Até 1917, a Rússia estava sob regime czarista (czar é o termo utilizado para denominar o imperador russo). Embora o regime tenha passado por algumas transformações, em conjunto com a Europa, ao longo dos séculos anteriores, o Império Russo era uma das últimas monarquias absolutistas do continente, atravessado por relações de produção feudais (pré-capitalistas).
Por isso, o regime era tido como um dos mais atrasados da Europa. A ainda escassa industrialização russa era predominantemente realizada com capital estrangeiro, portanto não havia no país uma burguesia forte.
Nesse contexto, mesmo sofrendo forte repressão do czar, as forças de oposição se organizaram em dois partidos principais: um de caráter liberal-burguês, o Partido Constitucional-Democrata (conhecido como “cadete”), e o Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR), de inspiração socialista.
O POSDR, por sua vez, estava dividido em duas vertentes principais. Os bolcheviques (“maioria” em russo), eram liderados por Vladimir Ilitch Ulianov, mais conhecido como Lenin, e defendiam a tomada do poder e implantação do socialismo. Já os mencheviques (“minoria”), acreditavam ser necessário uma etapa burguesa antes da transição ao socialismo.
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Disputas imperialistas na Europa
Nesse cenário, os russos entram no século XX em meio às disputas imperialistas que marcaram aquele período. A Guerra Russo-Japonesa é um importante marco para entender os conflitos que atravessavam o país. Nesta guerra, a Rússia foi vencida pelo Império Japonês pelo controle de territórios coloniais na China e na Manchúria.
Manifestações sociais
Além do confronto militar, a população russa organizou diversas manifestações e greves contra o regime do Czar Nicolau II, o que contribuiu para seu enfraquecimento.
Em um episódio importante, uma dessas manifestações, de caráter pacífico, se dirigiu ao Palácio de Inverno do Czar no dia 22 de janeiro de 1905. A guarda imperial recebeu os manifestantes com armas de fogo, promovendo um massacre que ficaria conhecido como Domingo Sangrento.
A reação do Czar à manifestação popular gerou revolta na população e provocou uma série de manifestações em resposta, inclusive violentas. Embora tenham sido contidas, as rebeliões que se sucederam ao Domingo Sangrento marcaram a decadência de Nicolau II e, posteriormente, seriam classificadas por Lenin como “ensaio geral” para a Revolução Russa.