Com o fim da Guerra de Secessão, o destino da população negra recém liberta entrou em discussão. A presença desse grupo, não mais na condição de escravizados, gerou debates em torno do que deveria ser seu destino. Nesse contexto, surgiram inúmeros grupos de afro-americanos organizados que passaram a exigir os mesmos direitos que tinham os brancos no país.
Descontentes com este cenário, começaram a se formar grupos de supremacistas brancos, formados principalmente por ex-senhores de escravizados descontentes com o fim da escravidão, defendendo a superioridade dos brancos e promovendo violentos ataques racistas.
A Ku Klux Klan foi fundada em 1866 no Tennessee, por um grupo de ex-veteranos da Guerra de Secessão.
A organização
A Ku Klux Klan foi responsável por inúmeros ataques a pessoas negras e defensores dos direitos dos negros nos Estados Unidos. Realizavam incêndios em casas de afro-americanos, espancamentos, assassinatos, enforcamentos, etc. Atacaram escolas e igrejas frequentadas por negros, além das primeiras personalidades negras que ganhavam destaque. Também realizavam cavalgadas durante a noite, onde saíam munidos de tochas, manifestando palavras de ódio contra a população negra.
O grupo usava uma vestimenta branca com um capuz de ponta pontiaguda, que se tornou sua marca. Acreditavam e investiam na possibilidade da restauração da escravidão em um “império” que se formaria com os estados que haviam perdido a guerra.
Poucos anos depois de sua criação, a organização ganhou o status de terrorista, muitos de seus líderes foram presos e seus núcleos foram desfeitos. Assim se encerrava o que se considera a primeira fase da organização.
A segunda fase se iniciou em 1915, quando o grupo começa a ressurgir, e foi até 1940. O lançamento do livro The Clansman, de Thomas Dixon, e a produção de filmes racistas, que exaltavam a organização e afirmavam a inferioridade dos negros, marcou este período. Esses foram os anos de maior força da KKK, exercendo, inclusive, forte influência política em alguns estados do Sul. Nesse período, o grupo chegou a contar com 4 milhões de membros. A Grande Depressão, disputas internas e o envolvimento em diversos escândalos fez com que o grupo perdesse força no final da década de 1940.
Já na terceira fase do grupo, os integrantes da KKK direcionaram seus ataques a pessoas que lutavam em prol dos direitos civis nos Estados Unidos. Quanto mais as leis de segregação iam sendo abolidas, mais ataques foram realizados pela organização, incluindo explosões em igrejas e escolas, assassinatos de ativistas afroamericanos, etc.
Até hoje existem células do grupo espalhadas pelo país. Estima-se que contem com cerca de 8 mil membros.