Para entendermos a função das preposições, é preciso saber que no discurso há diferentes elementos de distintas classes gramaticais, como substantivo, adjetivo, verbo, advérbios que estabelecem ligações, apesar de possuírem funções diferentes dentro de um enunciado. Para que a ligação entre esses elementos linguísticos possa ser feita, nós utilizamos as preposições.
Vejamos um exemplo:
Os livros de Pedro ficam em prateleiras de madeira
Neste exemplo, a preposição de estabelece relação entre o substantivo livro e o substantivo próprio Pedro, indicando, semanticamente, a ideia de posse, ou seja, que os livros são de Pedro. Agora, a preposição em faz a ligação entre o verbo ficam e o substantivo prateleiras, indicando ideia de lugar. Já a última proposição de liga os termos prateleiras e madeira (que, no contexto da frase, se torna um adjetivo), e exprime ideia de matéria/ material.
Como identificar preposições?
Primeiramente, para identificarmos as preposições, é necessário entender a função sintática dos elementos que ali estão se relacionando na frase. Depois, devemos compreender que, ao relacionar duas outras palavras, a preposição estabelece entre elas um tipo de vínculo em que uma delas funcionará como palavra principal e a outra, como secundária. Vejamos o exemplo:
Livros de Pedro
O termo livro é o principal e Pedro é secundário.
Tipos de preposições
As preposições subdividem-se em dois grupos: as preposições essenciais e as preposições acidentais.
As preposições essenciais são aquelas que, gramaticalmente, exercem exclusivamente o papel de preposição. Apesar dessas palavras serem invariáveis em sua função sintática, isso não quer dizer que elas terão sentidos estáticos. Podemos utilizar a frase acima como exemplo para análise:
Em “os livros de Pedro” e “prateleiras de madeira”, o termo de sempre possui função de preposição, interligando um termo a outro, e, por estabelecer relação entre elementos distintos, ele também varia de sentido, neste caso, estabelecendo ideia de posse e exprimindo ideia do tipo de material.
São preposições essenciais: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás.
Já as preposições acidentais, como o próprio termo pode indicar, são palavras de outras classes que, ocasionalmente, podem funcionar como preposição.
A palavra fora, por exemplo, é gramaticalmente classificada como advérbio de lugar (“amanhã eu dormirei fora”), entretanto, ela também pode atuar como preposição acidental em certos casos, significando “exceto”. Vejamos um exemplo:
Ela malha todos os dias, fora domingo
São preposições acidentais: como, conforme, durante, fora, mediante, segundo, senão, visto.
Função das preposições
Agora que já estamos mais familiarizados, é possível compreender mais nitidamente que a função das preposições é construir uma ligação entre duas outras palavras, criando uma relação de sentido. Exemplos:
Quero sair com você
Eles estavam morrendo de fome
O estudante morava a dez quilômetros da escola
Uso das preposições
As preposições, se analisadas isoladamente, fora de um contexto, não apresentam sentido próprio, mas, dentro das frases, elas podem estabelecer uma grande variedade de relações semânticas.
Abaixo veremos algumas preposições e as relações de sentidos mais comuns que elas estabelecem.
- a: lugar, modo, distância, tempo.
- com: causa, companhia, instrumento, modo, oposição.
- de: lugar, causa, tempo, assunto.
- em: lugar, tempo, modo.
- para: finalidade, lugar (de destino).
- por: lugar (por onde), tempo, causa.
- sobre: assunto, lugar
Vejamos alguns exemplos:
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As roupas secavam ao sol (lugar)
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Todos a tratavam com carinho (modo)
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Na seca, os bichos morrem de sede (causa)
- Em meia hora termino a tarefa (tempo)
- Quando você volta para sua casa? (destino)
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Passamos por várias praias exuberantes (lugar)
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Gosto de conversar sobre séries (assunto)