Zumbi foi o mais importante líder de um dos mais conhecidos Quilombos da história da escravidão no Brasil, o Quilombo dos Palmares, em Pernambuco. É até hoje considerado símbolo da resistência negra contra a escravidão e a opressão.
Zumbi foi o mais importante líder de um dos mais conhecidos Quilombos da história da escravidão no Brasil, o Quilombo dos Palmares, em Pernambuco. É até hoje considerado símbolo da resistência negra contra a escravidão e a opressão.
A escravidão no Brasil teve início no século XVI, durante o Período Colonial, e consistiu no uso da mão-de-obra forçada de mulheres e homens africanos. Essas pessoas foram retiradas à força dos muitos grupos étnicos dos quais faziam parte no continente africano e trazidas ao Brasil nos chamados navios negreiros. A escravidão foi uma prática que perdurou por longos anos, tornando-se uma estrutura que influenciou muito a formação do Brasil, em sua política, economia e sociedade.
Os escravizados trabalhavam nos latifúndios de produção de café, nas minas de ouro e diamante, e nos serviços domésticos e, quando na cidade, como “escravos de ganho”. Estes últimos realizavam pequenos comércios e serviços nos espaços urbanos.
A escravidão foi um processo imensamente violento. A mão-de-obra negra africana era submetida a longas jornadas de trabalho, sem alimentação e condições de vida adequadas. Tudo o que produziam era tomado pelos senhores e não eram remunerados por seu trabalho.
Além disso, eram aplicadas várias formas de castigo físico como punição ao mau-comportamento ou à baixa produtividade, como os chibatadas no tronco, os açoites, o uso de correntes e a prática de muitos outros atos que visavam humilhar e violentar essa população. As mulheres negras escravizadas foram, além disso, vítimas de inúmeros atos de violência sexual.
Desde o princípio da escravidão, a população negra africana empreendeu várias tentativas de resistência e fuga. Foram sempre extremamente reprimidos, mas obtiveram sucesso em muitas ocasiões.
Exemplo disso foram os inúmeros Quilombos organizados entre os escravizados fugidos que constituíram uma grande força de resistência à escravidão. Além disso, as estratégias que englobaram a manutenção das suas culturas, tradições e costumes - assim como a formação de famílias - também representaram formas de sobreviver e resistir à violência que lhes era imposta.
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Zumbi nasceu em Alagoas em 1665. Herdeiro de uma linhagem de tradição guerreira, Zumbi nasceu livre, mas fora capturado aos sete anos de idade e entregue ao padre católico Antônio Melo, que o batizou como Francisco e o ensinou o português e o latim.
Apesar de nascido no Quilombo de Palmares, Zumbi foi capturado ainda criança e viveu em Porto Calvo, Alagoas, até os 15 anos, quando fugiu e retornou ao Quilombo. Desse período em diante foi em Palmares que Zumbi lutou e viveu até o dia de sua morte. Lá, adotou o nome de Zumbi, que significa “guerreiro”. Na época, o quilombo era comandado por Ganga Zumba, tio de Zumbi.
Em 1675, tropas portuguesas tentaram invadir o Quilombo dos Palmares e Zumbi ganhou notoriedade lutando bravamente pela defesa do território de resistência.
Em 1678, Zumbi desafiou seu tio, provocou um conflito e acabou tomando o poder do quilombo, onde permaneceu líder por mais 14 anos.
Estima-se que, em 1678, o Quilombo dos Palmares chegou ao número de 20 mil habitantes e onze povoados bem organizados.
A Coroa portuguesa, na intenção de acabar com a resistência quilombola de Palmares, chegou a enviar 16 expedições que falharam por conta das dificuldades de locomoção na região e das estratégias da população que lá estava. Apesar da falta de armas, os resistentes do quilombo conseguiram permanecer no território durante muitos anos.
Em 1694, o bandeirante Domingos Jorge Velho e seu exército, encarregados pela Coroa portuguesa, conseguiram invadir o Quilombo de Palmares. A população resistiu ainda durante 22 dias. Depois de intensos conflitos, Zumbi fugiu e se escondeu, até que foi encontrado, capturado e morto no dia 20 de novembro de 1695.
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Zumbi é considerado um dos maiores líderes da história brasileira, mas, principalmente, como representante da resistência negra contra a escravidão. Além de ter lutado contra as violências sofridas pela população escravizada, lutou pela liberdade religiosa e cultural de seu povo.
A organização do Quilombo de Palmares representou uma forte ameaça ao poder colonial e à estrutura da escravidão. Após anos de reivindicações do Movimento Negro brasileiro, o dia 20 de novembro (data da morte de Zumbi dos Palmares) tornou-se feriado nacional, o Dia da Consciência Negra.
“No Brasil, há registros de fugitivos no Recôncavo da Bahia e na Capitania de Pernambuco – inicias áreas de colonização e escravidão africana atlântica – desde o final do século XVI. As primeiras notícias de Palmares – uma das mais importantes comunidades de africanos fugitivos das Américas – surgem nas últimas décadas do século XVI. (…) Os palmaristas (como eram denominados nas fontes lusitanas) resistiram a inúmeras tropas oficiais enviadas por portugueses e neerlandeses (durante a ocupação destes no nordeste em meados do século XVII) e também expedições punitivas preparadas por fazendeiros locais, que cada vez mais se sentiam prejudicados. Liderados por Ganga-Zumba e depois Zumbi – tinham uma complexa organização econômica, militar e política".
GOMES, Flávio dos Santos (Org.) Mocambos de Palmares: histórias e fontes (séculos XVI-XIX). Rio de Janeiro, 7 Letras, 2010, p. 7
A partir da leitura do texto e de acordo com seus conhecimentos sobre resistência escrava no Brasil colonial, assinale a alternativa correta.