O sujeito de uma oração pode ser classificado em cinco tipos: simples, composto, oculto, indeterminado ou inexistente, como veremos a seguir.
Sujeito simples
Sujeito simples é aquele que apresenta apenas um núcleo, isto é, apenas uma palavra considerada a mais importante do sujeito, aquela que dá sentido a ele. Geralmente, o núcleo costuma ser um substantivo, um pronome ou um adjetivo substantivado. Veja o exemplo:
- Os gatos do vizinho entraram em casa.
Primeiro, achamos o verbo, que nesse caso é “entraram”, e perguntamos a ele quem fez a ação, para então acharmos o sujeito. Com isso, vemos que o sujeito dessa oração é “os gatos do vizinho”. A palavra mais importante desse sujeito é “gatos” e esse é, portanto, o único núcleo desse sujeito. (veja: talvez você fique em dúvida se o fato de ser “gatos” no plural não faz com que isso seja mais de um núcleo, mas observe que se trata de apenas uma palavra. “gatos” é uma única palavra e é a mais importante dentro do sujeito, por isso é chamada de núcleo do sujeito.)
Sujeito composto
Sujeito composto é aquele que tem dois ou mais núcleos, por exemplo:
- Os gatos malandros e o cachorro sapeca entraram em casa.
Nessa frase, o verbo é o mesmo: entraram. O sujeito é “os gatos malandros e o cachorro sapeca”. Observamos que as palavras que dão sentido a esse sujeito são “gatos” e “cachorro”. Nesse caso, temos então duas palavras de maior importância no sujeito e, portanto, dois núcleos, o que o classifica como sujeito composto.
Sujeito oculto
O sujeito oculto, também chamado de elíptico, é aquele que não está expresso no texto, isto é, não aparece explicitamente na oração, mas pode ser facilmente depreendido pela desinência verbal. Exemplo:
- Saímos mais cedo da aula.
O verbo nesse caso é “saímos”. Se perguntarmos a ele: “quem?”, a resposta será “nós”, que não aparece escrito explicitamente na oração, mas pode ser deduzido pela terminação do verbo.
Mas atenção: Quando o verbo estiver na 3ª pessoa do plural, é preciso estar atento ao contexto, por exemplo:
- Meus colegas de classe não vão à escola hoje. Ficaram cansados com o passeio de ontem.
O verbo “ficaram” está na 3ª pessoa do plural, mas, pelo contexto, percebemos que estamos falando do mesmo sujeito da oração anterior: “Meus colegas de classe”. Nesse caso, o sujeito da segunda oração é um sujeito oculto, pois pelo contexto é possível determinar quem são. Veja como o próximo exemplo é diferente:
Fizeram piadas sobre o que aconteceu ontem.
Observe que nessa oração não se sabe quem fez piadas sobre o que aconteceu e não é possível determinar pelo contexto. Nesse caso, o sujeito é indeterminado, como veremos a seguir.
Sujeito indeterminado
Da mesma maneira que o sujeito oculto, o sujeito indeterminado é aquele que não se pode ou não se quer explicitar na oração. Mas atenção, não confunda: para ser sujeito indeterminado, o verbo deve estar na 3ª pessoa do plural sem que se refira a nenhum outro termo citado anteriormente no contexto. Exemplo:
- Esqueceram de me entregar o pedido
A conjugação do verbo na terceira pessoa do plural dá a ideia de que o sujeito não foi explicitado propositalmente, porque não se sabe quem esqueceu de entregar o pedido e não há como determinar. O sujeito dessa oração é, portanto, indeterminado.
O sujeito indeterminado pode aparecer também com o verbo conjugado na 3ª pessoa do singular junto com a partícula “se”, por exemplo:
- Acredita-se no futuro da nação.
- Vende-se automóvel seminovo.
Nas duas orações acima também não se sabe quem é o sujeito, ele é indeterminado.
Sujeito inexistente ou oração sem sujeito
O sujeito é classificado como inexistente em três casos: quando o verbo da oração expressa um fenômeno da natureza, quando o verbo é “haver”, no sentido de existir, ou quando o verbo é “fazer” ou “haver” indicando tempo ou clima. Nesses três casos, os verbos são impessoais e não há um sujeito possível. Exemplos:
Trovejou forte durante a madrugada.
Há um cinema abandonado na cidade. (“haver” no sentido de existir)
Faz anos que não vejo meu primo.
Há dois anos não vou à praia. (“haver” indicando tempo passado)
Atenção para não se confundir: você pode até pensar em perguntar “o que?” ao verbo “haver” na segunda oração, mas note que a resposta não é o sujeito da oração, mas o objeto direto, uma vez que o verbo haver no sentido de existir é um verbo impessoal e, portanto, temos uma oração sem sujeito.