Como é a rotina dos vestibulandos em outros países?
A rotina dos vestibulandos brasileiros é de muito estudo e estresse para passar na faculdade, mas será que no mundo todo é assim?
Atualizado em 24/05/2021
Hoje é comemorado o Dia do Vestibulando, um dia em homenagem aos que se esforçam para entrar no ensino superior. No Brasil, todos os anos, milhões de vestibulandos prestam o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para realizar o sonho de entrar na faculdade.
São meses de muito estudo, estresse, ansiedade para dois dias de provas densas e cansativas. Há também os vestibulares específicos de cada universidade, como Vunesp, Fuvest, Unicamp e ITA, que são famosos pela concorrência e alto nível de exigência. Os últimos meses do ano dos vestibulandos costumam ser de prova todos os finais de semana.
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Mas, será que no mundo todo é assim? A Revista Quero conversou com estudantes de outros países para saber como eles entram na universidade por lá!
Argentina
Isabelle Regina é brasileira e está no 3º de Medicina na Universidade Nacional de Rosário. Sua universidade é pública e não tem um vestibular como o nosso. Os interessados devem se matricular e fazer um curso preparatório, chamado Módulo de Inclusão Universitário.
O curso se inicia em janeiro e vai até março e, no caso das graduações na área de saúde, aborda direitos humanos e saúde pública. A aprovação depende das participação na aulas e entrega de trabalhos. Após aprovado, se inicia no mesmo mês a graduação.
Isabelle chegou a fazer o Enem, mas não conseguiu a nota necessária, e ela não tinha condições para pagar uma instituição particular. “Eu estava muito desgastada para fazer cursinho depois de um ano puxado do ensino médio, foi quando eu decidi tentar na Argentina, pelo ingresso ser mais simples”, comenta a estudante.
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Na Universidade de Buenos Aires, onde a brasileira Vitória Ferreira estuda o 2º de Medicina, o processo de ingresso é mais difícil. Lá, o estudante se matricula num curso preparatório chamado Ciclo Básico Comum, que pode ser presencial ou à distância.
A faculdade tem vagas ilimitadas e é acessível a todos, mas Vitória avisa que o curso de entrada não é fácil. São seis matérias, sendo três gerais e três obrigatórias. No caso de Medicina, são oferecidas aulas de sociologia, filosofia, pesquisa científica, matemática, física, química e biologia.
O ingressante tem de 6 meses a 3 anos para realizar todas as disciplinas e é aprovado se atingir, no mínimo, nota 7 em todas as provas. “A rotina era bem puxada, eu estudava o tempo todo. Não consegui trabalhar até hoje pelo nível de exigência da faculdade”, conta Vitória.
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É crescente o número de brasileiros que vão estudar Medicina em outros países da América Latina, principalmente na Argentina. “Aqui é mais democrático, pois, diferente do Brasil, aqui estuda quem quer e não quem pode financeiramente”, opina Vitória.
México
Héctor Uscanga é mexicano e entrou em Engenharia Ambiental na universidade pública Instituto Tecnológico de Ciudad Valles. Parecido com a Argentina, lá ele solicita uma ficha de inscrição para o curso que deseja e faz um curso preparatório de um mês, que é opcional.
O curso tem o objetivo de igualar o nível de todos os ingressantes, abordando o conteúdos do ensino médio. “Eu não tinha uma rotina de estudos, só estudava algo que tinha mais dificuldade”, relembra Héctor.
Depois do curso se realiza um exame de seleção e, em caso de aprovação, o aluno faz a inscrição. Mesmo a universidade sendo pública, no México, o estudante deve pagar a matrícula e um valor anual. As universidade oferecem algumas bolsas de estudos para quem não tem condição de pagar.
Espanha
O processo de entrada nas universidades públicas espanholas é um pouco mais parecido com o nosso. Lá, os estudantes devem fazer um exame de seleção que é diferente para cada área de atuação. O exame se divide por disciplinas e dura três dias.
A nota final é calculada pela soma de 40% da nota obtida no exame e 60% da nota média do chamado “bachillerato”, que apesar do nome parecer com “bacharelado”, se trata dos dois últimos anos depois do ensino médio e antes do ensino superior.
Cada curso tem uma nota de corte e para manterem boas notas nos dois anos de “bachillerato”, os alunos estudam bastante. “Para passar, temos que aprovar em todas as matérias do ‘bachillerato’ e eu estudei mais duas semanas em casa antes do exame”, conta a espanhola Sofía Plaza, que se formou em Enfermagem na Universidade de Múrcia.
Estados Unidos
Nas terras do Tio Sam, todas as universidades, tanto públicas quanto particulares, são pagas. Para tentar uma bolsa de estudos na Universidade de Southwestern, o americano Jacob Brown dependeu da nota obtida no Teste de Aptidão Escolástica (SAT, na sigla em inglês) e das médias de suas notas do ensino médio (GPA, na sigla em inglês).
O SAT avalia conhecimentos de matemática, leitura e ciências. “Então eu tive que estudar muito para o que a Southwestern me aceitasse”, explica Jacob, que se formou em Inglês e Espanhol.
Austrália
Para entrar no curso de Física na Universidade pública de Wollongong, o australiano Steve Thornborough fez uma pré-inscrição online no programa avançado, que é direcionado a alunos de alto desempenho escolar.
Essa inscrição antecipada permite que os alunos sejam classificados pelo seu desempenho durante o ensino médio, em vez de serem avaliados pelo exame final, um certificado de conclusão, obrigatório para todos os alunos que terminam o ensino médio, mesmo os que não pretendam fazer uma faculdade.
Ao invés de receber uma nota, há uma classificação comparada com todos os alunos. Com essa classificação, eles podem se inscrever na universidade. Cada curso tem uma classificação mínima exigida e, por isso, o exame causa bastante pressão nos alunos em geral.
Steve só conseguiu, de fato, entrar no programa avançado quando também foi aprovado nos exames finais. “Quando fui aceito, recebi um telefonema da Universidade, que foi um momento muito emocionante para mim!”, comenta o australiano.
Eaí? achou difícil ou mais fácil os vestibulares de outros países? Conta nos comentários!
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