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Revolução de 1930: o que foi, golpe? e o presidente? Um resumo!

História do Brasil - Manual do Enem
Maria Clara Cavalcanti Publicado por Maria Clara Cavalcanti
 -  Última atualização: 24/7/2023

Índice

Introdução

Esta revolução teve início no dia 03 de outubro de 1930, levou Getúlio Vargas ao poder e deu início à chamada Era Vargas. O movimento foi liderado por representantes dos estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba, que tinham como objetivo pôr fim à República Oligárquica no Brasil. Essas forças políticas destituíram Washington Luís de seu cargo como presidente e impediram a posse de Júlio Prestes, eleito em 1930.

Para entender esse acontecimento é preciso compreender suas origens históricas, relacionadas à crise da Primeira República que o antecedeu.   

É importante pontuar que a Revolução de 1930 também é comumente chamada de Golpe de 1930, uma vez que foi liderada por uma elite política nacional e não teve expressiva participação popular.

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Contexto Histórico

A crise da Primeira República

Desde a Proclamação da República, em 1889, e durante os anos da Primeira República, o poder esteve predominantemente nas mãos de uma elite cafeicultora que comandou a chamada República Oligárquica no Brasil.

Dessa forma, durante as três primeiras décadas republicanas no país, houve a permanência de estruturas coloniais, como a monocultura de café, a agroexportação e domínio rural nos âmbitos econômico e político. Além disso, a política do café-com-leite, garantia a alternância da presidência entre representantes das elites cafeicultoras de Minas Gerais e São Paulo.    

Uma série de revoltas sociais demonstraram as fragilidades e as ineficácias das políticas ruralistas, principalmente no que conferia à condição social da população. Estas revoltas tiveram várias naturezas e objetivos, como a reforma agrária, melhorias nas condições econômicas e sociais da população, o fim da violência contra os marinheiros negro, etc. Dentre essas revoltas podemos citar as conhecidas Revolta de Canudos, Revolta da Vacina, as manifestações operárias, a Guerra do Contestado, o Cangaço, entre outras.

Entretanto, foi o Movimento Tenentista, liderado por jovens tenentes do exército que vislumbravam reformas políticas, que promoveu as ações mais efetivas para o fim da República Oligárquica. 

Pode-se afirmar que os primeiros anos da República brasileira foram marcados por momentos de turbulência. Entretanto, foi na década de 1920 que uma crise política se aprofundou no país.

Por decorrência da 1° Guerra Mundial (1914-1918), o Brasil passou a investir nas indústrias, uma vez que estava impossibilitado de importar produtos dos países europeus. O crescimento industrial e o fortalecimento do empresariado acabaram por intensificar os questionamentos sobre o domínio ruralista no país e a política de valorização do café. Uma elite urbana industrial passou a se posicionar contra o atraso brasileiro em comparação ao restante do mundo, que já vivia uma Segunda Revolução Industrial.

Foi nesse contexto também que o movimento operário ascendeu e se fortaleceu, já que as leis trabalhistas eram ainda escassas e ineficientes na garantia dos direitos dos trabalhadores. As greves, piquetes e passeatas sofreram duras repressões por parte do governo e dos proprietários industriais, temerosos com a possibilidade de revoluções socialistas como a Revolução Russa no país.

Além disso, a Crise Internacional de 1929 atingiu o Brasil, aumentando o número de desempregados e afetando negativamente a economia do país.

Sendo assim, as insatisfações com as políticas ruralistas por parte das elites urbanas industriais e do exército e o tenso cenário político e econômico delineado na década de 1920 foram fatores que contribuíram na Revolução de 1930.

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A Revolução

Nas eleições de 1930, o então presidente Washington Luís, ao invés de indicar o candidato mineiro Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, resolveu apoiar um paulista, Júlio Prestes, causando tensões entre os participantes da política do café-com-leite.

Antônio Carlos acabou por lançar uma alternativa conciliatória, a indicação do gaúcho Getúlio Vargas como candidato à presidência. Washington Luís, entretanto, não aderiu a proposta, e teve 17 estados a seu favor, com a exceção da Paraíba, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Descontentes, esses estados formaram a Aliança Liberal, em oposição a Júlio Prestes.

No dia 1° de Março de 1930, Júlio Prestes ganhou a eleição presidencial e a oposição acusou fraude eleitoral. A partir daí, conspirações ganharam força, principalmente com a influência do movimento tenentista.

Entretanto, a Revolução de 1930 teve como estopim o assassinato do então presidente da Paraíba e candidato a vice-presidente de Getúlio Vargas, João Pessoa. O presidente morto da Paraíba foi transformado em mártir da revolução, em um ato oportunista da Aliança Liberal.

No dia 3 de Outubro de 1930, iniciaram-se as ações da Revolução. Tropas do exército e da marinha de diversas regiões do país se direcionaram ao Rio de Janeiro, onde foi formada uma junta militar que depôs Washington Luís, impediu a posse de Júlio Prestes e transferiu o poder para Getúlio Vargas. 

Revolucionários de 1930 acampados em São Paulo.

Revolucionários de 1930 acampados em São Paulo.

O Governo de Getúlio Vargas

Entre 1930 e 1934, Getúlio Vargas governou o país de forma provisória. Em 1934, foi eleito pela Assembleia Constituinte. Já em 1937, Vargas impôs um golpe de Estado que garantiu seu poder até 1945. O político também voltou ao poder entre os anos de 1951 e 1954, ano de seu suicídio.

Os anos em que Getúlio Vargas esteve na presidência do Brasil foram marcados por intensas transformações políticas, sociais, econômicas e culturais e são chamados pela historiografia de Era Vargas.  

Fotografia da Revolução de 1930 - Getúlio Vargas aparece no centro da imagem.

Fotografia da Revolução de 1930 - Getúlio Vargas aparece no centro da imagem.
Exercício de fixação
Passo 1 de 3
ENEM/2011

É difícil encontrar um texto sobre a Proclamação da República no Brasil que não cite a afirmação de Aristides Lobo, no Diário Popular de São Paulo, de que “o povo assistiu àquilo bestializado” . Essa versão foi relida pelos enaltecedores da Revolução de 1930, que não descuidaram da forma republicana, mas realçaram a exclusão social, o militarismo e o estrangeirismo da fórmula implantada em 1889. Isto porque o Brasil brasileiro teria nascido em 1930.  (MELLO, M. T. C. A república consentida: cultura democrática e científica no final do Império. Rio de Janeiro: FGV, 2007 (adaptado). 

O texto defende que a consolidação de uma determinada memória sobre a Proclamação da República no Brasil teve, na Revolução de 1930, um de seus momentos mais importantes. Os defensores da Revolução de 1930 procuraram construir uma visão negativa para os eventos de 1889, porque esta era uma maneira de:

A valorizar as propostas políticas democráticas e liberais vitoriosas.
B resgatar simbolicamente as figuras políticas ligadas à Monarquia.
C criticar a política educacional adotada durante a República Velha.
D legitimar a ordem política inaugurada com a chegada desse grupo ao poder.
E destacar a ampla participação popular obtida no processo da Proclamação.
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