O termo panspermia é um termo derivado do grego ( “pan” = tudo e “spermia” = semente) e pode ser traduzido como “sementes em todos os lugares”.
O embrião da teoria da panspermia foi mencionado pela primeira vez pelo filósofo Anaxágoras que também foi o primeiro a cunhar o termo. Sua teoria defende que o universo está repleto de sementes que quando atingiram o planeta Terra deram origem às diversas formas de vida.
Uma segunda ocorrência do conceito de panspermia se deu quando Benôitt de Maillet (1656 – 1738) propôs, em meados de 1743, que a vida na Terra poderia ter se originado a partir de germes que caíram do espaço nos oceanos.
Anos depois a hipótese da panspermia passou a ser defendida por diversos cientistas, alguns bastante relevantes no mundo das ciências, como Svante Arrhenius.
A teoria da panspermia ganhou força recentemente com a identificação de substâncias orgânicas provenientes das mais diversas localidades do espaço.
Algumas dessas substâncias como o formaldeído, o álcool etílico e alguns tipos de aminoácidos foram bastante determinantes para dar credibilidade para a teoria, mas o que de fato impactou a relevância da panspermia foi a descoberta de um meteorito na década de 80, na região da Antártida, que continha o que se acredita ser um possível fóssil de bactéria, o que de fato reforça ainda mais a teoria da Panspermia.
A principal fundamentação da teoria da panspermia é a existência de seres procariotos como as arqueas. Os procariotos são organismos capazes de sobreviver em locais de temperaturas extremas (altas e baixas), além de serem capazes de realizar a quimiossíntese que permite que compostos inorgânicos sejam metabolizados e permitam a sobrevivência dos organismos.
Existem cinco vertentes principais derivadas da teoria da panspermia, cada qual adota diferentes abordagens se baseando nos mesmos princípios de sua teoria base:
A lithopanspermia é uma vertente da panspermia proposta pelo médico e botânico alemão Hermann Ritcher em meados de 1860.
A principal fundamentação da lithopanspermia é a ideia de que organismos precursores da vida na terra, teriam chegado ao planeta por meio de meteoros interestelares e foram capazes de de desencadear a colonização.
Essa hipótese se baseia na detecção de polímeros orgânicos estelares, o que é considerado pelas defensores da lithopanspermia uma forte evidência de que os vírus, por exemplo, podem ter surgido no espaço e evoluído devido à união com material genético de outros planetas.
Uma variação da lithopanspermia defende o mesmo conceito, porém com os meteoros advindos de um mesmo sistema solar, essa variação denomina-se panspermia balística.
Em 1908 o químico Arrhenius propôs a radiopanspermia, vertente da panspermia que defende que a aceleração produzida pela pressão de radiação das estrelas foi a principal causadora da propagação de organismos microscópicos precursores de vida pelo espaço.
A vertente denominada panspermia dirigida defende que seres extraterrestres dotados de inteligência dispersaram pelo universo organismos precursores de vida de maneira deliberada.
Francis Crick, famoso por receber o prêmio Nobel junto a outros dois pesquisadores por suas descobertas sobre a estrutura molecular do DNA, é um dos mais importantes defensores dessa vertente da panspermia.
A hipótese da pseudopanspermia, também denominada panspermia molecular, tem como principal argumento que as moléculas orgânicas prováveis precursoras da vida são provenientes do espaço, contrariando a hipótese de que estas mesmas moléculas foram formadas no planeta Terra a partir de outras moléculas existentes na atmosfera primitiva.
Das principais vertentes que surgiram baseadas na teoria da panspermia, a mais aceita pelos pesquisadores é a lithopanspermia.
A confiança nessa vertente se dá por conta da alta capacidade de sobrevivência das formas simples de vida, com microbianas, em sobreviver aos processos que poderiam levá-las de um planeta a outro, sendo sua principal vantagem serem capazes de sobreviver a uma aterrissagem no planeta de destino, não sendo destruídas ou danificadas na chegada a esse local.
Charles Darwin, além de postular que os organismos vivos evoluíam pela ação da seleção natural, também considerou a possibilidade de as primeiras formas de vida terem surgido em algum lago tépido do nosso Planeta. Entretanto, existem outras teorias que tentam explicar como e onde a vida surgiu. Uma delas, a panspermia, sustenta que: