A criação de máquinas movidas à combustão de lenha e combustíveis fósseis durante a Revolução Industrial, deu ao seres humanos a capacidade de transformar o meio. Entretanto, este cenário gerou novas demandas. Tornou-se necessário, principalmente, criar um sistema técnico que desse suporte ao funcionamento dessas máquinas e das novas relações sociais por elas concebidas.
Apesar das cidades já existirem anteriormente, essa estrutura passa a ser transformada pela industrialização. Uma vez que proporcionavam concentração de pessoas, de relações comerciais e de desenvolvimento técnico, as cidades foram locais apropriados para instalação de indústrias.
Porém, a industrialização não só transformou as cidades já existentes como também criou muitas outras, graças à necessidade de criar novos centros de comercialização e produção. Essas atividades se tornavam cada vez mais importantes para caracterizar as cidades.
Uma das consequências desses processos foi a alteração dos espaços agrários, que resultou no êxodo rural.
O êxodo rural é definido como o deslocamento de pessoas do campo (zona rural) para as cidades (zonas urbanas). Esse processo ocorre desde a antiguidade na história dos povos.
O êxodo rural é provocado, em geral, pelo aumento da produtividade do trabalho agrícola, que diminui a necessidade de mão de obra nas áreas rurais e pela criação de fábricas nas cidades, que atraem a população que sai do campo.
A presença de um modelo econômico que privilegiava os grandes latifundiários e a mecanização das atividades rurais substituindo a mão de obra, provocou a expulsão dos pequenos produtores dos campos, que não conseguiram mecanizar sua produção e por consequência tinham baixo rendimento de produtividade, ficando em desvantagem no mercado.
Assim sendo, com o surgimento das indústrias durante a Revolução Industrial, as cidades europeias atraíram grandes quantidades de camponeses, que buscavam empregos nas fábricas, além de melhor qualidade de vida.
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O êxodo rural no Brasil manifestou-se intensamente a partir da década de 1960, no governo de Juscelino Kubitschek, período que foi dominado pelas políticas de industrialização para substituição de importação.
O sucesso dessas políticas criou um poderoso e diversificado mercado urbano de trabalho. Atraídas pelas ofertas deste mercado, as populações rurais migraram para as cidades. Como consequência, houve um grande movimento migratório do Nordeste para o Sudeste do país.
Este processo se estendeu durante as décadas de 70 e 80, provocando grandes problemas sociais. A maior parte dos migrantes eram desprovidos de qualificação profissional, e por este motivo, não eram absorvidos pelo mercado de trabalho, tornando-se desempregados ou em subempregos nas cidades.
Outro fator negativo do êxodo rural é o despreparo das cidades para receber os migrantes e seu crescimento desordenado pela falta de planejamento urbano. O resultado disto é o superpovoamento de bairros pobres, moradias em locais sem estrutura, aumentos de favelas, etc.
Um exemplo de despreparo das cidades para acolher os migrantes no Brasil aconteceu com com a construção de Brasília, no final da década de 50. Muitos habitantes da região Norte e Nordeste foram em busca de trabalho, principalmente na área de construção civil. Como consequência, houve o crescimento desordenado das chamadas cidades satélites, gerando problemas sociais que persistem até hoje.
Nas duas últimas décadas, no entanto, o êxodo rural diminuiu muito, tanto em número de migrante como em termos de sua influência na urbanização. Entre o período de 1990 a 2010, as políticas de substituição de importação deixaram de existir. A industrialização seguiu curso, descentralizando-se para cidades de pequeno e médio porte.
Atualmente, de acordo com o último censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010, apenas 15,6% da população brasileira se encontra no meio rural. Para desestimular mais o processo de êxodo rural, são necessárias políticas que subsidiem os pequenos produtores para que eles permaneçam no campo.
Observe os gráficos:
Com base nos gráficos e em seus conhecimentos, assinale a alternativa correta.