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Metrópoles

Geografia - Manual do Enem
Angelo Carvalho Publicado por Angelo Carvalho
 -  Última atualização: 28/7/2022

Introdução

Metrópoles são cidades que são núcleos econômicos, políticos e sociais de áreas conurbadas. A conurbação, por sua vez, é a união física de duas ou mais manchas urbanas, pertencentes a municípios diferentes.

Com essa definição, é possível observar que há uma hierarquia entre as metrópoles e as cidades satélites, o que cria uma rede de relações, na qual as metrópoles são as mais importantes, tendo influência em toda a rede.

Deste modo, as metrópoles se encontram no topo dessa composição hierárquica, criando um campo de dependência e subordinação econômica.

Mais do que “grandes cidades”, as metrópoles dispõem de superioridade estrutural, em que se destacam:

  • bairros planejados para habitação;
  • diversos tipos de meios de transporte urbano;
  • grandes centros de compra;
  • lugares destinados ao lazer;
  • serviços urbanos.

Numa visão geral, as metrópoles funcionam como pólos ou zonas centrais, concentrando recursos financeiros, humanos, econômicos e técnicos.

Essas cidades recebem grande quantidade de investimentos por meio da fixação de grandes empresas (tanto filiais como sedes administrativas), conglomerados industriais, pontos de administração de multinacionais entre outros.

Por esses fatores, as metrópoles costumam possuir uma grande quantidade de habitantes, uma vez que há maior disponibilidade de emprego.

Índice

Metropolização no Brasil

No Brasil, um dos fenômenos urbanos de maior expressão e importâncias das últimas décadas do século XX foi o surgimento das metrópoles. O principal fator que levou ao desenvolvimento dessas estruturas urbanas foi o intenso processo de industrialização, destacando-se, principalmente, em São Paulo e no Rio de Janeiro.

No início da década de 1940, quando a industrialização estava se desenvolvendo no Brasil, apenas a região Sudeste possuía infraestrutura de transporte e energia, mercado consumidor e concentração de capitais suficientes para a implantação do modelo industrial.

A capital paulista possuía todos os privilégios de ser o ponto onde as ferrovias que transportavam o café do interior do estado se encontravam antes de descer para a região litorânea. A presença dos negociantes do produto agrícola conferia à cidade o status de centro de comércio internacional.

O Rio de Janeiro, por sua vez, tinha a grande vantagem de ser a capital federal, possuindo todos os órgãos administrativos que uma capital exige. Conquistou, assim, um mercado consumidor importante, devido à existência de grande quantidade de bons empregos na administração do Estado.

Posteriormente, as políticas de descentralização promovidas pelo governo brasileiro levaram ao crescimento de novas cidades, como Brasília e Goiânia, e ao “renascimento” de outras, como Manaus, Salvador e Recife.

A partir dessas ações, configurou-se uma hierarquia urbana brasileira que, segundo o IBGE, é constituída de 12 metrópoles, onde reside 33,6% da população brasileira. Essas metrópoles podem ser distribuídas:

  • Grande metrópole nacional: São Paulo;
  • Metrópoles nacionais: Rio de Janeiro e Brasília;
  • Metrópoles: Belo Horizonte, Manaus, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Curitiba, Goiânia e  Porto Alegre.

Conurbação e Regiões Metropolitanas brasileiras

Com o processo de metropolização, inicia-se um grande crescimento da população urbana, não apenas na cidade que é a metrópole em si, mas também em um grupo de cidades.

Com o crescimento da área urbana em vários municípios ligados ao mesmo pólo urbano-econômico, a tendência é que ocorra a conurbação.

A partir do momento em que esse processo ocorre, não é mais possível resolver problemas urbanos isoladamente em cada município, uma vez que esses problemas já se tornaram comuns às várias cidades.

Devido a essa realidade, o governo brasileiro criou, entre o período de 1974 e 1975, um conjunto de leis regulamentando oficialmente essas áreas, concedendo-lhes o status de regiões metropolitanas, o que possibilita a resolução dos problemas urbanos de forma integrada e com auxílio dos governos estadual e federal.

As principais regiões metropolitanas brasileiras são:

  • São Paulo (39 municípios);
  • Belo Horizonte (25 municípios);
  • Porto Alegre (24 municípios);
  • Rio de Janeiro (21 municípios);
  • Recife (16 municípios);
  • Curitiba (16 municípios);
  • Fortaleza (11 municípios);
  • Salvador (11 municípios);
  • Belém (4 municípios);

As grandes metrópoles, apesar de todo o desenvolvimento que conheceram, não se tornaram estruturas urbanas perfeitas. Um de seus maiores problemas é a poluição. Com o aumento no número de habitantes e com o crescimento da própria cidade, intensificou-se o uso de meios de transporte, acentuando a poluição drasticamente.

O crescimento da poluição nas metrópoles é responsável pelo aumento das doenças respiratórias, do aquecimento urbano (devido a ocorrência de ilhas de calor) e da chuva ácida.

São Paulo, maior metrópole brasileira.São Paulo, maior metrópole brasileira.

Exercício de fixação
Passo 1 de 3
PUC-SP

É comum encontrar, nas referências sobre a urbanização no século XX, menções ao fato de ela ter sido fortemente marcada pela metropolização. De fato, as metrópoles são fundamentais para se entender a vida urbana contemporânea. A respeito das metrópoles modernas brasileiras, pode-se afirmar que: 

A Não são aglomerações tão grandes quanto as de outros países, porque elas são fragmentadas em vários municípios, como no caso de São Paulo.
B São configurações cujas dinâmicas, em alguns casos, levaram seus limites para além do núcleo municipal de origem, formando aglomerações multimunicipais.
C Elas são aglomerações modestas em razão da inviabilidade de se administrar em países pobres áreas urbanas de grande porte.
D Apenas uma delas pode ser considerada de fato metrópole, logo, não se pode afirmar que no Brasil houve uma urbanização metropolitana.
E Elas estão com o seu crescimento paralisado, sofrendo, em alguns casos, encolhimento, em função de novas políticas de planejamento.
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