liderança — eram avaliadas.
A partir dessas observações, surgiu o termo halo effect (ou “efeito auréola”, na tradução literal), em alusão à ideia de que um único traço positivo cria um “brilho” em torno do indivíduo, obscurecendo uma análise objetiva de suas demais qualidades.
Desde então, o efeito halo passou a ser amplamente estudado na psicologia organizacional. Ele é classificado como um viés cognitivo: um tipo de erro mental inconsciente que interfere na forma como as pessoas processam informações e tomam decisões.
Na prática corporativa, esse fenômeno está presente em diversas situações, desde a escolha de lideranças até a análise de projetos ou fornecedores. Ele reforça estereótipos e dificulta o reconhecimento de talentos fora do padrão dominante, prejudicando a diversidade de pensamento e a meritocracia real.
O efeito halo também aparece na forma como marcas são percebidas no mercado. Muitas vezes, um produto ou característica positiva cria uma imagem generalizada que beneficia toda a linha, mesmo sem relação direta com a performance de cada item ou área.
Veja a seguir, alguns exemplos disso:
No mundo dos negócios, decisões rápidas e avaliações de desempenho são parte da rotina. No entanto, quando essas decisões são guiadas por percepções superficiais, corre-se o risco de cair no efeito halo.
Esse viés distorce a realidade ao transformar uma única qualidade — como segurança ao se comunicar ou domínio técnico — em sinônimo de competência total, mesmo sem evidências que sustentem essa generalização.
Esse tipo de julgamento interfere diretamente em áreas críticas da gestão, como avaliação de desempenho, processos seletivos, análise de lideranças e até definição de estratégias. É um atalho mental comum, mas que pode levar a decisões injustas e ineficazes.
A primeira impressão exerce um peso desproporcional nas avaliações subsequentes. Um colaborador que se comunica bem em reuniões, por exemplo, pode ser considerado automaticamente mais produtivo, mesmo que seus resultados não estejam entre os melhores da equipe. O viés não é racional — ele opera no plano emocional e intuitivo, favorecendo avaliações enviesadas.
Durante entrevistas de emprego, o efeito halo pode levar recrutadores a supervalorizar traços como boa oratória, vestimenta ou afinidade cultural, em detrimento de competências técnicas e comportamentais relevantes para a vaga. O resultado é a contratação de perfis alinhados à imagem idealizada, mas nem sempre preparados para os desafios do cargo.
Avaliar uma pessoa com base em uma característica positiva pode gerar distorções no julgamento de sua performance como um todo. É comum que líderes atribuam notas elevadas em todos os critérios de avaliação, mesmo sem observar indicadores reais de entrega ou qualidade. Essa prática reduz a precisão do feedback, mina a credibilidade do processo e perpetua injustiças internas.
O efeito halo não se limita à teoria. Casos reais mostram como o viés influencia decisões estratégicas, avaliações de lideranças e até a reputação de grandes companhias. Em muitos desses exemplos, uma imagem positiva construída em torno de um aspecto acaba encobrindo falhas graves em outras áreas.
Em seu livro, Phil Rosenzweig analisa como esse viés impactou a forma como empresas como Cisco e IBM foram retratadas na mídia e em estudos de caso.
Quando os resultados financeiros eram positivos, a narrativa atribuía esse sucesso a fatores como cultura organizacional, visão estratégica e qualidade da liderança. Quando os resultados caíam, esses mesmos fatores passavam a ser apontados como falhas — mesmo que tivessem permanecido inalterados.
Reconhecer a existência do efeito halo é o primeiro passo para neutralizar seus impactos nas decisões corporativas. Embora não seja possível eliminar completamente os vieses inconscientes, é viável criar mecanismos que tornem os processos mais justos, objetivos e transparentes.
Organizações comprometidas com a equidade implementam rotinas e ferramentas que reduzem a influência de percepções subjetivas na gestão de pessoas. Abaixo, estão algumas das estratégias mais recomendadas.
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Estruturar avaliações de desempenho com base em metas mensuráveis, indicadores de resultado (KPIs) e comportamentos observáveis reduz o espaço para julgamentos subjetivos.
Ao incluir a visão de pares, subordinados e outros líderes, o processo de avaliação se torna mais equilibrado e menos suscetível a vieses individuais.
Em processos seletivos, perguntas padronizadas e avaliações por competências ajudam a comparar candidatos com base em evidências, não em impressões.
Promover treinamentos sobre julgamento precipitado e viés de confirmação capacita líderes e times de RH a reconhecer padrões automáticos de pensamento.
Elas oferecem recursos para registrar evidências, aplicar avaliações cruzadas e gerar dados comparativos — tudo isso contribui para decisões mais embasadas.
Ignorar o efeito halo pode levar a decisões equivocadas, injustiças e queda na performance das equipes. Já compreender esse viés ajuda a construir ambientes mais conscientes, com critérios de avaliação transparentes e reconhecimento baseado em entregas reais — não em percepções distorcidas.
Empresas que conseguem minimizar esses desvios fortalecem a confiança entre lideranças e times, criam estruturas de desenvolvimento mais sólidas e aumentam sua capacidade de atrair e reter talentos diversos. A longo prazo, isso se reflete em equipes mais engajadas, avaliações mais precisas e resultados mais consistentes.
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