O físico francês Antoine-Henri Becquerel percebeu, em 1896, que um sal de urânio, denominado sulfato duplo de potássio e uranila (K2(UO2)(SO4)2), tinha a capacidade de sensibilizar o negativo de um filme fotográfico recoberto com papel preto, ou ainda uma lâmina bem fina de metal. As radiações emitidas pelo sal possuíam propriedade semelhante à dos raios X, e recebeu o nome de radioatividade.
Marie Sklodowska Curie demonstrou, em 1897, que a intensidade da radiação era proporcional à quantidade de urânio presente na amostra e chegou à conclusão de que a radioatividade é um fenômeno atômico.
Ainda em 1897, Ernest Rutherford criou um equipamento, como mostrado na figura abaixo, com o objetivo de estudar a ação de um campo eletromagnético sobre as radiações.
Experimento de Rutherford.
Com esse experimento, Rutherford concluiu que, por sofrerem desvio no campo magnético, os raios alfa (α) e beta (β) apresentavam carga elétrica. Já os raios gama (γ), por não sofrerem desvio, não possuíam carga elétrica. Ele percebeu também que os raios β eram atraídos pela placa positiva, logo, seriam carregados negativamente. Já os raios α, que eram atraídos pela placa negativa, seriam carregados positivamente.
Das três radiações vistas, a γ é a mais penetrante e a mais perigosa para o ser humano. A β apresenta penetração média, enquanto que a α é a menos penetrante.
Outros estudos realizados posteriormente permitiram caracterizar os três tipos de radiação, como mostra a tabela abaixo.
Radiação |
Símbolo |
Constituição |
Carga |
Massa (u) |
Velocidade |
Poder de penetração |
Alfa |
+24α |
2 prótons e 2 nêutrons |
+2 |
4 |
1/10 da velocidade da luz |
Baixo |
Beta |
-10β |
1 elétron |
-1 |
0 |
9/10 da velocidade da luz |
Médio |
Gama |
00γ |
Onda eletromagnética |
0 |
0 |
Velocidade da luz |
Elevado |
Existem outras emissões comuns mostradas na tabela a seguir.
Radiação |
Símbolo |
Constituição |
Carga |
Massa (u) |
Próton |
+11p |
1 próton |
+1 |
1 |
Nêutron |
01n |
1 nêutron |
0 |
1 |
Pósitron |
+10β |
Elétron positivo |
+1 |
0 |