Preposição é a palavra invariável responsável por relacionar dois ou mais termos da oração que sozinhos não fariam sentido.
O primeiro termo dessa relação é chamado termo antecedente, enquanto o termo seguinte é chamado consequente. O termo antecedente rege o consequente, que, por sua vez, explica o sentido do termo antecedente.
Exemplo:
Os termos “dor” e “cabeça” estão relacionados pela proposição “de”. O termo “dor” pede a preposição “de”, ou seja, rege o termo consequente “cabeça”, que vem para explicar o sentido do primeiro termo.
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Dá-se o nome de preposição à palavra invariável que liga duas ou mais palavras, estabelecendo entre elas certas relações de sentido e dependência. Sua função na frase é a de estruturação e organização dos elementos, assim, as preposições possuem sentido quando relacionadas às outras unidades do enunciado, fazendo parte de uma classe gramatical que classificamos dependente, ou seja, que necessita ser analisada junto de outros elementos para estabelecer relação de sentido.
Para entendermos a função das preposições, é preciso saber que no discurso há diferentes elementos de distintas classes gramaticais, como substantivo, adjetivo, verbo, advérbios que estabelecem ligações, apesar de possuírem funções diferentes dentro de um enunciado. Para que a ligação entre esses elementos linguísticos possa ser feita, nós utilizamos as preposições.
Vejamos um exemplo:
Os livros de Pedro ficam em prateleiras de madeira
Neste exemplo, a preposição de estabelece relação entre o substantivo livro e o substantivo próprio Pedro, indicando, semanticamente, a ideia de posse, ou seja, que os livros são de Pedro. Agora, a preposição em faz a ligação entre o verbo ficam e o substantivo prateleiras, indicando ideia de lugar. Já a última proposição de liga os termos prateleiras e madeira (que, no contexto da frase, se torna um adjetivo), e exprime ideia de matéria/ material.
Primeiramente, para identificarmos as preposições, é necessário entender a função sintática dos elementos que ali estão se relacionando na frase. Depois, devemos compreender que, ao relacionar duas outras palavras, a preposição estabelece entre elas um tipo de vínculo em que uma delas funcionará como palavra principal e a outra, como secundária. Vejamos o exemplo:
Livros de Pedro
O termo livro é o principal e Pedro é secundário.
As preposições subdividem-se em dois grupos: as preposições essenciais e as preposições acidentais.
As preposições essenciais são aquelas que, gramaticalmente, exercem exclusivamente o papel de preposição. Apesar dessas palavras serem invariáveis em sua função sintática, isso não quer dizer que elas terão sentidos estáticos. Podemos utilizar a frase acima como exemplo para análise:
Em “os livros de Pedro” e “prateleiras de madeira”, o termo de sempre possui função de preposição, interligando um termo a outro, e, por estabelecer relação entre elementos distintos, ele também varia de sentido, neste caso, estabelecendo ideia de posse e exprimindo ideia do tipo de material.
São preposições essenciais: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás.
Já as preposições acidentais, como o próprio termo pode indicar, são palavras de outras classes que, ocasionalmente, podem funcionar como preposição.
A palavra fora, por exemplo, é gramaticalmente classificada como advérbio de lugar (“amanhã eu dormirei fora”), entretanto, ela também pode atuar como preposição acidental em certos casos, significando “exceto”. Vejamos um exemplo:
Ela malha todos os dias, fora domingo
São preposições acidentais: como, conforme, durante, fora, mediante, segundo, senão, visto.
Agora que já estamos mais familiarizados, é possível compreender mais nitidamente que a função das preposições é construir uma ligação entre duas outras palavras, criando uma relação de sentido. Exemplos:
Quero sair com você
Eles estavam morrendo de fome
O estudante morava a dez quilômetros da escola
As preposições, se analisadas isoladamente, fora de um contexto, não apresentam sentido próprio, mas, dentro das frases, elas podem estabelecer uma grande variedade de relações semânticas.
Abaixo veremos algumas preposições e as relações de sentidos mais comuns que elas estabelecem.
Vejamos alguns exemplos:
Existem, ainda, algumas características das preposições que são importantes de saber na hora de identificá-las e utilizá-las. Vejamos, a seguir, algumas de suas especificidades.
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Gramaticalmente, a contração é explicada como a junção de elementos, ocorrendo a perda de fonemas. A contração de preposições acontece quando a preposição se une a outro termo, sofrendo modificações em sua estrutura. Vejamos alguns exemplos de contração de preposição:
De + artigos
De + pronome pessoal
De + pronomes demonstrativos
De + advérbios
Em + artigo
A + artigo feminino
De + pronome indefinido
Em + Pronome demonstrativo
A + pronome demonstrativo
Ao contrário da contração, na combinação a preposição se une a outro termo sem sofrer alterações. Vejamos alguns exemplos:
Às vezes, a relação entre duas palavras é estabelecida por uma expressão, e não por uma única palavra. Quando isso ocorre, denominamos de locução prepositiva, isto é, um grupo de palavras que possuem valor de preposição.
Algumas locuções prepositivas:
Exemplos:
As preposições não têm um sentido fixo e, portanto, podem gerar diferentes significações, dependendo da relação que estabelecem entre os termos que liga.
Dessa forma, só é possível compreender o valor semântico das preposições, isto é, o sentido, se analisarmos o contexto em que ela está sendo empregada em cada caso.
Apesar disso, alguns dos usos possíveis e recorrentes das preposições são para indicar:
As preposições são elementos indispensáveis para uma boa construção sintática, possibilitando a relação entre elementos de distintas funções gramaticais e estabelecendo entre eles relações de sentidos.
Apesar de não ser um elemento independente, o uso das preposições é o que possibilita que sejam produzidas relações semânticas entre unidades linguísticas.
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FERREIRA, Mauro. Aprender e praticar gramática. São Paulo: FTD, 2003.
https://www.portugues.com.br/gramatica/preposicoes.html
https://www.preparaenem.com/portugues/combinacao-contracao-das-preposicoes.htm
https://www.infoescola.com/portugues/preposicao/
A crônica muitas vezes constitui um espaço para reflexão sobre aspectos da sociedade em que vivemos.
Eu, na rua, com pressa, e o menino segurou no meu braço, falou qualquer coisa que não entendi. Fui logo dizendo que não tinha, certa de que ele estava pedindo dinheiro. Não estava. Queria saber a hora.
Talvez não fosse um Menino De Família, mas também não era um Menino De Rua. É assim que a gente divide. Menino De Família é aquele bem-vestido com tênis da moda e camiseta de marca, que usa relógio e a mãe dá outro se o dele for roubado por um Menino De Rua. Menino De Rua é aquele que quando a gente passa perto segura a bolsa com força porque pensa que ele é pivete, trombadinha, ladrão. (...) Na verdade não existem meninos De rua. Existem meninos NA rua. E toda vez que um menino está NA rua é porque alguém o botou lá. Os meninos não vão sozinhos aos lugares. Assim como são postos no mundo, durante muitos anos também são postos onde quer que estejam. Resta ver quem os põe na rua. E por quê."
(COLASSANTI, Marina. In: Eu sei, mas não devia. Rio de Janeiro: Rocco, 1999)
No terceiro parágrafo em “... não existem meninos De rua. Existem meninos NA rua”, a troca de “De” pelo “Na” determina que a relação de sentido entre “menino” e “rua” seja: