Criança no celular: qual é o limite?
Você já deve ter reparado que hoje em dia que tem muita criança no celular. Mas, qual é o limite? Como reduzir o tempo? Veja dicas de como você pode fazer isso.
Você se preocupa ao ver uma criança no celular por muito tempo? Segundo o Comitê Gestor de Internet no Brasil, quase 90% das crianças e dos adolescentes brasileiros estão conectados à internet. Desses, 95% usam o celular como principal dispositivo para acessar sites e aplicativos.
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Uma situação que também tem se tornado comum é ver um adulto oferecendo o celular para a criança se entreter, seja com desenhos animados ou jogos. Todavia, especialistas já alertam que exagerar na exposição de telas, ainda mais tão precocemente, pode prejudicar o desenvolvimento do indivíduo.
Quais as consequências do uso de celular por crianças?
Falta de atenção: quantas vezes você já viu seu filho no celular e precisou chamá-lo mais de duas vezes para ele prestar atenção? O uso das telas faz os pequenos ficarem vidrados e esquecerem tudo ao redor. Isso causa um abandono, parcial ou completo, das atividades fora da internet, como as práticas esportivas, culturais e de lazer.
Acesso a conteúdos inapropriados :
Segundo especialistas entrevistados para uma reportagem da BBC Brasil, relacionada ao tema, metade dos pais não tem ideia do que os filhos consomem na internet. Outro apontamento problemático é a quantidade de conteúdos adultos “disfarçados” de temáticas infantis.
Problemas de saúde mental:
O acesso a materiais inapropriados e gratificantes (como likes, pontos recebidos em jogos, etc.) afeta diretamente os mecanismos de recompensa do cérebro e funções cognitivas, as quais ainda estão em formação, como o controle de impulsos e a inibição.
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Impactos na saúde física:
Quando a criança no celular passa do limite, o sono é um dos primeiros afetados. Isso acontece pois a exposição frequente ao brilho das telas, as quais emitem luz azul, contribui para o bloqueio da liberação de melatonina. Essa situação, se não controlada com antecedência, pode se tornar mais grave, aumentando sintomas de problemas relacionados ao déficit de atenção e hiperatividade.
Como devo controlar o tempo de acordo com a idade?
Agora que você já conhece as consequências relacionadas ao uso excessivo das telas de celulares, é preciso saber como controlar o tempo de acordo com a idade. A SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) recomenda que os pequenos menores de dois anos não sejam expostos aos aparelhos sem necessidade. Não sendo para atividades pedagógicas, os limites orientados são:
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Entre dois e cinco anos: uma hora por dia;
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Entre seis e dez anos: uma a duas horas por dia;
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Entre 11 e 18 anos: duas a três horas por dia;
Como reduzir o tempo da criança no celular?
O primeiro passo para diminuir o tempo de uso da criança no celular é criar um diálogo sobre o assunto. A conversa sobre os malefícios, além das consequências negativas citadas anteriormente, deve acontecer juntamente com algumas medidas em que ambos os lados estejam de acordo. Saiba como abordar essa questão:
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Proponha acordos: não adianta proibir e não explicar o porquê, isso irá gerar confusões entre vocês e até frustrações para as duas partes;
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Prefira a televisão ao invés dos celulares: as crianças tendem a ficar menos focadas vendo uma TV do que um smartphone, o que dará mais chances delas se distraírem com outros brinquedos e afazeres;
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Crie uma rotina na casa: um exemplo comum de quando os pais entregam os celulares aos filhos é quando precisam lidar com os afazeres da casa. Ao invés de agir assim, incentive a criança a participar desse momento e mantenha uma rotina regrada para o pequeno.
Como saber se as crianças estão em excesso no celular?
Se o seu filho começar a ter uma queda no rendimento escolar, no convívio social e apresentar sintomas de irritabilidade, pode ser que estejam associados ao uso do celular em excesso (não para fins educativos).
Colocar as orientações em prática é de extrema importância para mudar o futuro de nossas crianças. A internet pode aproximar pessoas e abrir várias oportunidades de aprendizados, mas é preciso muito cuidado, especialmente em relação aos mais novos.