Logo da Quero Bolsa
Como funciona
  1. Busque sua bolsa

    Escolha um curso e encontre a melhor opção pra você.


  2. Garanta sua bolsa

    Faça a sua adesão e siga os passos para o processo seletivo.


  3. Estude pagando menos

    Aí é só realizar a matrícula e mandar ver nos estudos.


Action

Descolonização da África e da Ásia: Causas + Resumo

História Geral - Manual do Enem
Otávio Spinace Publicado por Otávio Spinace
 -  Última atualização: 1/12/2024

Introdução

A descolonização refere-se à conquista de independência de nações africanas e asiáticas subjugadas pelo neocolonialismo nos séculos XIX e XX. Líderes como Nelson Mandela, Mahatma Gandhi, Frantz Fanon e Ho Chi Minh foram figuras centrais nesses movimentos.

📚 Você vai prestar o Enem? Estude de graça com o Plano de Estudo Enem De Boa 📚

Índice

Contexto histórico

Ainda durante o século XIX, diversos países europeus utilizaram seu poder militar e força econômica para implantar um domínio imperialista sobre outros países, em especial na África e na Ásia.

Essa política ficou conhecida como neocolonialismo, e perdurou ao longo da primeira metade do século XX, além de ter sido uma das principais causas da Primeira Guerra Mundial.

Descolonização da Ásia e África

Contudo, após o final da Segunda Guerra Mundial, os países que ainda possuíam colônias, em especial Inglaterra e França, além de atravessarem graves dificuldades econômicas, passam a ser cada vez mais questionados pela manutenção de suas colônias.

Não apenas os movimentos internos de libertação nas áreas coloniais reclamavam sua independência, como a existência de colônias era considerada incompatível com os princípios defendidos pelas mesmas potências coloniais na esfera internacional, como na Declaração de Direitos Humanos, promulgada pela ONU em 1948, por exemplo.

Diante desse quadro geral, podemos elencar as causas principais que levaram aos processos de descolonização a partir da década de 1940: 

  • Declínio das potências coloniais depois da Segunda Guerra Mundial, em especial Inglaterra e França;
  • Apoio das duas superpotências, Estados Unidos e União Soviética, aos processos de descolonização, com o objetivo de conquistar influência sobre os novos regimes que seriam formados; 
  • O crescimento de movimentos nacionalistas, que defendiam seu direito à autodeterminação e a ruptura com a antiga ordem colonial.

Essas causas gerais, aliadas ao contexto interno de cada país e sua relação com a metrópole, moldaram os processos de descolonização africano e asiático no século XX, como veremos a seguir.

🎓 Você ainda não sabe qual curso fazer? Tire suas dúvidas com o Teste Vocacional Grátis do Quero Bolsa 🎓

A descolonização da Ásia

Ainda antes da Segunda Guerra Mundial, ex-colônias britânicas, como Egito e Iraque, conquistaram suas independências, em 1922 e 1932, respectivamente.

Na década de 1940, outros territórios como a Transjordânia, Palestina e Líbano também se libertaram da dominação colonial. Com isso, percebemos que a luta pela independência do domínio colonial esteve presente na disputa política em diferentes momentos do século XX. 

Contudo, mesmo após a Segunda Guerra, o grande território colonial inglês, a Índia, permanecia sob condição de dominação. Nesse país, os movimentos contra a colonização já atuavam desde o século XIX, mas ainda sem obter sucesso.

Índia x Paquistão

A partir da década de 1940, os líderes hindus Mahatma Gandhi e Jawaharial Nehru intensificaram os protestos pela independência indiana. A marca de suas ações era a desobediência civil: ao contrário de outros movimentos de libertação nacional, Gandhi pregava a resistência através do não pagamento de impostos e do boicote aos produtos ingleses, por exemplo.

Em resposta a ação desses grupos, para manter seu o domínio na Índia, a Inglaterra fez uso de expedientes como a exploração dos conflitos entre os hindus e os muçulmanos, que também viviam no país e eram liderados por Muhammad Ali Jinnah.

Apesar dos esforços ingleses em prosseguir com a dominação colonial, a Índia conquistou sua independência em 1947, mas sem a criação de um único Estado. Além da República da Índia, majoritariamente hindu, foi criada a República Muçulmana do Paquistão, país de maioria muçulmana.

Mesmo com a conquista de seus estados nacionais, o conflito entre hindus e muçulmanos persistiu, o que culminou com o assassinato de Gandhi em 1948 por um militante de um grupo hindu radical, que discordava da política pacifista do líder indiano.

As desavenças entre Índia e Paquistão persistiram após a morte de Gandhi, e resultaram em uma guerra em 1965. As constantes ameaças entre os dois países fizeram com que ambos passassem a investir no desenvolvimento de armas nucleares, criando um cenário de tensão permanente na região.

A Conferência de Bandung e a descolonização da África

Alguns anos depois dos acontecimentos na Índia, em 1955, 29 países, sendo 23 africanos e 6 asiáticos, se reuniram em Bandung, na Indonésia, para discutir a posição dos novos Estados na ordem mundial bipolar, característica da Guerra Fria.

Além da política de não alinhamento automático a nenhuma das duas superpotências, os países presentes na Conferência afirmaram seu direito a autodeterminação e o repúdio a todas as formas de colonialismo. Nesse sentido, o principal resultado da Conferência de Bandung foi o impulso dado aos movimentos de independência no continente africano. 

Os processos de descolonização na África se deram, principalmente, a partir da pressão de movimentos de dentro das colônias. Contudo, esses movimentos não possuíam atuação uniforme, por isso fizeram uso de estratégias diferentes para conquistar a independência de seus países.

Alguns desses movimentos desencadearam conflitos militares contra as metrópoles, como no caso das antigas colônias da Argélia, Congo Belga e África Oriental, contra França, Bélgica e Inglaterra, respectivamente, que resultaram na criação de novos países.

Em outros prevaleceram as negociações diplomáticas, que inclusive preservaram interesses econômicos das metrópoles. Dentre os diferentes casos, também cabe destacar as colônias portuguesas, como Angola, Moçambique e Guiné-Bissau, que conquistaram sua independência entre 1973 e 1975, algumas das últimas do continente africano.

Nesse contexto, observamos que os conflitos internos existentes em Portugal, que culminaram na Revolução dos Cravos, derrubando a ditadura portuguesa, contribuíram com a luta dos movimentos de libertação desses países africanos.

🎯 Simulador de Notas de Corte Enem: Descubra em quais faculdades você pode entrar pelo Sisu, Prouni ou Fies 🎯

Resumo sobre a descolonização da África e da Ásia

  • Contexto Histórico: Durante os séculos XIX e XX, muitos países da África e da Ásia estavam sob domínio colonial de potências europeias.

  • Pós-Segunda Guerra: A descolonização ganhou ímpeto após a Segunda Guerra Mundial, quando as potências coloniais, enfraquecidas, começaram a reavaliar seus impérios ultramarinos.

  • Líderes Notáveis: Nelson Mandela (África do Sul), Mahatma Gandhi (Índia), Frantz Fanon (Martinica, mas influente na África) e Ho Chi Minh (Vietnã) foram líderes influentes nos movimentos de descolonização.

  • Métodos: Enquanto alguns países alcançaram independência através de negociações pacíficas (por exemplo, Índia), outros enfrentaram violentas guerras de independência (como a Argélia).

  • Fatores Motivadores: Nacionalismo crescente, descontentamento com o domínio estrangeiro, e o desejo de controle sobre recursos e governança.

  • Organização das Nações Unidas: A ONU desempenhou um papel importante, promovendo a autodeterminação dos povos e condenando o colonialismo.

  • Resultados: Ao longo da segunda metade do século XX, dezenas de nações africanas e asiáticas alcançaram independência, moldando o cenário político mundial.

  • Desafios Pós-independência: Muitos países enfrentaram problemas como conflitos étnicos, instabilidade política e dificuldades econômicas após a descolonização.

Quer aprender mais e entender melhor os processos de industrialização e descolonização no Brasil? Veja como se deu a industrialização brasileira e a Proclamação da República

Esse artigo foi revisado por Natália Cruz
Formada em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), tem pós-graduação em História da Arte pelo Claretiano e em História e Cultura afro-brasileira. Atualmente, é professora de História do COC Paulínia.

Prepare-se para o Enem com a Quero Bolsa! Receba conteúdos e notícias sobre o exame diretamente no seu e-mail