Os verbos são palavras que expressam ações, estados e fenômenos da natureza. Exemplos:
“Correr” é um verbo que indica uma ação.
“Estar” é um verbo que expressa um estado.
“Chover” é um verbo que exprime um fenômeno da natureza.
A estrutura verbal se divide em radical, tema e desinências.
É a parte invariável do verbo, isto é, que não muda mesmo com as conjugações. É também a parte que expressa o significado essencial do verbo.
Por exemplo:
eu corri
ele correu
nós corremos
O radical do verbo correr é “corr”.
O tema é a junção do radical com a vogal temática do verbo. A vogal temática é a vogal que liga o radical a desinência e indica a qual conjugação o verbo pertence.
Exemplo:
Tu amas
Nós amamos
Eles amaram
Vocês amam
“am” = radical
“a” = vogal temática
“ama” = tema
As desinências verbais são as terminações que indicam em que tempo, modo, pessoa e número está o verbo. Por exemplo:
compr-o
compra-s
compra-mos
compra-m
compra-va
compra-va-s
Quando dois ou mais verbos juntos exercem a função de um verbo, temos uma locução verbal. As locuções verbais são formadas por um verbo auxiliar flexionado e um verbo principal (geralmente o último) no gerúndio, particípio ou infinitivo. Por exemplo:
“tenho” = verbo auxiliar “ter” flexionado na primeira pessoa do singular; “andado” = verbo principal “andar” no particípio.
As conjugações verbais são três:
Observação: Verbos terminados em “or”, como “pôr” e suas derivações (compor, repor, sobrepor) pertencem à 2ª, pois vêm da forma arcaica “poer”.
As flexões de um verbo são indicadas pela desinência. Um verbo pode ser flexionado em:
Os modos verbais se referem aos vários sentidos ou circunstâncias que o verbo pode assumir. Os modos verbais são três: indicativo, subjuntivo e imperativo. Os modos verbais estão relacionados aos tempos verbais, que veremos a seguir.
Os verbos no indicativo expressam a certeza de um fato, uma realidade ou uma ação habitual, por exemplo:
O modo subjuntivo indica uma possibilidade, dúvida ou incerteza, por exemplo:
Os verbos no modo imperativo são usados para dar uma ordem, um pedido ou um conselho, por exemplo:
A classificação dos verbos se dá de acordo com as flexões que sofrem ao serem conjugados, podendo ser classificados em regulares, irregulares, anômalos, defectivos e abundantes.
Os verbos regulares não apresentam mudança no radical quando conjugados e as desinências seguem um modelo de conjugação. Veja alguns exemplos de verbos regulares no presente do indicativo:
fal-o | beb-o | part-o |
fal-as | beb-es | part-es |
fal-a | beb-e | part-e |
fal-amos | beb-emos | part-imos |
fal-ais | beb-eis | part-is |
fal-am | beb-em | part-em |
Os verbos irregulares são aqueles em que há mudança no radical, na desinência ou em ambos ao serem conjugados. Também são considerados verbos irregulares aqueles em que há modificação na grafia a fim de manter a uniformidade da pronúncia, como é o caso do verbo “vencer” (eu venço; ele vence). Vejamos alguns exemplos:
ouç-o | fuj-o |
ouv-es | fog-es |
ouv-e | fog-e |
ouv-imos | fuj-imos |
ouv-is | fug-is |
ouv-em | fog-em |
Os verbos “ser” e “ir” são dois exemplos de verbos anômalos: eles apresentam modificações significativas no radical e nas desinências. Vejamos:
sou | vou |
és | vais |
é | vai |
somos | vamos |
sois | ides |
são | vão |
Os verbos defectivos são aqueles que não têm todas as conjugações, isto é, que não podem ser conjugados em todos os tempos, modos, ou pessoas. A maioria dos verbos defectivos é pertencente à 3ª conjugação, como é o caso dos verbos “falir” e “abolir”. Veja:
- | - |
- | aboles |
- | abole |
falimos | abolimos |
falis | abolis |
- | abolem |
Os verbos abundantes apresentam mais de uma forma equivalente para a mesma pessoa, por exemplo:
Como vimos, os modos verbais são indicativo, subjuntivo e imperativo. Cada um desses modos verbais permite a flexão dos verbos nos tempos passado (ou pretérito), presente e futuro, da seguinte forma:
O modo indicativo (que é o modo da certeza) tem os seguintes tempos verbais: presente, pretérito perfeito, pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do presente e futuro do pretérito. Vejamos:
o presente do indicativo é o tempo que narra uma ação na atualidade ou uma ação rotineira, por exemplo:
Perceba: “eu pego” indica que esse é um hábito que eu tenho no momento presente da minha vida, não necessariamente que eu esteja fazendo isso agora, por isso não podemos confundir com a forma do verbo no gerúndio “eu estou pegando”.
“Pretérito” é um sinônimo de passado. Então, quando falamos de pretérito perfeito (do modo indicativo) estamos falando de uma ação que aconteceu no passado e já acabou, isto é, tem um fim definido, começou e acabou no tempo passado. Exemplo:
Nesse exemplo, a ação de pegar carona já foi concluída.
“Imperfeito” indica que esse tempo verbal expressa uma ação que se iniciou no passado mas ainda não teve fim ou que não é possível saber se tem um fim definido. Por exemplo:
“Pegava” me dá a certeza de que a ação teve início no passado, mas não me permite ter certeza se é uma ação que ainda acontece ou se já acabou.
O pretérito mais que perfeito expressa uma ação que teve início e fim no passado e é anterior a outra ação já concluída no passado. Por exemplo:
No exemplo acima, a ação de lavar começou e acabou antes da ação de chegar. Ambas tiveram início e fim no passado, mas “lavara”, no pretérito mais que perfeito, aconteceu antes de eu chegar.
O futuro do presente indica uma ação que ainda vai acontecer em relação ao tempo presente, ou seja, uma ação que está para acontecer. Exemplo:
O futuro do pretérito indica uma ação que acontecerá depois de uma ação que já aconteceu no passado, da seguinte forma:
No momento em que eu falo, a ação de “poder” já acabou, agora eu não posso mais, mas me refiro a ação de “chegar” como algo que aconteceria depois da ação de poder, como sendo o que viria a seguir, no futuro da ação que já foi
Os tempos verbais do modo subjuntivo são: presente, pretérito imperfeito e futuro. Vejamos:
Como o subjuntivo indica dúvida ou incerteza, o presente do subjuntivo expressa uma ação duvidosa ou incerta no momento presente, por exemplo:
O pretérito imperfeito do subjuntivo exprime uma ação no passado dependente de outra ação também no passado, desta forma:
O futuro do subjuntivo expressa uma ação no passado que é dependente de uma ação no futuro, assim:
O modo imperativo é um pouco mais simples: ele pode ser afirmativo ou negativo.
Ao escrever um artigo de opinião, o produtor precisa criar uma base de orientação linguística que permita alcançar os leitores e convencê-los com relação ao ponto de vista defendido. Diante disso, nesse texto, a escolha das formas verbais em destaque objetiva: