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Curiosidades

Clusterização: o que é, importância e formas de uso

por Luiz Fernando Miranda em 16/02/24

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Clusterização, ou agrupamento, refere-se ao processo de organizar objetos de modo que itens semelhantes fiquem juntos em grupos, ou "clusters". Imagine, por exemplo, que você tenha uma vasta coleção de livros. Sem uma organização, encontrar um título específico poderia ser uma tarefa demorada. No entanto, se agruparmos os livros por gênero, autor ou ano de publicação, a busca se torna significativamente mais eficiente.

A importância da clusterização estende-se além da organização de itens físicos. No campo da análise de dados, ela é utilizada para segmentar clientes, identificar padrões de compra, e até mesmo para detectar fraudes. Por exemplo, ao agrupar clientes com comportamentos de compra semelhantes, uma empresa pode personalizar suas estratégias de marketing para atender melhor às necessidades e preferências de cada segmento.

Em machine learning, a clusterização ajuda a revelar a estrutura inerente dos dados, permitindo que os algoritmos aprendam e façam previsões ou recomendações com maior precisão. Seja na recomendação de filmes baseados em preferências anteriores ou na organização de informações para estudos de mercado, a clusterização é uma ferramenta poderosa para extrair valor de conjuntos de dados complexos que está mais perto de você do que imagina. 

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Como funciona a clusterização?

Após compreender a importância e os conceitos básicos da clusterização, é crucial explorar como exatamente ela funciona e quais métodos são utilizados para realizar esse agrupamento tão essencial. A clusterização é um processo iterativo e exploratório que envolve a identificação de conjuntos de dados similares sem a necessidade de etiquetas pré-definidas. 

Esse detalhe diferencia a clusterização de outras técnicas de machine learning, tornando-a um método não supervisionado de aprendizado. Confira a seguir os métodos de clusterização mais comuns, o que possibilitará entender as medidas de similaridade que formam a espinha dorsal desse processo.

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Métodos de clusterização

K-means

Um dos métodos mais populares e amplamente utilizados é o K-means. Este algoritmo particiona o conjunto de dados em K clusters pré-definidos, minimizando a variação dentro de cada cluster. O processo começa com a seleção aleatória de K pontos como centros de clusters (centroides) e, em seguida, atribui cada ponto ao centroide mais próximo, formando clusters.

Os centroides são recalculados com base nas atribuições, e o processo se repete até que a posição dos centroides se estabilize. O K-means é ideal para conjuntos de dados grandes e bem definidos, onde o número de clusters é conhecido antecipadamente.

Clusterização Hierárquica

Diferentemente do K-means, a clusterização hierárquica não requer a definição do número de clusters de antemão. Este método constrói uma hierarquia de clusters, seja de forma aglomerativa (bottom-up), onde cada ponto começa em seu próprio cluster e pares de clusters são mesclados conforme sobem na hierarquia, ou divisiva (top-down), onde todos os pontos começam em um único cluster que é sucessivamente dividido. 

O método da clusterização hierárquica é particularmente útil para visualizar a relação entre os pontos e para conjuntos de dados onde a estrutura dos clusters é desconhecida.

DBSCAN

O Density-Based Spatial Clustering of Applications with Noise (DBSCAN) é um algoritmo que define clusters com base na densidade de pontos. Diferente dos métodos baseados em centroides, como o K-means, o DBSCAN é capaz de identificar clusters de formas arbitrárias e pontos de ruído (outliers). 

De modo simples, funciona definindo um raio (ɛ) e um número mínimo de pontos (MinPts), agrupando pontos que estão densamente juntos e marcando pontos em áreas de baixa densidade como outliers. Esse método é excelente para dados com clusters de densidade variada e onde a presença de ruído é significativa.

Medidas de similaridade

Para que a clusterização seja eficaz, é fundamental definir uma medida de similaridade que determine quão próximos ou distantes estão os pontos de dados. A distância euclidiana é a mais comum, utilizada para calcular a distância linear entre dois pontos no espaço. É ideal para dados numéricos e situações onde a distância física entre os pontos é relevante.

A similaridade de cosseno, por outro lado, mede o cosseno do ângulo entre dois vetores no espaço multidimensional, sendo mais apropriada para comparar a orientação ou a direção dos dados, independentemente da magnitude. Isso a torna especialmente útil em análises de texto ou em situações onde a presença ou ausência de características é mais importante do que a magnitude das características.

Compreender esses métodos e medidas de similaridade é fundamental para aplicar a clusterização de maneira eficaz, permitindo a identificação de padrões significativos e a organização de dados em grupos naturais, revelando insights que poderiam permanecer ocultos em uma análise superficial.

Aplicações práticas da clusterização

Após explorar os fundamentos e os métodos de clusterização, é importante entender como essa poderosa ferramenta de análise de dados é aplicada no mundo real. A clusterização, com sua capacidade de organizar dados complexos em grupos significativos, encontra aplicações inestimáveis em machine learning e no marketing, transformando a maneira como as empresas interagem com seus clientes e como os sistemas aprendem a partir de grandes volumes de dados.

Clusterização em Machine Learning

Um exemplo de clusterização notável em machine learning é o uso de sistemas de recomendação, como os encontrados em plataformas de streaming de vídeo e música. Esses sistemas utilizam a clusterização para analisar as preferências e comportamentos de visualização ou escuta dos usuários, agrupando-os em clusters com gostos similares. 

Com base nesses clusters, o sistema pode então recomendar conteúdo que provavelmente será do interesse do usuário, personalizando a experiência e aumentando a satisfação e o engajamento.

Outra aplicação significativa é a detecção de padrões, especialmente em áreas como a detecção de fraude e a análise de redes sociais. Ao agrupar dados com base em comportamentos similares, é possível identificar atividades anormais que podem indicar fraude ou, no contexto das redes sociais, detectar comunidades ou grupos com interesses comuns, permitindo uma análise mais detalhada das interações e influências dentro da rede.

Clusterização de clientes

No marketing, a clusterização de clientes revolucionou a gestão de relacionamento com o cliente (CRM) e as estratégias de personalização. Ao segmentar clientes com base em características demográficas, comportamentais ou de compra similares, as empresas podem criar campanhas de marketing altamente direcionadas e personalizadas. Isso não apenas melhora a eficácia das campanhas, mas também aumenta a satisfação do cliente ao proporcionar uma experiência mais relevante e personalizada.

Por exemplo, uma empresa de e-commerce pode usar a clusterização para identificar grupos de clientes que frequentemente compram produtos em categorias específicas ou que têm um padrão de compra sazonal semelhante. Armadas com essas informações, as empresas podem então personalizar suas comunicações e ofertas, enviando cupons direcionados ou recomendações de produtos que são mais propensos a ser de interesse desses grupos específicos de clientes, otimizando assim as vendas e a lealdade do cliente.

Essas aplicações práticas destacam não apenas a versatilidade da clusterização, mas também seu impacto transformador em diversas áreas, desde a melhoria da experiência do usuário até a otimização das estratégias de marketing e além. Ao agrupar dados complexos em clusters significativos, a clusterização oferece insights valiosos que podem impulsionar a inovação e a eficiência em uma ampla gama de campos.

Ferramentas e linguagens para clusterização

Entre as várias opções de linguagens disponíveis para implementar a clusterização, a Python destaca-se como uma das linguagens de programação mais populares e poderosas para análise de dados e machine learning, incluindo tarefas de clusterização.

Clusterização com Python

Python oferece uma rica biblioteca de ferramentas que facilitam a implementação de algoritmos de clusterização, tornando-a acessível mesmo para aqueles que estão apenas começando no campo da ciência de dados. Uma das bibliotecas mais notáveis é o scikit-learn, um recurso abrangente que inclui uma variedade de algoritmos de clusterização prontos para uso, como K-means, clusterização hierárquica e DBSCAN.

Para ilustrar a simplicidade com que a clusterização pode ser realizada em Python, considere o seguinte exemplo básico de código usando o algoritmo K-means da biblioteca scikit-learn:

Este exemplo demonstra a criação de um modelo K-means para agrupar pontos de dados em dois clusters. O scikit-learn facilita a inicialização do modelo, o ajuste com os dados e a previsão de qual cluster cada ponto pertence. Os centros de cada cluster são calculados e podem ser facilmente acessados, oferecendo insights valiosos sobre a distribuição dos dados.

A simplicidade e flexibilidade do Python, juntamente com bibliotecas como scikit-learn, tornam a clusterização uma tarefa acessível e poderosa para análise de dados. Isso permite que pesquisadores e profissionais de diversos campos apliquem técnicas de clusterização para extrair padrões significativos e insights de conjuntos de dados complexos, impulsionando a inovação e a tomada de decisões baseada em dados.

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Desafios e melhores práticas

Embora a clusterização ofereça um meio poderoso de extrair insights de conjuntos de dados complexos, o processo não está isento de desafios. Compreender esses desafios e adotar as melhores práticas pode ajudar a garantir que os projetos de clusterização sejam bem-sucedidos e os resultados, confiáveis.

Desafios na clusterização

Um dos principais desafios na clusterização é a determinação do número de clusters. Escolher um número inadequado de clusters pode levar a agrupamentos pouco representativos ou a uma interpretação errônea dos dados. Métodos como o "método do cotovelo" podem ajudar a estimar o número ótimo de clusters analisando a variação explicada como função do número de clusters.

Outro desafio significativo é o tratamento de dados de alta dimensão, também conhecido como a "maldição da dimensionalidade". À medida que o número de dimensões aumenta, torna-se mais difícil para os algoritmos de clusterização distinguir entre a similaridade e a dissimilaridade dos pontos de dados, o que pode resultar em agrupamentos de baixa qualidade. Técnicas de redução de dimensionalidade, como Análise de Componentes Principais (PCA), podem ser utilizadas para mitigar esse problema.

Melhores práticas em clusterização

Para superar esses desafios e outros, é crucial seguir algumas melhores práticas:

  • Preparação cuidadosa dos dados: Antes de iniciar a clusterização, é essencial limpar, normalizar e, se necessário, transformar os dados para garantir que o processo de clusterização seja baseado em informações precisas e relevantes.

  • Escolha do algoritmo correto: Diferentes algoritmos de clusterização são adequados para diferentes tipos de dados e objetivos de análise. Avalie cuidadosamente as características de cada algoritmo e escolha aquele que melhor se adapta às necessidades específicas do seu projeto.

  • Validação dos clusters: Utilize métricas de validação interna, como a silhueta ou a validação cruzada, para avaliar a qualidade dos clusters gerados. Isso ajuda a garantir que os agrupamentos são significativos e úteis para a análise subsequente.

  • Experimentação e ajuste: A clusterização é frequentemente um processo exploratório. Não hesite em experimentar diferentes configurações de algoritmos, números de clusters e pré-processamentos dos dados para encontrar a solução mais eficaz.

Seguindo estas melhores práticas, é possível navegar pelos desafios da clusterização e aproveitar ao máximo as oportunidades que essa técnica oferece para a análise de dados. Com a abordagem correta, a clusterização se torna uma ferramenta inestimável para descobrir padrões ocultos nos dados, permitindo decisões mais informadas e estratégias mais eficazes.

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Por que clusterizar?

Ao longo deste artigo, você explorou a essência da clusterização, seus métodos, aplicações práticas, desafios e melhores práticas. A importância da clusterização na análise de dados moderna não pode ser subestimada. Ela permite organizar grandes volumes de dados de maneira significativa, revelando padrões ocultos e insights valiosos que podem impulsionar decisões estratégicas em negócios e pesquisas.

A clusterização é uma ferramenta poderosa que facilita a personalização, a inovação e a eficiência, tornando-se indispensável em uma era dominada por dados. Ao aplicar as técnicas de clusterização de forma estratégica, organizações podem desvendar novas oportunidades, otimizar operações e oferecer experiências mais ricas e personalizadas aos clientes.

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