A crise da Primeira República
Desde a Proclamação da República, em 1889, e durante os anos da Primeira República, o poder esteve predominantemente nas mãos de uma elite cafeicultora que comandou a chamada República Oligárquica no Brasil.
Dessa forma, durante as três primeiras décadas republicanas no país, houve a permanência de estruturas coloniais, como a monocultura de café, a agroexportação e domínio rural nos âmbitos econômico e político. Além disso, a política do café-com-leite, garantia a alternância da presidência entre representantes das elites cafeicultoras de Minas Gerais e São Paulo.
Uma série de revoltas sociais demonstraram as fragilidades e as ineficácias das políticas ruralistas, principalmente no que conferia à condição social da população. Estas revoltas tiveram várias naturezas e objetivos, como a reforma agrária, melhorias nas condições econômicas e sociais da população, o fim da violência contra os marinheiros negro, etc. Dentre essas revoltas podemos citar as conhecidas Revolta de Canudos, Revolta da Vacina, as manifestações operárias, a Guerra do Contestado, o Cangaço, entre outras.
Entretanto, foi o Movimento Tenentista, liderado por jovens tenentes do exército que vislumbravam reformas políticas, que promoveu as ações mais efetivas para o fim da República Oligárquica.
Pode-se afirmar que os primeiros anos da República brasileira foram marcados por momentos de turbulência. Entretanto, foi na década de 1920 que uma crise política se aprofundou no país.
Por decorrência da 1° Guerra Mundial (1914-1918), o Brasil passou a investir nas indústrias, uma vez que estava impossibilitado de importar produtos dos países europeus. O crescimento industrial e o fortalecimento do empresariado acabaram por intensificar os questionamentos sobre o domínio ruralista no país e a política de valorização do café. Uma elite urbana industrial passou a se posicionar contra o atraso brasileiro em comparação ao restante do mundo, que já vivia uma Segunda Revolução Industrial.
Foi nesse contexto também que o movimento operário ascendeu e se fortaleceu, já que as leis trabalhistas eram ainda escassas e ineficientes na garantia dos direitos dos trabalhadores. As greves, piquetes e passeatas sofreram duras repressões por parte do governo e dos proprietários industriais, temerosos com a possibilidade de revoluções socialistas como a Revolução Russa no país.
Além disso, a Crise Internacional de 1929 atingiu o Brasil, aumentando o número de desempregados e afetando negativamente a economia do país.
Sendo assim, as insatisfações com as políticas ruralistas por parte das elites urbanas industriais e do exército e o tenso cenário político e econômico delineado na década de 1920 foram fatores que contribuíram na Revolução de 1930.
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