
O que é fincare? Conheça o modelo que evoluiu das fintechs
Giovana Murça | 28/09/25Confira o que é fincare e como o modelo amplia o impacto das fintechs ao promover bem-estar financeiro
Confira o que é fincare e como o modelo amplia o impacto das fintechs ao promover bem-estar financeiro
Em um momento de busca por modelos financeiros que vão além da tecnologia, o fincare surge como um movimento que redefine a forma de lidar com dinheiro e negócios, trazendo uma visão mais humana e estratégica para um setor historicamente marcado por transações.
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O conceito reflete uma mudança de mentalidade: mais do que oferecer serviços digitais, trata-se de cuidar de verdade do bem-estar financeiro de pessoas e empresas.
O termo fincare vem da expressão em inglês financial care, que significa cuidado financeiro. A proposta é ampliar o papel das instituições e plataformas digitais, indo além das operações bancárias para oferecer educação, suporte e orientação na construção de uma vida financeira mais saudável.
Enquanto as fintechs ganharam destaque por modernizar serviços e democratizar o acesso a produtos financeiros, o fincare representa a próxima etapa dessa evolução. Como destaca Paolo Sironi, em “Banks and Fintech on Platform Economies”, o futuro do setor está em modelos capazes de gerar resultados concretos na vida do cliente e não apenas outputs transacionais.
Empresas como a N26 e a Yours já utilizam esse conceito para entregar soluções personalizadas que combinam tecnologia com aconselhamento e cuidado, reforçando a ideia de que o dinheiro deve ser administrado de forma consciente, com foco em bem-estar e estabilidade de longo prazo.
A expressão fincare começou a circular em meio às discussões sobre inovação financeira, principalmente após o avanço das fintechs no mercado global. Se as fintechs nasceram com a missão de simplificar processos e democratizar o acesso a serviços bancários, o fincare aparece como um desdobramento natural desse movimento, voltado para o cuidado contínuo com a saúde financeira.
De acordo com “The Fintech Book”, de Susanne Chishti, a transformação digital do setor não se limita à tecnologia em si, mas envolve novos modelos de negócio capazes de gerar confiança e engajamento duradouro com os clientes.
Nesse contexto, o fincare surge como resposta à necessidade de soluções que não apenas transacionem, mas que também orientem e eduquem, oferecendo suporte estratégico para indivíduos e empresas.
Apesar de estarem relacionados, fincare e fintech não são sinônimos. As fintechs se consolidaram por oferecer soluções financeiras digitais rápidas, acessíveis e escaláveis. Já o fincare nasce como uma evolução desse modelo, colocando em primeiro plano a educação, a orientação e o bem-estar financeiro.
Enquanto a lógica das fintechs está centrada na eficiência das transações, o fincare propõe um passo adiante: apoiar indivíduos e empresas no planejamento de longo prazo, com foco em estabilidade e qualidade de vida.
Como aponta Pranay Gupta, no livro “Fintech: The New DNA of Financial Services”, a verdadeira disrupção acontece quando a tecnologia se conecta ao objetivo de incluir, educar e transformar a experiência do cliente. Assim, o fincare representa uma mudança de mentalidade: do serviço para o cuidado, do produto para a relação contínua.
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O surgimento do fincare reflete uma mudança de paradigma no setor financeiro. Se no início as fintechs revolucionaram ao oferecer serviços digitais ágeis, com custos reduzidos e maior inclusão, agora o desafio está em ir além da tecnologia e entregar valor duradouro para clientes e empresas.
O fincare é visto como uma evolução porque não se limita a executar operações. Seu diferencial está em promover bem-estar financeiro, ajudando pessoas e organizações a desenvolverem hábitos de planejamento, disciplina e equilíbrio nas finanças.
Em “Banks and Fintech on Platform Economies”, o autor destaca que o futuro do setor depende da transição de “outputs” — resultados operacionais — para “outcomes”, ou seja, efeitos reais e positivos na vida do cliente.
Embora o cuidado seja o centro da proposta, a tecnologia continua sendo essencial. Inteligência artificial, big data e open banking são ferramentas que possibilitam diagnósticos financeiros mais precisos, recomendações personalizadas e experiências integradas.
No livro “Fintech: The New DNA of Financial Services”, Gupta mostra que o uso de dados e automação é o que permite transformar serviços financeiros em soluções de suporte e educação contínua, aproximando instituições e usuários.
O modelo de fincare ganha relevância porque entrega valor de forma prática tanto no nível individual quanto corporativo. A proposta vai além da oferta de produtos financeiros e se concentra em criar condições para estabilidade, segurança e planejamento.
Para pessoas físicas, o fincare contribui para melhorar a saúde financeira ao estimular educação, organização de orçamento, redução de dívidas e incentivo à poupança. Essa abordagem promove não apenas maior controle, mas também tranquilidade emocional, já que lidar com dinheiro deixa de ser fonte de estresse e passa a ser um processo estruturado.
Já em empresas, o fincare favorece a construção de uma cultura de bem-estar financeiro, reduzindo problemas relacionados a endividamento e falta de planejamento entre colaboradores.
Iniciativas de apoio, consultoria e capacitação ajudam a criar times mais engajados, produtivos e preparados para decisões de negócios sustentáveis. Como reforça “The Fintech Book”, empresas que adotam soluções baseadas em cuidado financeiro conseguem fortalecer confiança e relacionamento de longo prazo com seus públicos.
A aplicação prática do fincare já pode ser observada em iniciativas de bancos digitais e startups que buscam unir tecnologia, cuidado e educação financeira. Essas empresas funcionam como referências de como o conceito se consolida no mercado.
O N26 e o Yours Bank são exemplos de instituições que exploraram esse modelo no Brasil, mas que recentemente encerraram suas operações no país. Ainda assim, ambos contribuíram para difundir a ideia de que os serviços financeiros podem incluir educação e orientação de longo prazo.
Além disso, diversas startups e consultorias independentes têm adotado o fincare como estratégia de diferenciação. O foco está em serviços de consultoria financeira personalizada, programas de saúde financeira corporativa e soluções digitais que combinam dados e acompanhamento humano.
Um dos pilares do fincare é a conexão direta com a educação financeira. O modelo parte da ideia de que não basta oferecer acesso a produtos bancários digitais; é preciso garantir que pessoas e empresas compreendam como usá-los de forma estratégica para alcançar estabilidade de longo prazo.
O fincare reforça a necessidade de alfabetização financeira, estimulando práticas como planejamento de orçamento, disciplina nos gastos, poupança e gestão de dívidas.
Essa abordagem dialoga com o que estudiosos da linguística, como James Hurford e Brendan Heasley, destacam: conceitos só ganham sentido quando são claros e aplicáveis na prática. Assim, a clareza na comunicação financeira é parte crucial do processo de educação.
Além das iniciativas privadas, o fincare se relaciona com programas e regulamentações de órgãos como o Banco Central, que estimulam o desenvolvimento de cidadania financeira.
A convergência entre políticas públicas e soluções do mercado reforça a ideia de que a educação financeira deve ser vista como bem coletivo, impactando tanto indivíduos quanto organizações.
O conceito de fincare ainda está em expansão, mas já aponta caminhos claros sobre como deve evoluir no mercado financeiro. A tendência é que o cuidado financeiro se torne cada vez mais integrado a tecnologias emergentes e a práticas empresariais voltadas ao longo prazo.
Algumas das tendências do fincare são:
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