Luís Felipe de Orleans era governante da França desde a revolução de 1830, quando, com o apoio da alta burguesia, liderou um movimento pela deposição de Carlos X, rei que havia restaurado alguns princípios do absolutismo.
Apesar de ter implantado medidas liberais em seu governo, como a valorização do parlamento, Luís Felipe também manteve políticas de viés conservador, como o voto censitário e a censura à imprensa. Em razão disso, enfrentava uma oposição que se dividia basicamente em quatro grupos:
- Legitimistas: grupo composto por nobres que consideravam a deposição de Carlos X ilegítima e desejavam retomar os princípios estabelecidos no Congresso de Viena;
- Bonapartistas: membros da pequena burguesia liderados por Luís Bonaparte, sobrinho de Napoleão;
- Republicanos: constituído por defensores do sufrágio universal (todos os cidadãos têm direito ao voto) e contrários ao direito hereditário dos reis;
- Socialistas: formado por movimentos de trabalhadores, inspirados pelas ideias do socialismo que se espalhavam pela Europa.
Diante desse quadro geral, a crise econômica, provocada principalmente por uma colheita ruim em 1847, intensificou os protestos contra o governo. As críticas se dirigiam em especial ao ministro Guizot, um dos principais auxiliares do rei Luís Felipe.
O aumento da repressão por parte da coroa, que proibiu reuniões entre os grupos oposicionistas, gerou a “política dos banquetes”, reuniões clandestinas que tinham por objetivo organizar a oposição em “banquetes” e discutir a situação política do país.
Ao descobrir um desses banquetes, em fevereiro de 1848, Guizot decidiu proibi-los, o que provocou uma grande revolta por parte do proletariado de Paris. A resistência não cessou e dias depois o rei abdicou, fugindo para a Inglaterra.