A principal contribuição da filosofia kantiana ocorre quando o filósofo reúne conceitualmente o racionalismo de Descartes e o empirismo de Hume, relacionando assim a razão humana e a relevância da experiência na aquisição do conhecimento. A união desses conceitos é chamada na filosofia de Revolução Copernicana.
Os racionalistas cartesianos acreditavam que toda origem do conhecimento verdadeiro deriva da razão, a partir de categorias inatas, chamadas de a priori, que significa antes da experiência. Os empiristas, por sua vez, acreditavam que o homem era uma tábula rasa e todo conhecimento provinha de sensações.
Kant soluciona o debate promovido entre cartesianos e empiristas ao questionar se o próprio conhecimento é possível, ou seja, a razão faz críticas a si mesma, a razão é, portanto, questionada.
O filósofo critica a ideologia da razão ao apresentar uma série de conceitos e princípios que são capazes de possibilitar o pensamento humano. Para o filósofo os homens não tem condições de conhecer a realidade pura das coisas, ou seja, as coisas como realmente elas são. Na filosofia idealista kantiana a existência dos objetos depende da observação do sujeito, no entanto, nem sempre a observação leva ao conhecimento puro sobre o objeto.
O mundo chamado por ele de coisa em si, não pode ser conhecido plenamente através do entendimento ou sensibilidade, pois tudo que o homem conhece não é a realidade verdadeira. É o que Kant chama de fenômeno, que caracteriza os objetos na medida em que eles são apresentados, entendidos e organizados pelo pensamento. Com isso, Kant explica que a realidade não está relacionada ao sujeito, por isso torna-se impossível conhecê-la.
O debate é então solucionado quando Kant apresenta que o conhecimento obtido através da experiência pode ser organizado em categorias e instituições a priori, Kant faz então a conciliação entre empirismo e racionalismo aproximando os conhecimentos a priori, tidos como racionalistas e os conhecimentos a posteriori, classificados como sendo empíricos. A teoria sobre o conhecimento está descrita no livro Crítica da Razão Pura, de 1791.
Outras ideias também aparecem na filosofia kantiana e completam sua obra e seu modo de pensar e fazer filosofia. Em ética destaca-se o conceito de imperativo categórico, que é o dever que cada ser humano tem de agir conforme os princípios desejados para todos os seres humanos. Isso é, uma lei de ação geral da natureza humana.
No campo da filosofia política Kant apresenta a ideia de Paz Perpétua, como sendo o resultado da história e garantida através da cooperação internacional. Kant defende a existência de Estados organizados pela lei e com a existência de governos republicanos. Kant faz duras críticas a democracia, já que a definição de um Estado governado por todos, não abrange de fato, todos.
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