Considere um escoamento não viscoso, incompressível e sem atrito. Logo, não há perdas de energia.
Podemos utilizar o princípio da conservação da energia para os pontos A e B do escoamento. Para isso, descrevemos o trabalho realizado pela pressão da seguinte maneira:
\(p_{1} = \frac {F_{1}}{A} \Rightarrow p_{1}.A = F_{1}\)
O trabalho realizado por uma força é dado por \(W = F.\Delta S \Rightarrow W = p_{1}.A.\Delta S = p_{1}.V\)
Onde \(V\) é o volume que se desloca do fluido. Logo, pelo princípio da conservação de energia entre os pontos A e B, tem-se:
\(p_{1}.V + m.\frac{v_{1}^2}{2} + m.g.h_{1} = p_{2}.V + m.\frac{v_{2}^2}{2} + m.g.h_{2}\)
Dividindo toda a equação pelo volume \(V\) e lembrando que \(\rho = \frac{m}{V}\), a equação se reduz a:
\(p_{1} + \rho \frac{v_{1}^2}{2} + \rho.g.h_{1} = p_{2} + \rho \frac{v_{2}^2}{2} + \rho.g.h_{2}\)
Generalizando para qualquer ponto, temos que:
\(p + \rho \frac{v^2}{2} + \rho.g.h = constante\)
Essa equação é conhecida como equação de Bernoulli, uma homenagem aos trabalhos de Daniel Bernoulli, que foram de fundamental importância para o desenvolvimento dos conceitos de hidrodinâmica.
Essa equação, nos leva a pensar em um primeiro modelo de funcionamento de uma asa de um avião. Considerando a variação de altura pequena, tem-se:
\(p + \rho \frac{v^2}{2} = constante\)
Se as velocidades entre dois pontos são diferentes, há uma diferença de pressão entre esses pontos o que ocasiona uma força em direção da maior para a menor pressão.
A asa de um avião é projetada de forma que a velocidade do ar entre a parte superior e a parte inferior da asa sejam diferentes, ocasionando uma força que é responsável por manter o avião no ar. Essa força é chamada de força de sustentação.