“O que cura, fundamentalmente, é o estímulo à criatividade.” Com os trabalhos que vinha realizando, Nise da Silveira fundou, em 1956, o Museu de Imagens do Inconsciente.
Isso valorizou seu trabalho e todo o material produzido pelos pacientes, que passou a ser encarado como documentos para estudos diversos. O cineasta Leon Hirszman realizou o documentário "Imagens do Inconsciente", com roteiro de Nise da Silveira. Na obra, ele mostra as obras realizadas pelos pacientes.
Em 1956, Nise fundou A Casa das Palmeiras, um centro de reabilitação para os pacientes que saíssem do hospital psiquiátrico. Como um local intermediário entre a rotina hospitalar e a volta para a sociedade, na Casa das Palmeiras os pacientes podiam se expressar através de desenhos e modelagens, e também cuidar de animais.
Com os trabalhos de seus pacientes, Nise da Silveira pode reparar que mandalas eram figuras frequentemente produzidas, e passou a se aproximar dos estudos de Carl Jung.
Carl Jung foi um psiquiatra suíço que trabalhou com Sigmund Freud. Ambos romperam relações após divergências de ideias. Jung acreditava no peso do trauma sexual na vida de seus pacientes e estudava fenômenos espirituais, algo que Freud era contra.
Jung estudou e aplicou técnicas de estudos dos desenhos e dos sonhos, ambos relacionados ao inconsciente humano, porém distantes das propostas de Freud. Nise seria, então, influenciada por seu trabalho.
Nise passou a trocar correspondências com Carl Jung. Estudou no Instituto Carl Gustav Jung, onde foi orientada por uma psicanalista chamada Marie-Louise von Franz.
Depois desse período, criou o Grupo de Estudos Carl Jung, que presidiu até 1968. Chegou a publicar uma biografia de Jung.
Nise humanizou o tratamento psiquiátrico no Brasil. Faleceu aos 93 anos, em 1999, no Rio de Janeiro.