Sarney tinha profundas relações com as oligarquias do Nordeste, por isso, seu governo foi marcado por tentativas de conciliar o necessário desenvolvimento econômico com a manutenção dos privilégios desse grupo.
Constituição de 1988
Uma das primeiras medidas deste governo foi a criação de uma Assembléia Constituinte, com o objetivo de criar uma nova Constituição, em substituição à que foi instaurada durante o Regime Militar.
A nova Constituição ficou pronta em 1988 e garantiu eleições diretas para presidentes, governadores e prefeitos, o regime presidencialista, a independência dos três poderes (legislativo, executivo e judiciário), a garantia do direito de greve, dentre outras medidas que ajudaram no caminho para a transição democrática do país.
Além disso, a chamada “Constituição Cidadã” de 1988 garantia liberdades individuais e previa condições mínimas de subsistência para todos os cidadãos. Nela, foram também assegurados o limite de 44 horas de jornada para os trabalhadores e direitos como licença maternidade, licença paternidade e seguro-desemprego.
Economia e inflação no governo Sarney
Rompendo com a política econômica do governo militar que havia deixado grandes déficits, Sarney criou programas econômicos com a intenção de conter o aumento da inflação. Dessa forma, uma nova moeda foi criada no chamado Plano Cruzado.
Além disso, medidas como o incentivo à produção e o congelamento de salários e preços também foram tomadas durante seu governo. A inflação, entretanto, continuou a subir, chegando a taxas de mais de 300% entre os anos de 1986 e 1987. A crise fez com que o país deixasse de pagar os juros da dívida externa e mesmo com novos planos econômicos elaborados, a economia não melhorou, com uma taxa de inflação de 1764% em 1989.
Outras medidas do Governo Sarney foram o ingresso no MERCOSUL e a criação do Ministério da Cultura. O Governo de José Sarney chegou ao fim em 1990, quando Fernando Collor de Mello foi eleito presidente da República via eleições diretas.