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Crise de 1929: entenda a Grande Depressão

História Geral - Manual do Enem
Otávio Spinace Publicado por Otávio Spinace
 -  Última atualização: 21/3/2024

Índice

Introdução

Em 1929, o capitalismo passou por sua maior crise até então. Seu epicentro aconteceu nos Estados Unidos, que já haviam se consolidado como principal economia do mundo após a Primeira Guerra Mundial, mas seu alcance alcançou o mundo todo.

A crise de 1929, marcada pela quebra da bolsa de Nova York, foi seguida por uma grande depressão econômica que resultou na falência de diversas empresas e no aumento da pobreza e do desemprego.

Politicamente, a crise econômica que se espalhou pelo mundo contribuiu com a chegada ao poder de regimes totalitários em países que ainda sofriam as consequências da Grande Guerra.

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Imagem: Dorothea Lange - Esta imagem está disponível na Divisão de Gravuras e Fotografias da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos 

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O que foi a crise de 1929?

A crise de 1929 é considerada a maior crise econômica da história dos Estados Unidos e a maior crise capitalista de impacto mundial, uma vez que afetou direta ou indiretamente, boa parte dos países do mundo. A crise foi consequência da grande expansão de créditos e produção estadunidense que marcaram o final da década de 1920.

Desde o final da Primeira Guerra Mundial, o Estados Unidos se consolidou como o grande produtor industrial do mundo e passou por uma fase de intensa expansão econômica e industrial e oferta de créditos, além da exportação de produtos para a Europa.

O avanço vertiginoso da economia e do processo industrial, fez com que as empresas estadunidenses produzissem mercadorias em grandes quantidades, acreditando que o mercado consumidor seria capaz de comprá-las. Em meio a tanto entusiasmo, os bancos passaram a realizar empréstimos de grandes quantidades de dinheiro e as pessoas e empresas passaram a comprar e vender milhares de ações na bolsa de valores, fazendo com que os valores disparassem.

No entanto, diante da falta de controle da economia,  a crise já caminhava para seu início. A diminuição da compra dos produtos pela Europa, que já estava recuperando sua economia e deixava de comprar grandes quantidades de produtos estadunidenses, o não crescimento do poder de compra da população estadunidense e o não pagamento de empréstimos mudou o clima de esperança e a sensação de prosperidade.

Em 24 de outubro de 1929, em meio a um clima de desconfiança, cerca de 12 milhões de ações foram colocadas à venda. Nos dias seguintes, enormes quantias de ações foram novamente oferecidas e em 29 de outubro de 1929, ocorreu a quebra da Bolsa de Valores e o preço das ações despencou. Rapidamente, pessoas sacaram suas reservas nos bancos, diversas empresas começaram a decretar falência, outras tantas, viram seus patrimônios diminuir drasticamente e precisaram demitir milhares de funcionários. A economia estadunidense entrou em colapso.

Contexto histórico da Crise de 29

Apesar de ter entrado na Primeira Guerra Mundial apenas um ano antes do seu término, em 1917, os Estados Unidos foram o país que mais obteve ganhos com a guerra.

Além de não ter sofrido ataques em seu território, a economia americana se consolidou como a mais importante do mundo, fornecendo tanto produtos agrícolas como industriais, e até mesmo crédito aos países fragilizados pela guerra.

Apesar de não ter consolidado seu plano de paz, como proposto pelo presidente Woodrow Wilson, após um curto período de dificuldades, a década de 1920 foi de grande crescimento econômico e otimismo para a economia americana.

Com a recuperação dos países europeus, os americanos recuperaram os empréstimos que haviam feito durante a guerra e puderam incrementar sua indústria. Também nesse período se consolidou o American way of life, expressão que sintetiza o estilo de vida americano, baseado no bem-estar e no consumo, e utilizado como propaganda do país.

Em resumo, a década de 1920 marcou o expansionismo americano não apenas pela exportação de seus produtos, mas também de sua cultura para o mundo capitalista. O sentimento otimista que se espalhou pelo país, aliado ao liberalismo econômico quase irrestrito implantado pelo governo, intensificou os investimentos na produção industrial e agrícola, assim como a especulação no mercado financeiro.

Contudo, apesar do cenário favorável, gradativamente o processo de boom na produção encontrou obstáculos no consumo, que não era capaz de absorver a grande quantidade de mercadorias produzidas.

A concentração de renda, estabelecida principalmente com a formação de grandes monopólios e oligopólios, acabou afetando o mercado consumidor que havia se formado entre os trabalhadores americanos.

Em paralelo, a mecanização dos processos de produção e as dificuldades vividas na agricultura contribuíram com o aumento do desemprego nos Estados Unidos, fazendo com que as famílias no país não conseguissem mais consumir da mesma forma.

Esse processo gradual gerou uma crise de superprodução na economia americana, ou seja, a produção de bens superou em muito a capacidade de consumo pelo mercado, processo que se manifestou com maior intensidade a partir de 1929.

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A Grande Depressão

Junto com o crescimento econômico, o mercado de ações havia se popularizado nos Estados Unidos ao longo dos anos 1920. Com a crise o que atingia o país, milhares de pessoas, não apenas grandes empresários e investidores, passaram a ficar receosas em relação a seus investimentos na bolsa.

O clima de pessimismo se espalhou e provocou a venda em massa de ações na Bolsa de Nova York, no dia 24 de outubro de 1929, conhecida como quinta-feira negra (em inglês, Black Thursday).

Com a quebra da bolsa, muitas empresas entraram em falência, e a crise econômica, iniciada como uma crise de superprodução, se transformou na Grande Depressão. Esse período durou aproximadamente até 1933, e é comumente lembrado como um dos momentos mais difíceis da história dos Estados Unidos.

Empresários perderam todo seu patrimônio e houve um aumento brusco do desemprego. Em razão da piora da economia, ocorreu uma epidemia de suicídios nos EUA, tanto entre empresários que perderam seus negócios, como entre trabalhadores que não conseguiam sustentar suas famílias.

Em razão também da interdependência da economia capitalista, a crise dos Estados Unidos se espalhou pelo mundo. Os países da América Latina, que dependiam fortemente da exportação de produtos primários para os EUA, foram muito abalados, pois não havia mais quem comprasse seus produtos.

No caso do Brasil, houve uma crise sem precedentes na indústria do café, o que acabou gerando consequências políticas. A República de Weimer (Alemanha) também foi muito atingida, já que desde a Primeira Guerra Mundial dependia muito de investimentos americanos.

O aumento da crise na Alemanha acabou favorecendo a ascensão do nazismo e a chegada de Hitler ao poder em 1933. O único país que escapou relativamente ileso da crise foi a União Soviética, que na década de 1920 já havia iniciado a transição para o socialismo através da planificação de sua economia.

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O New Deal

Depois do impacto imediato da crise de 1929 e as consequências da Grande Depressão, os Estados Unidos iniciam sua recuperação com maior intensidade em 1933, ano de lançamento do New Deal (novo acordo), implementado pelo presidente Franklin Delano Roosevelt, eleito no ano anterior.

O plano econômico, desenvolvido principalmente pelo economista britânico John Keynes, se opunha ao liberalismo vigente na década anterior. Para isso, propunha um novo papel para o Estado, regulamentando a atividade econômica para criar demanda e restabelecer o consumo, pilar fundamental da economia capitalista.

Desse modo, apesar de crítico ao laissez-faire (expressão francesa que representa o liberalismo econômico), o new deal não rompia com o capitalismo, mas, ao contrário, procurava salvá-lo. O novo plano de Roosevelt aumentava os investimentos em obras públicas e reduzia a jornada dos trabalhadores, procurando, assim, criar empregos.

Além disso, foram feitos investimentos para recuperar a produção agrícola e criados novos órgãos para resolução de conflitos trabalhistas. Embora o new deal tenha sido fundamental para recuperar a economia dos Estados Unidos, seu verdadeiro ponto de inflexão se dará durante a Segunda Guerra Mundial. Com a reabilitação de indústria bélica e a ajuda aos países mais afetados, os Estados Unidos de fato reativam sua economia e se consolidam no posto de maior potência do mundo capitalista.

Impactos da crise de 1929 

A crise de 1929 impactou a economia dos Estados Unidos e de boa parte do mundo. Abaixo estão alguns dos importantes impactos causados pela crise:

  • Aumento do desemprego;
  • Queda do PIB dos EUA;
  • Queda das taxas de exportações estadunidenses;
  • Aumento do desemprego;
  • Crescimento dos ideais totalitários na Europa;
  • Redução do salário dos trabalhadores;
  • Queda do crescimento econômico nos EUA e em diversos países do mundo.

Como foi a Grande Depressão no Brasil?

Durante a década de 1929 a economia brasileira estava baseada na exportação de produtos agrícolas, especialmente o café. Durante a crise de 1929, o volume de exportações do produto tanto para a Europa quanto para os Estados Unidos caiu consideravelmente. Consequentemente, o preço do café despencou e milhares de sacas não vendidas estavam em território brasileiro.

Para minimizar as perdas da elite cafeicultora, o governo de Getúlio Vargas decidiu que o Estado compraria as sacas de café para garantir o preço da mercadoria no mercado internacional. Com grandes quantidades de café em posse do governo brasileiro, decidiu-se que a melhor opção seria promover a queima das sacas de café. Além da queima, o governo criou o Conselho Nacional do Café, para lidar com questões ligadas à produção e venda do café brasileiro.

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Resumo sobre a Crise de 29

A Crise de 1929, também conhecida como Grande Depressão, começou com o colapso da Bolsa de Valores de Nova York em outubro de 1929, marcando o fim do crescimento dos anos 20. Originada por especulação financeira, acesso fácil ao crédito, desigualdade de renda e produção excedente, levou a uma catástrofe econômica mundial.

O crash resultou em falências massivas, desemprego que atingiu 25% nos EUA, deflação, e pobreza generalizada. A crise se espalhou globalmente, afetando economias em todo o mundo e levando a mudanças políticas significativas. A recuperação exigiu políticas intervencionistas, incluindo os gastos governamentais defendidos por Keynes, marcando uma mudança na forma como governos lidavam com crises econômicas.

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Exercício de fixação
Passo 1 de 3
ENEM/2017

“Mas a Primeira Guerra Mundial foi seguida por um tipo de colapso verdadeiramente mundial, sentido pelo menos em todos os lugares em que homens e mulheres se envolviam ou faziam uso de transações impessoais de mercado. Na verdade, mesmo os orgulhosos EUA, longe de serem um porto seguro das convulsões de continentes menos afortunados, se tornaram o epicentro deste que foi o maior terremoto global medido na escala Richter dos historiadores econômicos — a Grande Depressão do entreguerras.”

(HOBSBAWM, E. J. Era dos extremos: o breve século XX (1914-1991). São Paulo: Cia. das Letras, 1995.)

A Grande Depressão econômica que se abateu nos EUA e se alastrou pelo mundo capitalista deveu-se ao(à)

A produção industrial norte-americana, ocasionada por uma falsa perspectiva de crescimento econômico pós-Primeira Guerra Mundial.
B vitória alemã na Primeira Grande Guerra e, consequentemente, sua capacidade de competição econômica com os empresários norte-americanos.
C desencadeamento da Revolução Russa de 1917 e a formação de um novo bloco econômico, capaz de competir com a economia capitalista.
D Guerra Fria, que caracterizou o período de entreguerras, provocando insegurança e crises econômicas no mundo.
E tomada de medidas econômicas pelo presidente norte-americano Roosevelt, conhecidas como New Deal, que levaram à crise econômica no mundo.
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