A dinâmica demográfica tem como objetivo descrever a variação quantitativa da população, o ritmo dessa variação e suas causas e consequências.
Quando considera-se apenas os nascimentos e as mortes, tem-se o crescimento vegetativo, ou seja, o crescimento da população por ela mesma. Se for considerado também o saldo migratório (diferença entre imigração e emigração), trata-se do crescimento demográfico, ou total.
Na maior parte das espécies vegetais e animais, o crescimento populacional (vegetativo) é determinado pelas leis naturais de convivência com o meio. Geralmente, quando uma população de indivíduos surge, por ser pequena, ela possui grandes reservas de alimentos e inicialmente não se enquadra completamente na cadeia alimentar, não constituindo assim, uma fonte de alimentos natural de outra espécie.
Nessas condições existe uma tendência a um acelerado crescimento inicial. A taxa de natalidade é sempre alta, já que impulsos instintivos de perpetuação da espécie levam os animais a se reproduzirem o quanto puderem.
Ao mesmo tempo, as taxas de mortalidade ainda são baixas, já que ocorre uma falta de predadores e disponibilidade de alimentos.
Com o passar do tempo, o crescimento da população tende a se estabilizar. Limitações de alimentos impostas pelo meio ambiente, competição por alimentos com outras espécies e exposição aos predadores são fatores determinantes para essa estabilização.
Nesse caso, o crescimento populacional é limitado pela alta taxa de mortalidade, mesmo que a de natalidade ainda permanece alta.
No caso da população humana, o processo funciona de forma diferente. A capacidade de dominar outras espécies e transformar o meio ambiente proporcionou à população humana um crescimento populacional muito mais intenso e, de certa forma, menos determinado pela condições naturais.
O domínio do fogo, o desenvolvimento da agricultura, a Revolução Industrial e o desenvolvimento da medicina foram ações humanas que colaboraram para o crescimento populacional.
Estes e outros avanços contribuíram para uma diminuição da taxa de mortalidade humana, resultando em um crescimento vegetativo intenso, especialmente nos últimos três séculos.
Essa é uma das diferenças entre a dinâmica demográfica humana e dos outros seres vivos: o crescimento humano não é controlado pelas altas taxas de mortalidade. Além disso, os seres humanos não geram filhos com base em instintos de sobrevivência, mas sim, de acordo com comportamentos socialmente definidos.
Atualmente, há uma tendência de queda nas taxas de natalidade, explicada por mudanças sociais, culturais e econômicas. Isso significa que a estabilização da população mundial, que deve ocorrer até meados deste século, será ditada pelo controle de natalidade e não por altas taxas de mortalidade. Essa tendência é demonstrada por meio da teoria da transição demográfica.
Taxa de crescimento da população mundial até 2010 e previsões dessa taxa até 2050.