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Combustível

Geografia - Manual do Enem
Natália Cruz Publicado por Natália Cruz
 -  Última atualização: 27/9/2022

Introdução

Combustíveis são substâncias químicas que, em reação com o oxigênio ou algum outro comburente, podem liberar energia na forma de calor, gases ou chamas.

combustão é o nome do fenômeno químico em que acontece a liberação de calor e, por conta dessa liberação de calor ou chamas, todas as reações de combustão são chamadas de exotérmicas (exo = liberação e térmica = calor).

Cada reação pode, no entanto, originar diferentes produtos, dependendo dos combustíveis e comburentes utilizados. Os produtos mais comuns são: óxido de ferro, dióxido de enxofre, monóxido de carbono, dióxido de carbono e gás carbônico.

Índice

Origens

Geralmente, os combustíveis podem ser provenientes de diversas origens. Entre as mais comuns, destacam-se: 

  • Plantas: combustíveis provenientes de arroz, batata, maçã ou cana-de-açúcar;
  • Vegetais e animais fossilizados: petróleo
  • Lixo
  • Eletrólise da água

Os primeiros combustíveis

Pesquisas arqueológicas e escavações apontam que os primeiros combustíveis utilizados pelo homem foram pedaços de madeiras de árvores e pedras. A combustão era originada a partir do atrito entre as pedras ou pedaços de madeira.

Após o conhecimento mais avançado de como produzir fogo, foram usados como combustíveis vários objetos e itens, como gordura animal, madeira, folhas, óleos vegetais e carvão, principalmente durante a Idade Média.

Já em meados do século XVIII, pós Revolução Industrial, o combustível usado para gerar energia dos motores à combustão foi o carvão vegetal.

Na transição do século XVIII para o século XIX - e com a descoberta e refino dos combustíveis fósseis -, o petróleo passou a ser utilizado como principal combustível, tanto para indústrias quanto para veículos.

Legenda: Fogo 

Classificação e tipos de combustíveis

  • Combustíveis renováveis ou não fósseis: são combustíveis obtidos a partir de fontes naturais e renováveis, ou seja, que podem renovar-se e, por isso, duram mais tempo, com menores chances de deixarem de existir definitivamente. São exemplos de combustíveis renováveis a madeira, água, etanol (proveniente da cana-de-açúcar), metanol e biodiesel. 
  • Combustíveis não renováveis ou fósseis: são os combustíveis formados a partir da fossilização de plantas e animais. Formaram-se durante milhões de anos e deram origem ao petróleo. Os combustíveis fósseis não são renováveis por conta do tempo que levam para se formarem. Dentre os principais combustíveis não renováveis que passaram por algum processo de refino destacam-se a gasolina, querosene, diesel, gás natural, carvão e gás liquefeito de petróleo (GLP).
  • Combustíveis à base de hidrogênio: a combinação química entre hidrogênio e oxigênio é capaz de produzir além de água e vapores, energia e eletricidade capazes de movimentar alguns equipamentos. No entanto, a utilização desse tipo de combustível é baixa, por conta dos custos ligados ao processo químico.
  • Eletrólise da água: é a decomposição química da água em nitrogênio e oxigênio. O hidrogênio liberado é usado para a produção de energia. A eletrólise da água é pouco utilizada como forma de combustível em ambiente industrial, por conta dos altos custos.

Legenda: Sistema antigo de extração de petróleo.

Combustíveis, poluição e crises econômicas

O uso de alguns combustíveis, principalmente os fósseis, está diretamente ligado à poluição. O petróleo, combustível fóssil mais utilizado, tanto em escala industrial quanto como combustível de veículos, é um dos mais caros e poluentes.

Dados da bolsa de Nova York mostram que o preço do barril saltou de U$20 em 1996 para U$63 em abril de 2019.

O refino do petróleo e a transformação em outros subprodutos, como o plástico e a gasolina, além de caros também colaboram com a poluição ambiental. O descarte incorreto dos resíduos das refinarias é um dos maiores responsáveis pela poluição das águas e do ar, além da destruição das faunas e floras locais.

O petróleo também é causa de inúmeros conflitos políticos entre os países. Em 1979, o déficit na produção do Oriente Médio por conta das guerras locais e da alta do preço do barril determinado pela OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) gerou uma crise em contexto mundial, obrigando alguns países a iniciarem o investimento em fontes alternativas de combustíveis, como os à base de açúcar ou milho.

Legenda: Plataforma de extração de petróleo.

Referências

DUALIBE; A. K.(org). Combustíveis no Brasil - Desafios e Perspectivas - . Livraria Synergia, 2012.

GALAO, Olívio F. ; BORSATO, Dionísio; MOREIRA, Ivanira. Combustíveis Fósseis. Carvão e Petróleo. Londrina, Eduel, 2010.

Preço do barril de Petróleo. Disponível em: https://www.valor.com.br/valor-data/tabela/5854/petroleo.

Exercício de fixação
Passo 1 de 3
ENEM/2008

Um dos insumos energéticos que volta a ser considerado como opção para o fornecimento de petróleo é o aproveitamento das reservas de folhelhos pirobetuminosos, mais conhecidos como xistos pirobetuminosos. As ações iniciais para a exploração de xistos pirobetuminosos são anteriores à exploração de petróleo, porém as dificuldades inerentes aos diversos processos, notadamente os altos custos de mineração e de recuperação de solos minerados, contribuíram para impedir que essa atividade se expandisse. O Brasil detém a segunda maior reserva mundial de xisto. O xisto é mais leve que os óleos derivados de petróleo, seu uso não implica investimento na troca de equipamentos e ainda reduz a emissão de particulados pesados, que causam fumaça e fuligem. Por ser fluido em temperatura ambiente, é mais facilmente manuseado e armazenado. 

A substituição de alguns óleos derivados de petróleo pelo óleo derivado do xisto pode ser conveniente por motivos:

A ambientais: a exploração do xisto ocasiona pouca interferência no solo e no subsolo.
B técnicos: a fluidez do xisto facilita o processo de produção de óleo, embora seu uso demande troca de equipamentos.
C econômicos: é baixo o custo da mineração e da produção de xisto.
D políticos: a importação de xisto, para atender o mercado interno, ampliará alianças com outros países.
E estratégicos: a entrada do xisto no mercado é oportuna diante da possibilidade de aumento dos preços do petróleo.
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