Completamente influenciado pelo forte nacionalismo romântico, José de Alencar escreveu diversos romances em que o indígena é o protagonista.
Ele quer mostrar que nossas origens e nossa natureza devem ser objetos de orgulho e louvor.
Ele até mesmo faz uma linha do tempo com sua obra: “Ubirajara” retrata a vida do povo indígena antes da chegada dos portugueses; “Iracema” mostra o embate entre esses dois povos e “O Guarani” mostra uma sociedade brasileira em que a colonização portuguesa já está adiantada.
Alencar quer ajudar a construir a literatura nacional, usando o povo indígena e a natureza brasileira como identidades do país. O índio, para ele, era a união perfeita entre o povo nativo e os valores burgueses predominantes em sua época.
O romance indianista inicia-se com “O Guarani”, em 1857. Aqui, conhecemos uma grande figura de nossa literatura: o índio Peri.
Ele é um herói completamente idealizado. Possui todas as qualidades possíveis, é belo, jovem, forte, veloz, bondoso... E modesto, porque todas essas qualidades ele vê na mulher amada.
Peri é completamente apaixonado por Cecilia, uma moça portuguesa, filha de um importante fidalgo. Cecilia é uma personagem idealizada, beirando à perfeição.
Diante de alguns perigos que não revelaremos aqui para não estragar a surpresa, Peri até mesmo torna-se cristão por causa dela. Quando eles fogem rumo a um destino incerto, é como se Alencar quisesse fazer uma metáfora sobre a união dos povos.
Essa é uma típica história do romantismo: uma história de amor cheia de obstáculos e uma natureza esplêndida. A floresta, aqui, torna-se símbolo nacional e cenário de muitas ações. O rio Paraíba é coroado como o rei das águas.
Outro romance muito famoso é “Iracema”. Você já ouviu falar da virgem dos lábios de mel? Iracema é tão idealizada como Peri. Também é jovem, bela, forte...
Essa índia tabajara se apaixona por um dos colonizadores portugueses. As dificuldades para concretizar esse amor são muitas, logo, eles fogem. O filho desse amor, Moacir – que significa “filho da dor” – é um símbolo do nascimento do povo brasileiro, fruto da miscigenação entre o povo indígena e o português.